José Sócrates nas Nações Unidas reclamou a chamada ao cumprimento do Acordo de Quioto dos novos “gigantes emergentes”: A Índia, o Brasil e a China. Enquanto o país anfitrião do edifício da ONU, os Estados Unidos, o maior poluidor do planeta escapou incólume ao apelo. Assim como Portugal, o piolho agarrado ao hospedeiro, tenta também escapar.
Cada vez se torna mais evidente a estratégia meio secretamente consertada na Cimeira das Lajes pelo bando dos 4: Bush, Blair, Aznar e Barroso – invadimos o Iraque, onde se concentram as segundas maiores reservas de combustíveis fósseis conhecidas (as primeiras, por via da parceria Bush/Casa de Saud estão asseguradas), destruimos a região por forma a que se alguma vez eles pretenderem sair da miséria onde foram lançados terão de vir mendigar às nossas forças de intervenção entretanto ali estabelecidas sem prazo de retirada, a oferta de petróleo nas condições que determinarmos; Pagamos a guerra com a subida concertada das taxas de juro e o aumento dos preços do petróleo “espremendo” os contribuintes que possam sustentar as máquinas fiscais, ao mesmo tempo que emitimos dinheiro fictício quanto baste para inflacionar as receitas e as colectas. Se não se conseguir aguentar a bolha, deixamos cair o dólar (que como meio de pagamento aos nossos credores, vão receber o valor das dívidas desvalorizadas), fixamos os activos na nova moeda de referência (o Euro) e exportamos a crise para os países de economias subdesenvolvidas (África, Brasil, China, etc.) com a criação de novas bolhas alternativas – ou seja, enquanto passamos a dispor do petróleo em grande parte para nosso uso exclusivo (podendo dar-nos ao luxo de poluirmos na quantidade que tivermos necessidade) os países das economias das periferias vão ficar obrigados a comprar-nos tecnologia anti-poluidora que entretanto desenvolveremos, mantendo a supremacia imperialista. Nesta neo-macro estratégia de dominação, até o senhor Mário Soares colabora com beijinhos e abraços ao convidar o "arqui-rival" Cavaco para presidir ao “Fórum da Energias” – afinal são eles os dois históricos de quem depende que se perpetue na sua ninhada de descendentes da “ditadura democrática” do Bloco Central – cuja sobrevivência politica depende do êxito desta estratégia de mercado neo-colonialista sob a bandeira do meio ambiente.
Estas coisas acontecem e na altura ninguém acha nada de estranho. O presente negócio, a parceria Galp/Venezolana de Petróleo, angariado por Soares para o Estado português deriva, segundo a imprensa tornou público, de dois telefonemas: um para Carlos Andrés Perez (ex-presidente da Venezuela, preso e depois exilado na sequência de um processo de Corrupção no seu pais. Segundo o DN, Perez foi "um dos principais apoiantes do PS de Soares na conturbada fase pós 25 de Abril", o que em linguagem de gente significa que choveram grossas maquias daquelas bandas) e para Raúl Morodo, ex-embaixador de Espanha em Lisboa e actual embaixador em Caracas, tido como próximo da corrente que pretende impor sanções anti-Chavez. Tendo em conta as práticas habituais do PS, desde Felgueiras até ao recentissimo envolvimento com a "Máfia dos Bingos" no Brasil, é de crer que neste, como noutros negócios, nunca há almoços grátis. Um dia virá a lume o que lucra o PS com mais esta empreitada.
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