Apesar dos extraordinários protestos, greves e encerramento de fábricas, lutas que gozam do apoio da maioria da população (conforme tem sido expressa nas sondagens), não se conseguiu evitar que o Senado aprovasse ontem, pela surrelfa já noite adentro, a reforma das pensões em França, a lei que gerou um descontentamento social que paralizou o país.
A bancada fiel ao presidente Sarkozy contribuiu com 177 votos para aprovação da Lei contra 153 das diversas forças de centro-esquerda que votaram “não”. A lei, se chegar a entrar em vigor, elevará para os 62 anos de idade a idade o direito de reforma e para os 67 o limite a partir do qual se terá direito a uma reforma de 100% de pensão sobre o salário base.
Prolongar o tempo de trabalho dos idosos, num período de produtividade em recessão, falta de perspectiva de emprego e precaridade, significa reduzir os jovens cada vez mais ao desemprego e à redução das condições de acesso ao emprego, levando-os a aceitar incondicionalmente todas as formas de sub-emprego, flexibilidade e precarização (entre nós a politica de Cavaco/Sócrates e seus acólitos (1).
Se a sociedade francesa lograr quebrar este dogma, tudo voltará a ser possível; abrir-se-á uma nova fase na Europa. Em toda a parte poderá nascer um movimento geral exigindo a redução de tempo de vida-no-trabalho (uma vez que não há trabalho), pela antecipação na idade de reforma e por uma redução do horário semanal nos contratos de trabalho
(1) a cínica hiprocrisia do sr. presidente reaccionário
Cavaco Silva, o mitológico Sísiphus da economia do Bloco Central, diz que "quando abandonou o poder como 1º ministro em 1995, deixou a pedra bem lá no alto da montanha"
"A maioria dos Patrões estão a desenvolver (...) a maior campanha de redução de retribuição do Trabalho que se observou na Europa e no Mundo, depois da II Guerra Mundial" (Manuel Carvalho da Silva)
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