Não fossem os caricatos chinfrinhos com que o ministro Pinho se autoflagelou (nem uns cornos à homem o pobre coitado sabe fazer: duas caralhetas com os dedos anelares espetados na testa na direcção do adversário) e jamais a populaça, que com este fait-divers arranjou basto motivo de chacota, saberia dos 5 mil euros que o ministro, na qualidade de delegado comercial da EDP entregou ao clube de futebol de Aljustrel. É assim que funciona, quando não há dinheiro para motivar trabalhadores que dependem de salários, há que oferecer outras regalias que mascarem mediaticamente o problema. Uma questão de trocos.
Aliás 5.000 euros nem é assim uma quantia tão exorbitante – basta 2.700 consumidores atrasarem-se um dia no pagamento da factura da electricidade para a coima de 1,85 euros aplicada pela empresa de serviços públicos EDP repôr a verba usada em propaganda. Este ciclo clandestino usado por Manuel Pinho apenas demonstra a função social das empresas no presente paradigma neoliberal.
Pedro Guerreiro, o director do Jornal de Negócios, perora na Antena1 “que o ministro nunca poderia ter tomado esta atitude, e tal... São inadmissiveis comportamentos destes em cargos eleitos” – é boa. Manuel Pinho o executivo do banco BES Investments emprestado ao Governo de Sócrates foi eleito?
As cobranças dificeis subiram 21 por cento. "Quem não paga a água ou a luz já não tem dinheiro para nada" - considera o Gabinete de Apoio da Deco. Excepto para curtir cenas malaicas de futebol, como o espertalhão do ex-ministro muito bem sabe
e agora a parte que interessa:
O ex-presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), João Salgueiro, defendeu hoje que a crise económica vai agravar-se "ainda mais" em Portugal - "A crise financeira provavelmente já acabou, como foi anunciado, mas a crise económica vai agravar ainda mais. e há uma terceira crise por trás de tudo isto, que é a crise da competitividade", afirmou João Salgueiro, no IV Congresso da SEDES, que decorreu no Instituto para a Defesa Nacional, em Lisboa
(fonte: DN)
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