Grande esperança da direita neoconservadora espanhola, o Partido Popular de José Maria Aznar (2) viu-se agora na contigência de expulsar o seu ex-vice-primeiro ministro Rodrigo Rato, já indiciado por fraude, apropriação indevida, delitos fiscais, "improbidade", branqueamento de capitais e outros crimes financeiros. Rato e outros ex-directores do banco Bankia estão a ser investigados sobre a entrada do Bankia na Bolsa em Julho de 2011 e subsquente gestão que levou o banco à falência, obrigando a Espanha a recorrer... ao FMI (2). Ao todo, a Rodrigo Rato e a outros quatro imputados caberá
Na abissal gruta neoliberal global, o Alí Babá espanhol passou por um gestor milagroso, quando existem 705 pessoas com exposição politica em altos cargos politicos e judiciais que estão também sendo investigados por corrupção e delitos graves contra o Erário Público, um número residual em relação aos 40.000 prevaricadores que em 2012 foram perdoados por uma Amnistia Fiscal (3). Mas na lista de nomes de delinquentes ficais que subsistem não estão referenciados nem autarcas nem empresários, pelo que o número de indiciados poderia ser enormíssimo (4). Poderia esta lista caso levada às últimas consequências remover em definitivo o cimento que alicerça o regime espanhol transmitido directamente do Fascismo para uma Monarquia corrupta em 1978?.
notas
(1) Para entender os "passarões" do Partido Popular, o partido da Opus Dei.
(2) a presidente Cristina Kirchner comentou a performance de Rodrigo Rato no FMI: "um dos que nos vieram dizer a nós como teríamos de dirigir a nossa politica económica... está agora preso por lavagem de dinheiro (...) mesmo assim, atreveram-se a falar de corrupção na política argentina"
(3) No mesmo conferência de imprensa em que foi alvo da palhaçada da jovem Josephine Witt, no minuto seguinte, Mario Draghi avisou a Espanha que teria de aprofundar as reformas nas leis laborais, presumivelmente porque o dinheiro para pagar salários não abunda em Espanha
(3) A directora da Agencia Tributária que em 2012 se negou a investigar a corrupção na Amnistía Fiscal foi chefe de gabinete de Rato
(4) Governo de Mariano Rajoy sabia desde Setembro que a Agência Tributária tinha indiciado Rato
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