forma-se regra geral a opinião que o que vai estando mal, roído pelo caruncho da corrupção, é de culpa avulsa deste ou daquele governo; que uma vez que se consiga expulsar de cena este governo (ou o que veio antes, ou o que virá depois) as coisas se vão recompôr e voltarão “ao normal”, àquilo que seriam os desejos íntimos idealizados (apenas isso, uma emoção) no senso comum. Na maioria da opinião pública regra geral não se percebe que os governos, “de esquerda ou de direita”, cumprem ambos um programa neoliberal a médio prazo.
Desde o golpe neocon de Barroso, continuado pelo sucedâneo “socialista” (1), esse programa trata de desmantelar os gastos sociais de primeira necessidade, serviço nacional de saúde e escolas públicas, privatizando-os como novas áreas de negócio. Ao mesmo tempo que o Estado gere o desmantelamento das pequenas empresas e a criação de desemprego em favor dos interesses das multinacionais. É para cumprir este programa, bem concreto, que traz emprego ás elites locais, que as cliques partidárias alinhadas com o neoliberalismo têm vindo a ocupar as secretarias dos ministérios e os conselhos de administração das empresas públicas
Manifestei em 2007 verdadeiro espanto por ver que a novel empresa pública tinha poderes para expropriar, embargar, cobrar taxas e decretar demolições. Escrevi então: preparem-se as clientelas! Não só se prepararam. Instalaram-se! Alambazaram-se!
(1) "Ao passar do Estado para uma «entidade pública empresarial» a propriedade de 332 das 445 escolas secundárias do continente, o governo «socialista» em funções facilita a futura alienação (privatização) dos edifícios das escolas públicas" (ler mais)
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