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terça-feira, julho 08, 2008

“O resgate de Santa Ingrid” pelo sionismo global

Por cinco resumidas linhas de um artigo de Jorge Almeida Fernandes (Público 6 de Junho) ficámos a saber o mínimo - que “os americanos asseguram a intercepção das comunicações” sendo também pública “a presença de dezenas de especialistas israelitas, como Ziv, através de uma empresa, a Global CST, que aconselha as forças especiais”

Embora a versão impressa não mencione a questão, a versão online do mesmo jornal referiu a existência de conselheiros israelitas implicados na libertação de Betancourt, ou que os militares colombianos contratam apoio de empresas israelitas. “Estas unidades são aconselhadas por mais de mil boinas verdes americanos, instrutores israelitas e membros das SAS britânicas. Israel vende há vários anos à Colômbia aviões de combate, “drones” (aparelhos aéreos que voam sem transportar piloto) e sistemas electrónicos de detecção. “Fornecemos meios sofisticados às forças especiais para combaterem a guerrilha”, disse por seu lado Israël Ziv. Segundo este antigo chefe de operações do Exército israelita, a sua empresa “está profundamente implicada” na ajuda às forças especiais colombianas. O porta-voz do Ministério da Defesa israelita, Shlomo Dror, não quis confirmar nem desmentir a notícia, invocando à AFP que “o ministério não pode dar qualquer informação sobre a acção dos conselheiros militares israelitas”.

Esta empresa, a Global CST (Comprehensive Security Transformation), que tem apenas 10 empregados, obteve um contrato de dez milhões de dólares (6,37 milhões de euros) na Colômbia, após autorização do Ministério da Defesa para ajudar as forças especiais na luta contra as FARC, conta ainda o “Haaretz”.


Curioso como a versão impressa do Público (8 de Julho) na versão para cegos seja diferente e bastante mais concisa:
“A ajuda israelita - Ex-militares e empresas envolvidos.
O envolvimento israelita na operação de resgate de Ingrid Betancout e dos restantes cativos na quarta-feira terá sido muito mais profundo do que foi inicialmente dado a conhecer. A imprensa hebraica de ontem noticiou que homens e empresas do país deram uma mão que terá sido decisiva (...) o empenho nacional na missão mobilizou dezenas de peritos da companhia Global CST, propriedade do ex-chefe de planificação do Estado-Maior, general Israel Ziv, e do general de brigada e antigo responsável dos serviços de informação militares, Yosi Kuperwasser (...) A Global CST é uma empresa privada, mas a relação entre os dois lados corre através de uma agência do Ministério da Defesa de Israel, que deve aprovar todas as actividades fora do seu território (...)

A participação israelita na missão de Guaviare foi também assunto no Yediot Aharonot, o jornal com mais tiragem do país. Mas aqui já aparecem palavras como "treino" e "criação de estruturas operacionais". O diário explica, por outro lado, que as estreitas relações entre os dois países não são novidade nenhuma e que, durante a aplicação do Plano Colômbia, o quadro da ajuda dos Estados Unidos ao seu principal aliado na América do Sul, Washington achou apropriado que Telavive vendesse a Bogotá aviões, armas, know how, sistemas de informação e assessoria técnica.

Mas, longe da imprensa corporativa, onde se pode apreender melhor a verdade alargada dos factos e interpretes é no blogue de Ayman El Kayman “Coupsdedent” no post intitulado “Ingrid e Freddy, Nicolas e Bruno, Israel e Yossi”. Óptimo para enquadrar a história.

Quando Sarkozy ascendeu ao poder foi automático o reconhecimento que tinha sido o lobie Sionista que se tinha apoderado do país (1). A partir desse momento esperavam-se os maiores esforços postos na libertação de Bettencourt, para que o efeito mediático pudesse ser capitalizado para esconder a regressão social imposta em França. Demorou cerca de 14 meses de árduas congeminações secretas. Sarkozy e Carla há três semanas rumaram a Israel. No regresso o chefe do Estado Maior das Forças Armadas francesas general Bruno Cuche “demite-se” e é substituído pelo basco Elrick Irastorza homem próximo do presidente com longo currículo do comando de incursões belicistas na África de expressão francesa.

O chefe supremo das Forças Armadas da Colômbia Freddy Padilla de León, um General pára-quedista formado em estratégia nas escolas de Washington com a “tese de licenciatura", Terrorismo e Desinformação: duas armas, uma só estratégia de subversão para desestabilizar o país”, recebe a medalha mediática de herói pela “libertação” da franco-colombiana; apesar de ser o que mexeu menos na bola.
A armada colombiana sob supervisão do glorioso Tsahal, da Mossad, do Shin Beth e do Aman tem uma folha de serviços arrepiante: Israel Ziv é um general de brigada do Estado Maior, veterano da guerra civil do Líbano, da Cisjordânia e Gaza que dirigiu pessoalmente o assassinato do Sheik Yassine e de numerosos civis, crianças incluídas; é chefe honorário do COS (Comando de Operações Especiais) . Kuperwasser foi chefe do AMAN, o serviço de informações do Tsahal e existe ainda um terceiro general envolvido, Amos Ben Avraham veterano da unidade de elite Sayeret Matkal.

(1) Danielle Bleitrach: "A americanização da França e da Europa: um caminho até ao fascismo?"
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