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segunda-feira, janeiro 19, 2009

Afeganistão, o novo alvo da indústria politico-militar

"o atentado de 20 de Setembro de 2008 contra o Hotel Marriot (uma cadeia americana, também alvo de atentado em Jackarta em 2003) em Islamabad matou cerca de 60 pessoas (numa altura em que decorria uma misteriosa reunião de altas personalidades da Marinha americana com as autoridades paquistanesas). O ataque, comparado pelo Paquistão ao 11 de Setembro, marcou uma viragem na história do conflito na região. O presidente Bush autorizou então operações terrestres contra bases talibãs no Paquistão, país que está a tornar-se o principal terreno da "guerra contra o terrorismo". Esta extensão do conflito, que não deixa de recordar a decisão americana da década de 1970 de estender a guerra do Vietname ao Cambodja, tem poucas hipóteses de conduzir a uma vitória. Além de suscitar a oposição da grande maioria dos paquistaneses, esbarra com uma estratégia regional particularmente audaz dos «neo-talibãs» - esta opinião insere-se num artigo de Syed Saleem Shahzad publicado na edição portuguesa do "Le Monde Diplomatique em Outubro de 2008. Chegados aqui, convém esclarecer que a própria esquerda, de cariz social democratizante global segundo a "receita obama", ultrapassa por omissões incompreensíveis a compreensão cabal dos problemas. Os links entre parêntesis são um acrescento nosso e contra a vulgarização do léxico que segue impune a lógica porno militarista dos neocons, aqui se deixa a definição do termo "talibã":
Talib (taliban, no plural), em persa e pashtu. Literalmente, um estudante de teologia. Adoptado como nome do movimento formado por recrutas das madrassas deobandi (sunitas) no Paquistão, em 1994, que acabaram por tomar Cabul em 1996 e controlar o Afeganistão até ao início da era bush em 2001. É um termo que se opõe a "estudantes seguidores da linha do Imã" (daneshjoyan), o grupo de Iranianos que se apoderaram da embaixada americana em Teerão durante a Revolução Islâmica de 1979. Ficam em evidência as razões que levaram o secretário de Estado Brezinski a apoiar e armar o talibã Bin-Laden contra a URSS e a influência socialista na região?

"Até ao próximo Verão, os Estados Unidos vão enviar entre vinte a trinta mil soldados para o Afeganistão, reforçando um contingente de tropas estrangeiras que ascende já a setenta mil homens. Esta escalada é desejada tanto por Barack Obama como por George W. Bush, que paralelamente procura, com o apoio dos militares do Pentágono, "contornar" o acordo ainda agora assinado sobre a retirada total do exército americano do Iraque, de modo a tornar inoperantes as promessas eleitorais do novo presidente.
Gareth Porter, no "Le Monde Diplomatique", Janeiro de 2009 (sem link)


e os sabujos facturam

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