Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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quarta-feira, julho 16, 2008
Manuela e a Banca yankee
Provocas, inconsciente,
olhando de alto, escarninha
sorrindo ironicamente
na mal aberta boquinha
Envaidece-te pequena
que fartos motivos tens...
mal entras agora em cena
e gozas os maiores bens
Tão facilmente adquiridos
que nem quasi dás por tal!...
são mistérios desta vida,
bem mentirosa, afinal!
poema popular inspirado no quadro "a Provocante" de José Malhoa, publicado na revista "Ilustração Portugueza", corria o ano de 1913;
and now, vindo da pátine dos tempos da decadência monarquica, algo de velho completamente novo:
Manuela Ferreira Leite mantém silêncio sobre contrato com o Citigroup.
Correio da Manhã: “o Ministério das Finanças está a estudar a forma como irão ser repartidas as próximas cobranças de créditos fiscais cedidos ao Citigroup – o que acontecerá assim que este grupo financeiro norte-americano receba do Estado português a verba de 1,76 mil milhões de euros correspondente ao valor que pagou em 2003.
Dos 9,68 mil milhões de euros de créditos fiscais e da Segurança Social que estão por cobrar, Teixeira dos Santos terá de apurar o valor que ficará para o Estado e a parte que será transferida para o Citigroup. Para já o Estado transferiu cerca de 1,71 mil milhões, valor que cobre quase o preço inicial pago pelo Citigroup. A Portaria 1375-A/2003, de 18 de Dezembro, prevê esta repartição de verbas após o pagamento dos 1,76 mil milhões de euros ao Citigroup.
Os partidos da esquerda parlamentar vão avançar em Setembro com pedidos de esclare- cimento sobre o contrato de cedência de créditos fiscais e da Segurança Social ao Citigroup – uma operação efectuada em Dezembro de 2003 por Manuela Ferreira Leite enquanto ministra das Finanças do Governo PSD-CDS/PP. Como 33% dos créditos fiscais cedidos foram substituídos por serem incobráveis, PS, BE e PCP querem que a líder do PSD e o Governo esclareçam o País sobre a data em que serão transferidos créditos para o Citigroup.
15,2 mil milhões de euros é, somando os 3,74 mil milhões de euros de créditos fiscais substituídos, quase o valor total dos créditos cedidos ao Citigroup. Sem a substituição, o valor é de 11,44 mil milhões de euros.
1,71 mil milhões de euros é quanto o Estado já transferiu para o Citigroup. Com esta transferência, os 1,76 mil milhões de euros pagos do início pelo Citigroup estão quase saldados.”
a partir daqui tudo o que vier é lucro. É o que se pode chamar um bom negócio para o Citigroup, um gigante financeiro afundado na presente crise. Para investigar pelos cidadãos que não têm representação parlamentar, resta saber quais foram as contrapartidas não divulgadas do negócio feito entre o Governo de Durão Barroso para camuflar o défice e uma das principais correias de transmissão do sistema que o levaria à colocação na Presidência Europeia.
Ontem o Correio da Manhã tentou, mais uma vez, obter um esclarecimento de Manuela Ferreira Leite sobre a substituição dos créditos incobráveis – que obrigou o Estado a dar ao Citigroup receitas de anos posteriores a 2003 – mas as tentativas foram infrutíferas.O mesmo aconteceu com o CDS-PP.
“Para Francisco Louçã, do BE, "este é o momento para dizer ao País quando é que isto acaba. Vamos forçar a questão em Setembro". Honório Novo, do PCP, recorre à ironia: "Já que Manuela Ferreira Leite não quer explicar as alternativas para os investimentos públicos, ao menos que queira explicar os contornos deste mau negócio com o Citigroup.O socialista Vitalino Canas diz que "vai ser um assunto importante nos próximos tempos: não por Manuela Ferreira Leite ser líder do PSD, mas porque é um assunto que na altura foi polémico e que suscitou dúvidas ao PS, que quer esclarecer os contornos do negócio e o impacto financeiro para o Estado"
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