À cabeça da manifestação na avenida seguem pacatamente lado a lado Jerónimo de Sousa e Vasco Lourenço, este último um dos notáveis envolvidos no desmantelamento do poder popular a 25 de novembro que por pouco não ilegalizou o partido do primeiro. PCP que se senta desde então pachorrentamente na assembleia dos donos disto tudo. Mais à frente o mesmo Vasco Lourenço salta fora para dar beijinhos e abraços ao próximo presidente da república Sampaio da Nóvoa - um belo exemplo a recordar Orwell, quem não conhece o passado, não percebe nada do presente e nem por sombras pode adivinhar o futuro - e do futuro já avisou Nóvoa em discurso directo: "os portugueses não podem esperar tempos fáceis nos próximos anos". Fica o aviso (e o Lourenço de Abril).
Para quem não sabe ou não se recorda, ainda antes do golpe-de-estado de Abril de 74 (em 1971) apareceu um Movimento apostado em Reorganizar o Partido do Proletariado, porque já desde então estava claramente à vista que as práticas reformistas do PCP atavam a Revolução à classe dominante. Como diz o povo: "eles ainda andem aí"... enquanto o tal Movimento viu os seus militantes presos pelo Copcon e foi impedido de concorrer às primeiras "eleições livres", só porque usava como simbolo a Foice e Martelo.
O segundo golpe: 18 de Março de 1975, o Conselho da Contra-Revolução Ilegaliza e Proíbe MRPP de Concorrer às Eleições Constituintes.
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