"A presente lei do financiamento dos partidos beneficia em larga escala os partidos do poder, incluindo os que ainda não tiveram a oportunidade de estar na gamela do poder, e prejudica fortemente os pequenos partidos; e estão aí as coimas por irregularidades nas contas da campanha das últimas legislativas, realizadas em 2005, para o comprovar. A um dito grande partido nada lhe custa pagar 25104 euros (PSD) ou 21357 euros (PS), basta fazer um telefonema a um empresário amigo para a dívida ficar logo sanada, mas já custa a um Partido Humanista (2622 euros) ou um PCTP/MRPP (4496 euros), acarretando-lhe dificuldades acrescidas; a burguesia portuguesa pretende assim pela via económica fazer o que os fascistas faziam pela via administrativa e policial. É um fenómeno semelhante à manipulação genética das plantas, diminui-se a diversidade genética como forma de controlo, ficam as espécies que afinam pela mesma pauta, ou seja, o pensamento único. Aqui a questão da corrupção acaba por ser marginal, é a democracia burguesa no seu real e verdadeiro funcionamento. E ainda há quem queira reformar o sistema! Uma missão impossível"
(in "Os Bárbaros")
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