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sábado, dezembro 20, 2008

Change (VII) Rahm, Blagojevich, Obama

Toda a gente tem gozado o prato à custa do governador do Illinois e do primeiro escândalo que envolve o presidente eleito Obama; talvez estes dois mereçam a galhofa. Por outro lado há algo de estranho nas circunstâncias que rodearam o caso Rod Blagojevich (Blago para os amigos); o FBI com as parangonas mediáticas sobre as virtudes da lei parece ter agido mais por pressões de politicos do que por qualquer outra coisa. Vejamos o que andava o governador do Illinois a fazer um dia antes de ser incriminado pela justiça? – o que a imprensa veiculou foi que traficava influências para vender o lugar deixado vago pelo senador Barack Obama – mas isso é uma vulgaridade, é o que toda a gente faz por pressões a partir das cúpulas dos partidos; e 1 milhão e meio de dólares é uma soma irrisória). E aí estão as escutas telefónicas onde foi apanhado Rham Emanuel, o braço direito do presidente eleito, para o provar (se quiserem,, e é claro que não querem). É assim que se pagam os favores a quem os financiou antes de serem eleitos: com a oferta de lugares a preço de saldo, contratos preferenciais e mordomias várias.
Segundo conta o relatório do Governo Federal o governador estava debaixo de investigação havia já três anos e foi indiciado a partir das escutas. Se a coisa é tão suja como têm andado a pintá-la, porque demoraram três anos para descobrir qualquer coisa contra ele? Recordemos os factos:
No dia 8 de Dezembro o governador Blagojevich anunciou que devido à gravidade da situação económica no Estado do Illinois ia deixar de fazer negócios com o Bank of America.
Dia 9 de Dezembro foi detido com base nas provas divulgadas após três anos de investigações. É um “timing” interessante: terá sido coincidência?
Há mais: desde quando foi a última vez que vimos um alto responsável tomar partido pelos trabalhadores e pelas pequenas empresas contra um grande banco multinacional? o FBI não teria dificuldade em descobrir; não teve, e fê-lo de um dia para o outro, aproveitando os dados recolhidos durante três anos. Eles sabiam antecipadamente que Blago estava a organizar uma campanha com o objectivo expresso de denunciar situações concretas:
a) os grandes Bancos estão a chocar os seus clientes com a falta da prestação de crédito, apesar das ajudas de biliões que têm estado a receber dos pagadores de impostos pela via do Estado.
b) os empregadores estão a despedir e a dispensar trabalhadores para férias forçadas sem qualquer aviso prévio, conforme é exigivel por lei.
Acontece que os escroques, tanto políticos sem escrúpulos quanto polícias que os podiam ter apanhado a qualquer momento, podem esperar o momento certo para actuar – quando estão entalados entre os agentes da Alta Finança e a luta da Classe Operária que desponta, e têm uma grande carga de trabalhos com uns e outros

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