A morte de Tamerlão em 1405 assinala um ponto de viragem na história mundial. Tamerlão foi o último de uma série de “conquistadores do mundo” na tradição de Átila e Gengis Khan que tentou colocar toda a Eurásia – a “ilha mundial” – sob o domínio de um único e vasto império (1) Cincoenta anos depois da morte de Tamerlão, os Estados marítimos do Extremo Ocidente euroasiático, com Portugal à cabeça, estavam a explorar as rotas marítimas que se tornariam os nervos e artérias de grandes impérios marítimos. Esta á a história do que aconteceu a seguir. Parece uma história conhecida, até a analisarmos melhor. A ascenção do Ocidente à primazia mundial através da via do Império e do predomínio económico é uma das pedras basilares do nosso conhecimento histórico. Ajuda-nos a ordenar a nossa visão do passado. Em muitas narrativas convencionais, parece quase inevitável. Foi a via principal da história: todas as alternativas eram caminhos secundários ou becos sem saída. Quando os impérios da Europa se dissolveram, foram substituídos por novos Estados pós coloniais, assim como a própria Europa se tornou parte do “Ocidente” – a coligação mundial sob liderança norte-americana. (2) (Edições 70)
(1) A invasão dos Mongóis e a destruição de Bagdade provocou entre 200 mil e 1 milhão de pessoas assassinadas a golpes de espada. Numa época em que em todo o mundo existiam apenas pouco mais de 800 milhões de pessoas (ler mais)
(2) A famigerada guerra anti-terrorista (war on terror) desencadeada por Bush já ceifou 2 milhões de vidas em apenas 3 países. Ainda a procissão vai no adro; o mundo tem actualmente 7,3 mil milhões de pessoas expostas a sofisticadas tecnologias de destruição em massa. (world-metters)
1 comentário:
a 'war on terror' só ceifou 2 milhões de vidas? pelas minhas contas foi muito mais!
e não entram só afegãos, iraquianos ou outros. entram também os milhares de soldados americanos mortos.
e nas minhas contas não entram só os mortos. entram também os que ficaram mutilados para sempre, os que ficaram sem braços, pernas ou ambos. os que ficaram feridos. os que ficaram traumatizados para sempre.
os veteranos que se suicidaram, ou então que não se suicidaram, mas ficaram literalmente malucos.
entra também o sofrimento dos familiares das vítimas, quer americanas, quer afegãs, iraquianas, etc
os que perderam familiares próximos, os que ficaram sem casas, etc, etc
é um crime contra a humanidade de proporções medonhas.
entra também a subida gigantesca do tráfico de heroína graças às papoilas do Afeganistão e as vítimas que isso causou. (milhões)
entram as 3000 vítimas do 11-9, mais o sofrimento dos familiares dessas vítimas.
entra a morte de crianças afegãs e iraquianas com derrame de urânio (é de uma monstruosidade sem limites)
houve uma gaja qualquer que chegou a justificar na televisão a morte de meio-milhão de crianças iraquianas, dizendo que era um preço que se tinha que pagar.
e se vamos falar da 'war on terror', que dura até hoje, então temos que falar também do Isis que começou em 2006 como dissidência da Al-CIAda, embora só tenha ficado famoso o ano passado.
contabilizemos as vítimas do Isis/mossad na Síria/Iraque, etc e faz muito, mas mesmo muito mais que 2 milhões de vítimas.
é uma autêntica limpeza étnica e crime contra a humanidade.
2 milhões (ou quase isso) deve ser o número de pessoas que morreram no Iraque de 2003 até hoje.
(e sem contar com a carnificina recente do Isis/mossad). mas há que contabilizar tudo.
no Afeganistão deve ter sido 1 milhão aproximidadamente.
etc
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