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domingo, outubro 17, 2010

O significado da visita de Ahmadinejad ao Líbano

“A utopia da ideologia judaica adoptada pelo Estado de Israel é a de uma terra que seja totalmente redimida, ou seja, uma Redenção em que nenhuma parte dela seja possuída ou explorada por não-Judeus"
(Walter Laqueur – History of Zionism)

David Ben-Gurion na Guerra do Suez em 1956 afirmava que “a verdadeira razão da guerra é “a restauração do Reino de David e Salomão nas suas fronteiras Biblícas” como sendo as fronteiras do Estado Judaico ou, o que é mais importante: segundo uma interpretação rabínica da Bíblia e do Talmude. Segundo esta politica expansionista, Israel atingiria assim, a Sul todo o Sinai e uma parte do Egipto setentrional até aos arredores do Cairo; a Leste toda a Jordânia e uma grande parte da Arábia Saudita, todo o Kowait e uma parte do Iraque a sul do Eufrates; a Norte: todo o Líbano e toda a Síria juntamente com uma enorme parte da Turquia (até ao lago Van); a Oeste a ilha de Chipre.
A conquista destas áreas é considerada como um acto ordenado por Deus. Um dos rabinos dos colonatos mais influentes do Gush Emunim, Dov Liov, declarou repetidamente que o fracasso israelita em conquistar o Líbano em 1982/85 tinha sido um “castigo divino” bem merecido pelo seu pecado em “dar uma parte da Terra de Israel, como era o Sinai, ao Egipto”. Em Maio de 1993 Ariel Sharon propôs formalmente na Convenção do Likud que Israel devia adoptar o conceito de fronteiras Biblicas como sua politica oficial.


Ahmadinejad no Líbano. Vídeos que nem sequer foram admitidos para transmissão no canal Al-Jazeera


(Axis of Logic): Poderá o governo dos Estados Unidos compreender inglês ou precisa de programas de tradução de Israel para o interpretar? Podem os EUA especialmente miss Clinton ver e ouvir como os EUA estão “isolados” na medida em que nos afirmam a toda a hora “como está isolado o Irão”??

poderão os EUA ver a massiva festa do povo Libanês e a recepção como herói popular ao presidente Ahmadinejad? Poderão os povos da América do Norte ver que o governo dos EUA lhes está a mentir quando alimenta a ideia de que a República Islâmica do Irão é inimiga dos povos Árabes? Poderão os EUA compreender que os povos Árabes e Muçulmanos permanecerão sem dúvida aliados do Irão se tiverem de escolher entre o eixo Israel/Estados Unidos e o Irão?? Poderão os EUA compreender que se considerar permitir a Israel mais um ataque a outro país nesta região ou iniciar aqui mais um conflito, o povo Muçulmano em conjunto, Sunitas e Xiitas, se levantarão contra os EUA? Podem os EUA ver que o apoio da criminosa politica do apartheid Sionista na ocupação da Palestina, Síria e Líbano está a isolar os Estados Unidos e não o Irão? Podem os EUA engolir a ideia que nem Muçulmanos nem Cristãos no Médio Oriente permanecerão simpáticos se observarem a destruição de mais um país à mãos de Israel ou dos EUA? Poderão os EUA ver que os esforços para criar divisões entre Sunitas e Xiitas nunca poderão funcionar porque qualquer deles põem primeiro à frente dessa intenção a sua condição de Muçulmanos? Podem os EUA ver que eles estarão de pé como um único povo? se quiserem manter quaisquer relações significativas no Médio Oriente terão de escolher agora entre todos os povos muçulmanos do Médio Oriente e o seu querido Israel do apartheid colonial que foi estabelecido sobre a terra da Palestina a expensas de sangue Palestiniano e do sangue do mundo Árabe. São uns ou outros, não haverá mais escolhas entre ambos



Ver também na PressTV:
"O significado da visita do Dr Ahmadinejad ao Líbano"
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3 comentários:

Anónimo disse...

e a Jordânia? qual o papel passivo da Jordânia no meio disto tudo?

xatoo disse...

o "Reino Hachemita da Jordânia" (hoje com cerca de 6 milhões de habitantes) foi oferecido ao clâ do principe Abdullah Bin Al Hussein pelos britânicos após a 1ª GGuerra. Depois do fim da 2ª GGuerra a Monarquia Hachemita recebeu a maioria dos refugiados da Palestina (que são hoje cerca de 1 milhão e 700 mil) e mais recentemente recebeu mais meio milhão de refugiados expulsos pela guerra no Iraque. Quer dizer que desde 1967, sob a aparência de neutralidade (porque aliada ao Egipto perdeu a guerra), a dinastia dos Hussein de facto converteu-se no principal aliado de Israel.
A história da região começou 2000 a.C., quando os Semitas formaram uma colónia nas margens do rio Jordão numa área chamada Canaã, origem da qual Israel também se reclama por força damitologia biblica. Portanto se a monarquia do Jordão for anexada por Israel, ficam as duas oligarquias juntas na mesma casa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_da_Jord%C3%A2nia

Anónimo disse...

esclarecido. Estou a ler o recente livro posto à venda do escritor Adrian Greaves "Lawrence da Arábia", onde é referido o mapa territorial que a antiga Turquia ocupava no médio oriente vai (quase) de encontro ao mapa que você inseriu no post com as fronteiras desenhadas a vermelho.
Foi há cem atrás, a história vai repetir-se novamente, de certeza mas com outro figurante.