Pesquisar neste blogue

sábado, julho 04, 2009

a História da Linguagem

"Uma Segunda Juventude" do romeno Mircea Eliade procura ilustrar a história da linguagem. O livro, e depois o filme de Coppola, contam a odisseia de Dominique Matei, um idoso professor de ciências que ao ser atingido por um relâmpago sofre uma mutação que inflecte a flecha do Tempo e o põe outra vez a caminho de uma nova juventude. Ao conhecer Linda, uma estudante de antropolgogia a quem provavelmente teria acontecido algum fenómeno similar, Matei dá-se conta que ela tem estertores mediúnicos que lhe possibilitam recuar milhares de anos no tempo e falar em dialectos primitivos, cada vez que tal lhe acontece, indo mais atrás, primeiro ao Sumério, o Ugarítico, o Egipcio, o proto-Elamita, até às proto-linguagens inarticuladas expressas nos fenómenos vocálicos intercalados com estalidos labiais (como ainda hoje se conservam nas tribos bosquimanas sul africanas), práticas de expressão hoje inimagináveis para a experiência de qualquer europeu. Mas nem tanto, se ao ouvirmos Michael Jackson em "Man in the Mirror" repararmos nos estalidos vocais intercalados na melodia da fala que codificam na musica pop uma espécie de ritual de regressão instintiva à linguagem primitiva.
Na cerimónia da atribuição dos Grammys em 1988 Jackon acompanhado por um coro de godspel, ele pergunta quem sou eu na canção “o Homem ao Espelho”



Somos forçados a admitir a ideia dos ciclos cósmicos e históricos, o mito da eterna repetição? Mas, e o que fazer do Tempo? Ele exprime a ambiguidade suprema da condição humana - Michael Jackson não era então ainda aquele objecto prevertido pelo ShowBiz e pelo circo dos Media. Ele era apenas um ser humano, tinha uma alma própria
Em que terrífica máquina tecnológica estamos então embarcados que opera pessoas até as tornar monstruosas? – esoterismos àparte, a máquina do tempo só pode deslocar-se obedecendo à 2ª lei da termodinâmica, a dissipação, o caos e finalmente a morte. Ou como repara Ana Kotowicz no jornal”I” – “o Cliché: artista falido simula a própria morte e ganha milhões. Realidade: a música de Michael Jackson vai render mais dinheiro nos próximos 12 meses do que nos últimos 10 anos, saldando todas as dívidas” – já lá dizia o outro ali num grafitti: “suicida-te, vives melhor”. Depois de tanta operação de marketing, quimicas e de estética coloured, Jackon finalmente fez a sua última modificação plástica destrutiva: “esticou o pernil” – a máquina de trucidar insolvências deve sentir-se orgulhosa
.

Sem comentários: