Um ex-ministro francês costumava insistir: “enquanto falamos, há seguramente um bebé em vias de nascer numa clínica algures. Sobre os seus ombros, logo que começa a respirar, ele terá já uma dívida de 15 mil euros”. É verdade “que o recém nascido francês herda uma dívida pública, mas ele herda também activos públicos: estradas, patrimónios vários, escolas, maternidades, hospitais, equipamentos desportivos, etc... Evocar uma sem evocar as outras é pouco rigoroso”
Foram decisões políticas sobre as moedas e as finanças – tomadas pelos governos na história recente do sistema monetário mundial – que determinaram, mais do que qualquer outra coisa, a distribuição dos ganhos e das perdas, dos riscos e das oportunidades, entre os Estados nacionais e entre as classes sociais.
Susan Strange, in “Casino Capitalism”
A parte da dívida na riqueza nacional aumenta sempre de forma significativa, porque ela é inerente à própria natureza do capitalismo. No final do século XIX o rácio andava perto dos 100 por cento e um pouco menos em vésperas da Primeira Guerra Mundial. É o crescimento demasiado fraco que gera o endividamento. É então necessário aos capitalistas, in extremis, implementarem acções de destruição de activos, para que por fim se possa reiniciar um novo ciclo de crescimento em parâmetros um pouco diferentes para que se continue perpetuamente a iludir as massas populares.
Na zona Euro a parte da dívida no PIB eleva-se em média a 66,4 por cento, mas em Portugal em 2007 esse valor atingia 86,6% chegando hoje segundo o gúru neoconservador Medina Carreira a 100 por cento. Em Itália o nivel de individamento é ainda pior: 104%, mas lá está, o país, um dos G8, é um dos mais ricos em activos. O nivel de endividamendo dos Estados Unidos é de 62,2 por cento, enquanto que o Japão, obrigado pelo centro capitalista a pagar a crise global que eclodiu na Ásia em 1994 atinge agora os 180 por cento! não tendo recuperando ainda da chamada “década perdida”. É para uma conjuntura deste tipo que parece agora encaminhar-se a Europa: quanto maior o valor da dívida, maior os lucros recolhidos em juros pela Banca central global – um negócio privado construido dissimuladamente sob a capa da Reserva Federal americana.
(o clássico mais célebre é o "empréstimo Giscard" contraído sob a forma de títulos do tesouro que foram indexado ao ouro. Dos 6 mil milhões de francos emprestados para resolver a crise petrolífera de 1973, o Estado acabou por reembolsar até 1988 um total de 80 mil milhões de francos (o montante inicial mais juros).
"Dog Game"
“O sistema financeiro que conhecemos esgotou uma modalidade de rapina, desconhecida pela grande maioria do povo, mas que nos afecta a todos nós, apesar de não sabermos verdadeiramente como funciona. A situação vivida hoje pelo sistema financeiro global reactualiza as palavras de um dos mitos do capitalismo, Henry Ford, que disse certa vez: “É bom que o povo não entenda o nosso sistema bancário e monetário, porque se entendesse, acho que haveria uma revolução o mais tardar amanhã de manhã” – sem dúvida, a questão só se resolverá expulsando a Oligarquia da tomada de decisões e do controlo das operações.“O espantalho da dívida pública”
“Questões chave sobre as finanças do Estado. Cada vez que um governo pretende contrair as despesas sociais, argumenta com o nível demasiado elevado da dívida pública. O défice da caixa de aposentações (depois dos activos trerem sido desviados pelo governo Barroso/Bagão Félix) serve para legitimar o prolongamento do tempo de trabalho, o défice da Saúde serve para justificar a redução das comparticipações de medicamentos para certos tratamentos prolongados. A dívida pública é real, mas será tão ameaçadora quanto alguns afirmam ser?” – um artigo de Bruno Tinel e Franck Van de Velde, para ler no “Le Monde Diplomatique”
Concluindo: por questões de segurança e higiene pública o poder do Pentágono/Wall Street, de facto a obra de globalização financeira do Sionismo, deveria, como solução para a “crise”, ser supervisado por uma autoridade de concorrência global que obrigasse todos os rafeiros nomeados por Washington a usar identificação mesmo quando os pobres bichos não estão a ganir e parecem inofensivos,
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