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“Como já previsto, a Conferência da ONU sobre a Mudança Climática, a realizar em Copenhaga de 7 a 18 de Dezembro, será um fracasso que os políticos irão disfarçar com recurso a vários subterfúgios: "acordo político", "passo importante na direcção certa". O fracasso reside em que, ao contrário dos compromissos assumidos, não serão adoptadas em Copenhaga metas legalmente obrigatórias para a redução das emissões dos gases responsáveis pelo aquecimento global, cujos perigos para a sobrevivência do planeta estão hoje suficientemente demonstrados para que o princípio da precaução seja accionado. A decisão foi tomada durante a Cimeira da Cooperação Ásia-Pacífico e, mais uma vez, quem a ditou foi a política interna dos EUA (…)” (ler o resto). Acrescentado-se, muito antes disto houve uma pré-determinação em fazer do pânico sobre o clima um negócio: tratou-se da aprovação da lei Lieberman-Warner Climate Security Act em 2007, (da autoria de 2 importantes senadores do lobie judeu que apoiaram Bush) numa questão deveras impopular nos EUA porque, a ser aplicada, traria prejuízos imediatos às empresas
Poderia o carbono ser um assunto neutro, sem contabilizar números? De facto as mudanças climáticas já estão a ter um sério impacto financeiro no mundo dos negócios. Há já alguns anos que as petrolíferas, as mesmas que não olharam a éticas ambientais para lucrarem com o mundo sujo, se adiantaram na reconversão tecnológica para logo mais voltarem a lucrar com a pseudo limpeza da porcaria que elas próprias produziram.
1º passo – some-se o total das emissões de gases, e depois divida-se pela receita em milhões de dólares. 2º passo – multipliquem-se as emissões totais pelo preço corrente do carbono emitido – 31 dólares por tonelada métrica. Passo 3 – determina-se o preço de redução consoante a percentagem do rendimento da empresa. Na prática é uma forma de sacar mais um imposto
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Assim, o capitalismo, fiel à sua essência, aproveita-se para gerar um novo espaço de rentabilidade baseado na privatização da atmosfera, de facto com efeito retroactivo. Não importa que quanto rebentar esta bolha já não haja ninguém para contar o dinheiro. Trata-se de criar direitos comerciais sobre a atmosfera para aqueles que geraram o problema: as indústrias emissoras de gases de efeito estufa que concede uma quota de emissões garantidas de enorme vantagem para aqueles que criaram o problema. A diferença entre as emissões reais e o topo máximo permitido pode ser vendida no mercado do carbono a países ou empresas que excedem a quota. Obviamente, quem não tiver investido avultados valores em equipamentos ditos limpos (porque não tem dinheiro para isso), isto é, aos pobres só lhes resta pagar.
Isto equivale a privatizar os direitos de contaminar um espaço que antes não tinha dono: poder-se-ia ter gerado um regime jurídico que declarasse a atmosfera património comum da humanidade, nomeando uma autoridade reguladora de um sistema de gestão comunitário internacional. Mas não é isso que está a acontecer. Já o Protocolo de Quioto contemplava a mesma canção neoliberal das vantagens dos mecanismos de desenvolvimento sobre a erradamente chamada “atmosfera limpa”; e imagine-se quem foi um dos principais promotores dos princípios encorporados nesse Tratado? Nem mais nem menos que o campeão multimilionário do meio ambiente e prémio nóbel Al Gore
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enquanto a ideia que se quer fazer prevalecer é a de que são os paises subdesenvolvidos os responsáveis pelo fracasso...
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