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segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Curso de colisão

É preciso investigar a nossa condição colectiva face à Natureza no actual estádio de desenvolvimento da industrialização tecnológica. Retomar o debate antigo sobre os limites do que se pensa ser “o desenvolvimento”.

Joe Berardo faz politica em cima da desgraça: “Aqui na Madeira o Sócrates e o Jardim uniram-se as mãos para resolver o problema; de que estão os portugueses à espera, que aconteça qualquer catástrofe para todos se juntarem também no continente?”
Berardo fala de tudo menos de enxurradas de água sobre linhas de água interceptadas pela construção selvagem em nome do lucro; dos mais diversos quadrantes chovem críticas que o desastre “é consequência dos inúmeros erros de ocupação do território” (Quercus) enquanto deputados da oposição mencionam “caos urbanístico” para definir o Funchal e até na direita se ouvem vozes dizer que “realmente a cidade tem um problema de ocupação”. Efectivamente, a titulo de exemplo, licenciarem-se Centros comerciais com dois pisos ou mais de estacionamentos abaixo do solo em zonas de desaguamento de leitos de ribeiras só pode ser considerado uma politica criminosa.

“Aquilo que designamos como “alto standard de vida” consiste numa medida considerável em arranjos para se alcançar "energia muscular na sociedade"; incrementando a volúpia sensual da possibilidade de engolir calorias em excesso para além do que é concebível nas necessidades nutricionais (e/ou extravaganza lúdica). Ninguém poderá ser levado a acreditar que o incremento da produção do desnecessário será o objectivo social próximo do óptimo absoluto” (John Kenneth Galbraith)
Que espécie de mundo queremos mesmo construir? Não interessa. Fiquemo-nos pelo mundo que os caciques tecno-urbanisticos capitalistas nos querem construir. João Jardim já recomendou aos Media um patusco "silêncio para não afugentarem o turismo, do qual o rendimento da ilha depende em cerca de 20 por cento". Fazer diminuir a dependência e tornarem-se cada vez mais economicamente auto-sustentáveis seria a politica correcta. Mas não, opta-se por continuar a insistir na politica da desgraça, limpando tudo muito bem e pondo a funcionar de novo tal qual estava; Se possível optimizar a construção com mais umas barreiras “para a água não ir por ali…”
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