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terça-feira, fevereiro 02, 2010

Manuel Serra (1931-2010)

"Obteve quase 44% dos votos dos congressistas no I Congresso do PS depois do 25 de Abril ao apresentar uma lista à Comissão Nacional contra a proposta do secretário-geral Mário Soares. Abandonaria o partido em Dezembro de 1974, dias depois de ter o seu nome incluído no primeiro Secretariado Nacional. Pensou então que levaria consigo "os 44% de militantes revolucionários, da classe trabalhadora"
no "Público", in memorian do activismo dissidente permanente num país onde, 35 anos depois, o factor trabalho foi deslocalizado para um lugar e dimensão praticamente insignificante (1)

Imagine que lhe prometiam uns juros extraordinariamente altos em comparação com os normalmente em vigor na praça? agarrava de imediato nas suas poupanças de toda uma vida, sem desconfiar de nada, e ia a correr depositá-las com a avidez de ganhar dinheiro sem fazer nada. É este o leit-motiv do presente paradigma capitalista financeiro especulativo. Mas a maioria dos que caem neste tipo de esparrela (até tu judeu Spielberg) são ingénuos, embora gananciosos natos. Esperto foi o outro, que dispondo de informação interna privilegiada sacou da pipa de massa a tempo e ainda passa por sério, em contraste com os tesos que têm de afrontar a policia para finalmente se disporem a chamar os bois pelos nomes. No auge da decadência salazarista, quando não havia grande mal nos terreiros públicos, salvo na malandragem das pequenas falcatruas do jogo falso de lotaria, (e nos calabouços da dissidência) ainda se ensaiavam golpes para derrubar o regime. É bom que se perceba que no Portugal de hoje, com dois terços da população praticamente improdutiva ou a "trabalhar" em sectores terciários, é a ditadura democrata totalitária que derruba a minoria descartável de pessoas honestas e incorruptiveis.

Desculpa lá Manel, ter-te enfiado neste barco, mas foi para lutar contra isto que tu, "cumpridos os deveres compridos" preferencialmente por cá andaste. até logo, isto é, até sempre

(1) ver também: "a avaliação individual de desempenho modificou totalmente o mundo do trabalho". José Vitor Malheiros

Jacques Linard, "Os Cinco Sentidos", Natureza-Morta 1642,
"Indianapolis Museum of Art"
.

5 comentários:

Anónimo disse...

Ainda não percebi porque há-de ser o contribuinte a pagar os prejuízos destes analfabetos financeiros. Esta é uma questão comercial, um caso de tribunal!

amsf

xatoo disse...

é assim porque "o Estado" hoje nada mais é que uma Empresa entre muitas, onde o patrão esmifra os empregados o mais que pode em seu proveito próprio. A "empresa-Portugal" e o seu grupo de gestores são avaliados pelas agências internacionais de notação de risco e, se não tiverem nota positiva, lá se vai o negócio por água abaixo. É nesta perspectiva que têm de ser analisados os trabalhadores-contribuintes empregados na empresa (que está em risco pela elevada percentagem de custos mortos (com os desempregados por um lado e a alta parasitagem das reformas milionárias por outro)

Anónimo disse...

Esta merda precisa de dar uma volta.Aceitam-se propostas para varrer estes ladrões,inclusivé um coupe d'état.

Estes xicos-espertos q andam a falar da parasitagem do RMG agora,depois de terem tido lucros e terem riscos têem a distinta lata de vir pedir dinheiro do erário público para cobrirem a sua ganância,delegada nos gestores de referência e de alta perfomance do cavaco.A puta que os pariu!Mamem aqui,chulos!!!

Manolo Heredia disse...

Eu começava logo por desconfiar dum banco sem balcões.
Se fossem investigadas as origens dessas poupanças...

Karocha disse...

Nesta terra ninguém investiga nada.
Fingem isso sim!