Este não é um caso isolado. Faz parte da estratégia de repressão na nova ordem global. Os relatos de casos semelhantes sucedem-se, e pelos jornais pouco ou nada saberemos deles, principalmente na Europa, onde as medidas securitárias adoptadas na Alemanha na construção do Estado Policial global fazem jurisprudência. Na prática trata-se de uma tentativa dos Governos para criminalizarem as Oposições!
Na última segunda feira 17, durante uma sessão de esclarecimento do senador democrata pelo Estado do Massachusetts John Kerry na Universidade da Florida (UF), um estudante, Andrew Meyer, quando inquiria Kerry durante o período de perguntas e respostas foi imobilizado por meio de bastões eléctricos (tasers) e entregue às autoridades que o detiveram. Meyer, que é colunista no jornal local “Alligator” como estudante sénior de telecomunicações, estava indiciado nas listas de segurança da Universidade (sim, o McCartysmo está mais vivo que nunca) como “militante de esquerda”. Representa o tipo a que vulgarmente se chama um “comuna”, o que é considerado nos Estados Unidos como uma coisa perfeitamente anormal, antipatriótica, etc. Houve prévia intenção deliberada de impedir o estudante de se tornar incómodo perante a audiência. Assim que Kerry concedeu a palavra a Meyer, dois paisanos e dois seguranças fardados (um homem e uma mulher) moveram-se discretamente para trás dele. Mal tinha sido equacionada a 3ª pergunta os patrocinadores do fórum, a organização Accent desligaram-lhe o microfone invocando “profanação das intenções comerciais do evento” (ver video). Eis as perguntas:
1. Existem multiplos indícios de falsificação pelas máquinas electrónicas de contagem de votos na Florida em 2004. Apesar disso o Sr (Kerry) calou-se e aceitou rápida e pacificamente a vitória do seu adversário. Como pôde conceder-lhe a eleição nesse dia?
2. Estaria o Sr (Kerry) interessado em ser Presidente?
3. Como pode o Sr. (Kerry) continuar a nada dizer sobre o “impeachment” de Bush?, agora, antes que ele possa decidir invadir o Irão?
4. O Sr. (Kerry) é membro da “Skull&Bones”?
Por esta altura seis gorilas de segurança ao evento removeram à força literalmente o estudante de cena. Por esta altura alguém dos presentes haveria de fazer outra pergunta:
5. Como pode o Sr. (Kerry) estar a observar alguém a ser torturado e permanecer impassivel, não dizer nada?, ou dizer algo como “deixem essa pessoa falar, a Constituição dos Estados Unidos garante a liberdade de expressão”, enfim fazer qualquer coisa para evitar que aquela pessoa fosse torturada?
Ninguém na sala mexeu uma palha. Pelo contrário, muitos estudantes entre a assistência riam-se e divertiam-se à grande com a sorte do “comuna” (ver video depois da detenção).
Surpreendentemente a situação entre nós “escandaliza” certas virgens ofendidas que passam a vida a produzir comercialmente opinião anti-comunista, contribuindo activamente para a estupidificação geral.
Vinte e quatro horas depois o estudante Andrew Meyer continuava preso na “Alachua County Jail”, sob a acusação de ter iniciado um motim, incomunicável e impedido de produzir declarações. É acusado de tentativa de agressão às autoridades, o que, segundo o site da UF, lhe pode valer 5 mil dólares de multa e até cinco anos de prisão. A maioria dos jornais silenciaram o assunto, nenhum porta voz de John Kerry produziu qualquer comunicado ou comentou o caso – que se tornou conhecido da opinião pública graças ao blogue Chycho.com
Contextualizando, estamos perante uma situação típica da “melhor democracia que o dinheiro pode comprar” que é aliás um dos titulos de sucesso do autor do livro que Meyer exibiu perante Kerry – Este novo livro de Greg Palast, “Armed Madhouse: Who's Afraid of Osama Wolf?” (Uma Casa de Loucos Armada: Quem tem Medo do Lobo Osama?) reflecte a previsão mundial para o futuro próximo: a China concentra as atenções, Bush empesta o ambiente, enquanto se prepara o esquema para roubar, por mais uma vez, as eleições de 2008.
Kerry é judeu, o que por si só justifica a sua actuação como actor de relevo no esquema de alternância ficticia dos tradicionais dois polos opostos. (Bush é estúpido mas Kerry não manifesta a mínima capacidade de liderança, eis o segredo implícito na mensagem para o sucesso dos neocons nas “eleições” de 2004) Se a Meyer lhe tem sido facultado o uso da palavra, como expert em Telecomunicações, ele tornaria pública a recensão do livro feita no site Democracy Now!:
“A empresa gigante de telecom. “Verizon” foi instada a fornecer à “National Security Agency” os números de telefone de milhões de americanos, depois que a Lei o obriga a fazer e, segundo noticiou o “USA Today”, também as outras empresas concorrentes no ramo como a Bell South e a AT&T estão a fornecer milhões de registos de chamadas ao Governo ajudando-o a construir o maior banco de dados pessoais existente em todo o mundo". Eles saberão quem vai votar em quê e vão “desligar” do sistema os votos hostis. Greg Palast, que é repórter de investigação na BBC, nota que os media corporativos, entretidos com mirabolantes estórias de espiões e terroristas, andam a perder a verdadeira história. Escreve ele: “As escutas e a quebra de sigilo aos vossos telefones entregue às empresas privadas pela “Administration’s Homeland Security” feitas em nome da nossa segurança funciona como uma lucrativa cadeia para as companhias que operam à sombra da legislação, mas não nos protege das acções do nosso próprio Governo. Podemos chamar a isto a privatização do FBI, ou melhor descrito, como sendo a criação de um KGB privado”.
a "CIA owns everyone of any significance in the major media", disse William Colby, Director da CIA entre 1973-1976, que muito convenientemente foi assassinado em 28 de Abril de 1996, não estando a Admistração Clinton isenta de suspeitas no caso.
Foi na sequência do assassinato de Kennedy que a CIA foi privatizada e as suas acções se globalizaram, tornando-se uma empresa global sobre a qual os governos norte-americanos (e muito menos as “instituições da democracia”) têm pouco ou nenhum controlo. Os CFR controlam praticamente a totalidade dos media americanos. (e não só). Todos os grandes actores da politica entertainer nos EUA são nomeados e/ou “aprovados” pelo CFR: Obama, Romney, Hillary Clinton, Giuliani, Edwards, D. Rockefeller, Richardson, Dodd, Thompson, Reid, Kerry, Nancy Pelosi. Um dos implicados na criação deste esquema foi um outro director da CIA, o ex-presidente George Herbert Bush, o pai do actual chefe de fila Neocon que se senta em Washington. O gestor de ocasião do KGB privado da famiglia Bush.
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