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George Orwell, Homenagem à Catalunha”, 1938
“É necessário incorporarmo-nos no grande exército dos que fazem, deixando de lado essas pequenas patrulhas dos que sómente dizem”
Ernesto “Che” Guevara, 1961
Muros*
o Muro de Berlim era notícia cada dia que passava. Desde manhã à noite líamos, víamos e escutávamos: “o Muro da Vergonha, o “Muro da Infâmia”, a “Cortina de Ferro”... Por fim, esse muro, que merecia cair, caiu. Porém outros muros brotaram, e continuam brotando, pelo mundo fora. E embora estes sejam hoje muito maiores que o de Berlim, deles se fala pouco ou nada.
Pouco se fala do Muro que os Estados Unidos vêm construindo na fronteira Mexicana e pouco se fala nas Cercas patrulhadas de Melilla e Ceuta.
Quase nada se fala do Muro da Cisjordânia, que perpetua a ocupação de terras palestinianas pelos colonos militarizados de Israel – muro que será quinze vezes mais comprido que o Muro de Berlim. E nada, nada de nada, se fala do Muro de Marrocos, que perpetua o roubo da pátria Saharaui pelo reino de Marrocos – e que mede sessenta vezes mais que o Muro de Berlim
¿Porque será que existem muros tão altisonantes e outros muros tão mudos?
* adaptado do livro “Espelhos” de Eduardo Galeano
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