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domingo, fevereiro 07, 2010

Quem quer sobreviver?

"As revoluções produzem-se quando os de cima já não podem governar como antes, e ao mesmo tempo, os de baixo já não se deixam governar como antes" (Lenine)

Não é curioso ver-se a direita em peso, liberais, conservadores sociais democratas e neocons unidos a bramar contra "o Estado totalitário desgovernado pela esquerda", atentatório das liberdades, (onde a mais preciosa de todas seria a de desinformação), suplicando em coro a queda de Sócrates? Depois de anos a fio de alinhamento de toda a comunidade politica neoliberal, com direita e esquerda a apoiá-lo nas tarefas de desmantelamento do Estado Social em prol da criação de novos nichos de mercado, pressentindo a fonte esgotada no apaziguamento das massas populares, de repente querem espetar com o homem no lixo - hoje é o mais famoso cronista do reino que ocupa o lugar de honra no púlpito, ou Ele ou Nós:
Sócrates já não partilha ou nunca partilhou connosco, cidadãos comuns, a mesma percepção de Portugal. Do "simplex" que nada simplifica ao estranho melodrama sobre as finanças da Madeira que nada pesam, aumenta dia a dia a distância entre o que país vê e compreende e o que o primeiro-ministro afirma enfaticamente que é. Está perto o ponto em que só haverá uma solução: ou desaparece ele ou desaparecemos nós.

Ontem tinha sido o camarada Pereira, anteontem o afastado ex-director do jornal da Sonae que afinal permanece importante na murphysiana análise: "Se alguma coisa pode correr mal, vai correr mal de certeza. Se os que nos emprestam dinheiro já duvidavam da capacidade de um governo de minoria para aplicar um plano de austeridade - e vai ter de haver um plano de austeridade - essa desconfiança só pode ter aumentado depois de um psicodrama que envolveu cenários de crise politica e mostrou a futilidade dos poderes do Presidente da República e do Conselho de Estado". Cá está. O que a turba direitista deseja de facto é a presidencialização do sistema politico com o "ambicioso Cavaco" como esfinge (uma ambição antiga) - em nome da continuação da fonte do "dinheiro emprestado" que lhes vai perpetuar a vida boa que sempre usufruiram às custas do esquema especulativo financeiro por comparação com os rendimentos do trabalho real. Não se esqueça eleitor, que se continue a seguir a novela, "Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão; parvo que vota em Cavaco, tem cem anos de aflição".

Temos assim que o coro ululante para desbancar o "socratismo" pseudo-socialista deveria incorporar também a Esquerda autónoma, descomprometida com o neoliberalismo? não nos parece. Por oposição concreta acelaremos o levantamento popular de modo a criar condições para se votar a seguinte proposta: "E se encerrássemos a Bolsa?" (publicada no LeMondeDiplomatique, pelo economista Fréderic Lordon), para se diminuir o custo do capital da exploração parasitária dos accionistas? citando as razões: "Foi há pouco mais de um ano: os governos socorreram oa bancos à custa dos contribuintes. missão cumprida. Mas a que preço?. A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) avalia em 11,4 biliões de dólares os montantes mobilizados para este salvamento. Ou seja, 1676 por cada ser humano... a Finança não é só um negócio de banqueiros, é também de accionistas. Há uma proposta que não deve agradar-lhes: encerrar a Bolsa"

relacionado:
"o Paradoxo da Parte Salarial - 10 por cento do PIB" por Fréderic Lordon
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1 comentário:

Manolo Heredia disse...

Ninguém dá nada a ninguém.
Eu, por mim, quando preciso de alguma coisa, compro !
Tudo se compra neste mundo, artigos, jornalistas, jornais, televisões... é preciso é ter dinheiro... O PM é um teso, mas pode influenciar empresas da órbita do Estado para se defender dos ataques dos sectores que o querem forçar a demitir-se. Mas tem que dar a essas empresas contrapartidas...
Nas democracias à americana é assim, os governos dão benesses aos grupos económicos que os apoiaram na subida ao poder. Em contrapartida têm que tirar benesses aos outros grupos económicos. O dinheiro não estica!