o líder do CDS, (o mesmo do Porsche recuperado por Oliveira e Costa por crédito malparado) diz que irá requerer novo inquérito logo no inicio da próxima legislatura. Se a coligação neoconservadora, como previsível, vencer as eleições, lembremo-nos disto: o objectivo é tramar o PS que foi conivente com a negação da supervisão que falhou! Para eles fará todo o sentido correr com Vítor Constâncio e substitui-lo por um gestor da mesma área politica (um governo, um presidente, um governador), porém isso mudará alguma coisa na essência do Banco encarregado de gerir internamente os negócios do endividamento do país ao serviço da Banca internacional? Antes agrava,,,
seguro de si
Mais que um branqueamento do escândalo do BPN ou o encobrimento da supervisão do BdP, as conclusões do inquérito parlamentar são uma trapaça. Lá se afirma textualmente: “Quando há fraudes, sobretudo a alto nível, é muito difícil a sua desboberta”É um relatório “governamentalizado” que intenta proteger o facto que o BdP conhecia desde 2002 o tipo de “actuação levada a cabo por uma quase mafiosa rede de accionistas do Banco” (a expressão é do deputado Honório Novo) com origens no regime de impunidade bush-económica seguido pelo Partido do Presidente.
E diz-se de origem bushista, porque seguindo os mesmos trâmites do acordo de desregulamentação feito por Bush em 2004 com a Entidade Reguladora (FDIC, cujos escritórios tinham ficado destruídos na demolição do Edifício 7 do WTC) esta doutrina induzida no já de si desregulamentado sistema foi o farol de orientação para evitar a queda no buraco da falência. Sempre com a espada de Dâmocles suspensa sobre os decisores capitalistas – eles sobreviveram ao estouro da bolha da Nova Economia ponto.com no ano 2000 (o crash do Nasdaq gerido por Bernard Madoff) facto que determinou a execução do 11 de Setembro, e ao rebentamento da subsquente bolha do Imobiliário (2007-2008) – mas a partir daqui, do alastramento da “crise” à economia real, os horizontes são estreitos.
Para os gestores Neocons escaparem, em desespero de causa, só lhes resta declarar oficialmente a completa falta de vergonha na cara. É o passo que se tenta dar com este “inquérito”, senão atente-se numa cronologia aleatória de factos não mencionados:
- Já depois de “nacionalizados” os prejuízos, a nova gestão do BPN recusou a entrega de documentos à investigação com a desculpa do “sigilo bancário” e do “segredo de justiça”
- O forrobodó continua: o novo presidente do BPN nomeado pela CGD, Francisco Bandeira, faz igualmente parte da administração do grupo Visabeira, ao qual o banco concedeu agora novos e vultuosos créditos. Está sob investigação.
- Oliveira e Costa, ex-secretário de Estado da administração Fiscal de Cavaco Silva é nomeado “contabilista” de um banco formado por accionistas notáveis do regime, com a finalidade de actuarem sobre a bolha da globalização.
- Enquanto a especulação prosperou, os accionistas e o próprio Cavaco jogaram e ganharam. Saíram quando previram o rebentamento do esquema; e a partir daí Portugal inteiro é envolvido no pagamento dos prejuízos.
- Da natureza Neocon: o próprio majestoso edifício onde se negociou a instalação da séde do BPN foi construído por uma empresa do Grupo Carlyle de Frank Carlucci.
- Bens adquiridos ilicitamente e a complexidade da pirâmide: o BPN não tem valores penhoráveis e os dos accionistas estão salvaguardados. O banco tem um prejuízo de 1.880 milhões de euros pagos pelo Estado, mas é detido pela SLN (Sociedade Lusa de Negócios) que tem os activos distribuídos por diversas outras empresas, bens que são intocáveis. A SNL representa por sua vez apenas 31,5 por cento de outra sociedade, a SLN-Valor que tem apenas um capital social de 172,2 milhões. (números citados do Público)
Por fim, como corolário lógico, o elo mais fraco da cadeia alimentar, os trabalhadores bancários do BPN foram em romaria ao PR solicitar ajuda para as suas catástrofes pessoais. É o mesmo que ir ao Pulo do Lobo ensaiar mergulhos de cabeça para as rochas. Não se esqueçam de votar de novo em bloco nas rochas para um segundo mandato. Ao menos assim a podridão do esquema torna-se cada vez mais evidente, ao invés do que aconteceria com o discreto charme do apagamento "socialista" da corrupção.
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