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domingo, abril 01, 2012

eu, cá pela minha parte, não devo nada a ninguém...

a maior falácia que anda por aí é tentar fazer crer à população que o crédito obtido pelas familias é da mesma natureza do endividamento dos Estados. Os comentadores trapaceiros misturam mixordeiramente as pequenas economias domésticas
(a microeconomia) com os endividamentos fraudulentos forçado pelas elites que dominam os Estados (a macroeconomia)

Quando os accionistas dos bancos fazem mão baixa e se apoderam das políticas públicas 

"... mas a ilegitimidade repousa sobre a natureza das operações de “empréstimos” que devemos “honrar”, para os quais será preciso pagar juros elevados e assegurar o reembolso. A injunção de pagar uma dívida repousa, há que repeti-lo, implicitamente, sobre essa ideia de que certas quantias, fruto de uma poupança pacientemente acumulada por um duro trabalho, teriam sido emprestadas. Ora, esse será talvez o caso da poupança das famílias ou dos fundos dos sistemas de aposentadoria por capitalização. Não é o dos Bancos nem dos “Hedge Funds”. Quando estes “emprestam aos Estados”, comprando títulos do Tesouro emitidos pelos ministérios das Finanças, trata-se na realidade de somas fictícias, cuja emissão repousa sobre uma rede de relações e de transacções interbancárias. A transferência de verdadeira riqueza, aquela que nasce do trabalho, se faz no sentido oposto (...) A dívida e o serviço de juros são uma componente da bomba aspiradora financeira, "La pompe à Phynance", como a definiu Frèderic Lordon.

3 comentários:

Diogo disse...

Eu concordo contigo em quase tudo. Simplesmente, a criação de riqueza depende cada vez menos do trabalho e cada vez mais das máquinas (felizmente). Agora que essa riqueza se encaminhe para os bolsos de meia dúzia de sanguessugas…

xatoo disse...

as máquinas são capital fixo, isto é, trabalho acumulado. Como capital, não estão sob o controlo dos trabalhadores. Marx na sua época observou, e bem, que as máquinas eram usadas para intensificar a exploração sobre os operários. Precisando menos deles, uma vez que as máquinas iam substitundo a mão de obra, podiam diminuir-lhes cada vez mais o salário. E não é isto o que está a acontecer? já vamos na 4ª revolução tecnológica (a do software global) e as condições estão, ou vão, a melhorar?
Só melhoram se houver uma revolução e pusermos o Capital sob o controlo da maioria do povo.

Fada do bosque disse...

"A lei que equilibra sempre o progresso da acumulação e o da superpopulação relativa, aprisiona o trabalhador ao capital mais solidamente do que os grilhões de Vulcano aprisionavam Prometeu ao seu rochedo. É esta lei que estabelece uma correlação fatal entre a acumulação do capital e a acumulação da miséria, de tal modo que a acumulação da riqueza num pólo é igual à acumulação da pobreza, do sofrimento, da ignorância, do embrutecimento da degradação moral, da escravatura no pólo oposto, no da classe que produz o próprio capital".
Karl Marx
Ele bem avisou, xatoo.