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quinta-feira, julho 03, 2008

do resgate de Ingrid Bettencourt

Poder-se-á confiar na retórica panfletária de um ministro que usa uma gravatona verde alface shocking em tom amarelecido côr de caca de pássaro com problemas intestinais?

Apesar da gigantesca campanha publicitária que vai pretender atribuir a Álvaro Uribe os louros pelo sucesso da operação militar que libertou a mediática deputada colombiana, três militares americanos relacionados com os paramilitares e o narcotrático e mais uma dúzia de militares do exército e da polícia, não é dificil coligir dados e indicações que revelam que o governo dos Estados Unidos colaborou no resgate dos reféns das FARC. Assim o reconheceu ontem dia 2 o porta-voz Gordon Johndroe do Conselho de Segurança Nacional em Washington: “Apoiámos a operação e proporcionámos apoio especifico” afirmou Johndroe recusando revelar mais detalhes sobre qual o tipo de colaboração – “este resgate levou muito tempo a ser planeado e nós já trabalhamos nele há 5 anos” acrescentando que na fase de planificação participaram o embaixador em Bogotá William Brownfield, e o Chefe do Comando Sul almirante James Stavridis. George W. Bush apressou-se a telefonar a Álvaro Uribe felicitando-o: “Parabéns pá! És um lider forte!” (embora a tecnologia informática de detecção ar-terra, também utilizada pelos israelitas para assassinar palestinianos, seja nossa)
Independentemente das razões humanitárias que levaram a que as FARC tivessem já intenção de libertar Ingrid, tendo vindo a negociar (através de Hugo Chávez) em contrapartida a libertação de centenas de militantes presos nas masmorras do regime extremista de Uribe, alguns mesmo extraditados para os EUA onde cumprem pena em prisões de alta segurança, o que é um facto é que nada disso irá sequer ser mencionado. Esta operação vai ser utilizada e organizada eficazmente pela ultra direita mundial para atacar os governos de esquerda um pouco por toda a parte mudando a opinião de milhões de pessoas. Esta é uma batalha desigual comparando os escassos meios de que dispomos para veicular a verdade.

A conclusão da “Operação Jaque” ocorreu um dia depois da reactivação da Quarta Frota Naval norte americana destinada a operar nas Caraíbas e América Central a qual rumou para o sul. Nesse mesmo dia, sincronizadamente, o candidato republicano à presidência John McCain iniciava uma visita de dois dias à Colômbia. O seu opositor, o senador Obama, expressou apoio à estratégia de Uribe de não fazer concessões às Farc.

Um dia antes, na segunda feira dia 2, o ex-presidente Fidel Castro escrevia no Granma:
McCain é um homem que não é propriamente conhecido por ser piedoso; ele acha que fingindo rezar na Basílica de Guadalupe (veja-se a similaridade com as bençãos agradecidas à virgem de Uribe) enganará católicos, protestantes, brancos, negros, índios e mestiços, nos países onde, ao contrário, a pobreza extrema cresce dia após dia” e cita o diário El Clarin: "A IV Frota dos Estados Unidos patrulha novamente as águas latino-americanas, nesta oportunidade sob o comando do contra-almirante Joseph Kernan. O currículo de Kernan, até agora chefe máximo do Comando de Tácticas Especiais de Guerra Naval, não é menos preocupante. O oficial dos marines pertence ao grupo SEAL, um comando de elite com homens escolhidos para as mais difíceis operações especiais, preparados para agirem nas condições mais adversas e exigentes. Operaram no Vietname, Camboja e Laos. A escolha de Kernan para a IV Frota, segundo admitiu o próprio Pentágono, é absolutamente fora do vulgar. Além do mais, com esta decisão, o Comando Sul ganhou a mesma importância que o Comando Central que opera com a V Frota no Golfo Pérsico (...) Quais as razões dos Estados Unidos para enviar uma força naval tão poderosa para uma região em paz, sem poderio nuclear, sem conflitos nem ameaças militares reais?" pergunta o jornal. "Jamais vão admitir que é por causa dos recursos naturais, mas não é coincidência que esta decisão apareça quando começa uma mudança estrutural da economia mundial, na qual as reservas de água doce, os alimentos e os recursos energéticos ganham posição como um valor estratégico importante", responde o professor Khatchik der Ghougassian, especialista em temas de segurança da Universidade argentina de San Andrés.
O professor acrescenta que "não ocultam a grande importância que têm os mares do sul do Hemisfério Ocidental e admitem que será aumentada a capacidade de actuar; portanto, a IV Frota supervisará navios e aviões, incluindo os civis e comerciais, que naveguem pelo sul dos Estados Unidos". "James Stavridis, o actual chefe do Comando Sul", prossegue El Clarín, "acrescentou ao narcotráfico com o qual o regime está envolvido há décadas, a luta contra o terrorismo e a possibilidade de responder à migração em massa de refugiados de países de toda a região, cada vez mais com condições de vida degradadas pela actual crise alimentar

















SEAL, a épica e folclórica estória militarizada americana do combate à pobreza. Para ler e ver os bonecos aqui.

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