a conferir com a regra 191 de “O Caminho” consagrado na Constituição da Ordem religiosa em 1950: “…os membros supranumerários deverão observar sempre um silêncio prudente no respeitante aos nomes de outros membros; e nunca revelar a ninguém o facto de eles pertencerem ao Opus Dei… a menos que expressamente autorizado a fazê-lo pelo seu director espiritual local” - será por esta razão que o messiânico Cavaco é sempre tão parco em opiniões?
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Edward Biberman - Pietá
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No julgamento do crime que as “autoridades” italianas iniciaram em 2005 (com a “justiça” muito conveniente- mente a funcionar apenas 23 anos depois) a defesa sugeriu que havia um grande número de gente com motivos para ter cometido o crime, desde oficiais da prelatura do Vaticano que queriam assegurar o silêncio do banqueiro até aos operacionais da Máfia que teriam sido os seus executores e cujos negócios passavam pelos depósitos no banco de investimentos da Opus Dei. Especialistas em “direito legal” que seguiram o julgamento afirmaram que os procuradores não teriam qualquer oportunidade de provar as suspeitas tanto tempo depois; um factor adicional seria o da ausência de testemunhas chave, umas de que se desconhecia o paradeiro, outras já mortas.
A partir dos anos 60 a Igreja católica (sigla técnica ICAR), sob influência crescente da Opus Dei, deixou de interditar a Maçonaria, cujo Grão Mestre do Grande Oriente em Itália era Licio Gelli (da Loja maçónica Propaganda Due) parceiro privilegiado do governo democrata-Cristão de Giulio Andreotti. Como se sabe a Maçonaria é uma associação semi-secreta formada por um grupo de pessoas declaradamente anti-marxistas – a Igreja/Opus Dei invadiu o movimento Maçon e colonizou-o, constituindo-se como uma rede secreta “de direito” que controla bancos e imprensa, fazendo espionagem através dos executivos dos principais partidos em prol da pirataria empresária sobre as obras públicas do Estado. Da combinação “ao modus operandi italiano” de suborno e protecção ao estilo da Máfia resultou na Itália dos anos 90 a célebre Operação Mãos Limpas (Operazione Mani Pulite) que desmantelou o sistema partidário no país, (onde não havia quase quase ninguém limpo) abrindo caminho à hegemonia da “Força Itália” de Berlusconi, em cujo regime continua a não haver ninguém limpo em redor do aparelho de Estado. Nos anos 80 Andreotti, o primeiro ministro da democracia cristã, tinha ameaçado matar Roberto Calvi, o que mereceu o remoque do alvo: “se eles me matarem o Papa terá de se demitir”
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4 comentários:
Muito interessante, muito mesmo!
Eu estou rodeada pela Opus dei e Maçonaria.
Já entendi mais coisas.
Obrigada
Como associações secretas com intervenção nos dominios politico-económicos não configuram como organizações terroristas?Bom ,nos EUA,também há os bons terroristas q são acarinhados e apreciados....
Acrescentei agora o link para conhecer a biografia do maçon italiano Licio Gelli:"começou a carreira sendo voluntário ao lado das tropas fascistas de Franco..."
http://en.wikipedia.org/wiki/Licio_Gelli
Obrigada xatoo.
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