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terça-feira, dezembro 24, 2013

a esquerda do Oliveira, uma prenda foleira

Assim, proclama o liberal, os nossos problemas podem ser resolvidos sem extirpar a motivação do lucro. Só é preciso apoio para o candidato X, ou a sua assinatura na petição Y - diz ele que pelo voto "revoltoso" sem revolução vc pode inverter a aparente situação de falência do capitalismo, enquanto os marxistas afirmam que ele se reinventa precisamente deste modo de crises cíclicas, perpetuando-se através de uma versão mais adequada e funcional depois de ter concentrado cada vez mais o modo de acumulação de capital. Nesta perspectiva, as urnas nunca irão matar as principais contradições do capitalismo.

Ontem, quem se dirigia ingenuamente às bancas para comprar o jornal apanhou um valente cagaço; de meia capa de um lá estava a testa inteira do senhor Oliveira, em posse de entrevistado com direito às suas habituais tiradas broncas: "Se não houver convergência de esquerda agora, daqui a uns anos não haverá país". O promotor do Manifesto 3D, e ex-militante bloquista afirma que "Este polo político deve querer ser interlocutor do PS e participar na governação" - ora que bela e original ideia para o que haveria de ser a Esquerda: atrelá-la a uma das facções do bloco central de interesses, a que mais engana os apaniguados do voto e dá pela enganadora sigla de "ps, partido socialista". A descoberta deste gajo é tão ou mais original do que a do homem grávido que deu à luz uma criança com todas as caracteristicas para parecer normal ou do hamburguer com pernas pensado para ter um prazo de validade de 400 anos. Falando pela prática cá de casa, guardei o euro do jornal e com ele comprei dois quilos de laranjas, recebendo ainda dezasseis cêntimos de troco. É quando não vale a conversa fiada de mais um candidato a tachos que tardam em aparecer. (Há mais de uma década que Oliveira não faz outra coisa que tentar inventar novidades politicas onde o ego do bicho se possa alimentar por inteiro). Do colunista do Expresso vale apenas mencionar o que por ele nunca fica dito:

"Vocês estão horrorizados com a nossa intenção de acabar com a propriedade privada, mas na sociedade existente, a propriedade privada já está abolida para nove décimos da população; a sua existência para alguns é apenas devido à sua não-existência nas mãos desses nove décimos. Vocês nos confrontam, portanto, com a intenção de acabar com esta forma de propriedade, condição necessária para cuja existência é a não existência de qualquer propriedade para a imensa maioria da sociedade. Numa palavra, confrontam-os com a intenção de acabar com a vossa propriedade. Precisamente por isso, é isso exactamente o que pretendemos" (Manifesto Comunista, 1848)


Reparando bem, à esquerda do Paulinho Irrevogável lá está o Tozé Seguro incorporado na matilha; antes desta troupe ter feito com que milhões empobrecessem andaram a fazer a população "enriquecer" consumindo toda a espécie de tralha a crédito barato - o Tozé é herdeiro voluntário deste negócio montado pelos agora credores, portanto aí está ele de livre direito a reclamar os 50% de culpas no cartório que o P"S" tem. E é com "isto" que se sugere que a esquerda se deve coligar?

5 comentários:

Anónimo disse...

Ai como eu me "revejo" em toda esta "elite de políticos" portugueses e pretendentes, os salvadores da "Pátria Portuguesa"!
Mete DÓ e NOJO!

Boas Festas

Manuel Galvão disse...

90% não têm propriedades, mas têm telemóvel(e muitos têm iPhone, que compraram à custa de comerem só frango em saldos, do Pingo Doce)...esse facto é suficiente para que o capitalismo não acabe!

Anónimo disse...

Boas Festas, amigo Xatoo!
Pavel

Bate n-avó disse...

"...agora credores, p...",
NÂO está a funcionar!

Agradecido.

Anónimo disse...

Os "padrecos" da frente estão todos de mão cerradas, sorrisos falsos, hipócritas e com "ar" de seriamente comprometidos, nada à vontade!
Podemos "engolir" ou é para nos rir-mos?
Para rir só de tristeza!...