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"o atentado de 20 de Setembro de 2008 contra o Hotel Marriot (
uma cadeia americana, também alvo de atentado em Jackarta em 2003)
em Islamabad matou cerca de 60 pessoas (
numa altura em que decorria uma misteriosa reunião de altas personalidades da Marinha americana com as autoridades paquistanesas). O ataque, comparado pelo Paquistão ao 11 de Setembro,
marcou uma viragem na história do conflito na região. O presidente Bush autorizou então operações terrestres contra
bases talibãs no Paquistão, país que está a tornar-se o principal terreno da "
guerra contra o terrorismo". Esta extensão do conflito, que não deixa de recordar a decisão americana da década de 1970 de estender a guerra do Vietname ao Cambodja, tem poucas hipóteses de conduzir a uma vitória. Além de suscitar a oposição da grande maioria dos paquistaneses, esbarra com uma estratégia regional particularmente audaz dos «
neo-talibãs» - esta opinião insere-se num
artigo de Syed Saleem Shahzad publicado na edição portuguesa do "Le Monde Diplomatique em Outubro de 2008. Chegados aqui, convém esclarecer que a própria esquerda, de
cariz social democratizante global segundo a "receita obama", ultrapassa por omissões incompreensíveis a compreensão cabal dos problemas. Os links entre parêntesis são um acrescento nosso e contra a vulgarização do léxico que segue impune a lógica porno militarista dos neocons, aqui se deixa a definição do termo "
talibã":
Talib (taliban, no plural), em persa e pashtu. Literalmente, um estudante de teologia. Adoptado como nome do movimento formado por recrutas das madrassas
deobandi (sunitas) no Paquistão, em 1994, que acabaram por tomar Cabul em 1996 e controlar o Afeganistão até ao início da era bush em 2001. É um termo que se opõe a "estudantes seguidores da linha do Imã" (
daneshjoyan), o grupo de Iranianos que se apoderaram da embaixada americana em Teerão durante a Revolução Islâmica de 1979. Ficam em evidência as razões que levaram o secretário de Estado
Brezinski a apoiar e armar o talibã Bin-Laden contra a URSS e a influência socialista na região?
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"Até ao próximo Verão, os Estados Unidos vão enviar entre vinte a trinta mil soldados para o Afeganistão, reforçando um contingente de tropas estrangeiras que ascende já a setenta mil homens. Esta escalada é desejada tanto por Barack Obama como por George W. Bush, que paralelamente procura, com o apoio dos militares do Pentágono, "contornar" o acordo ainda agora assinado sobre a retirada total do exército americano do Iraque, de modo a tornar inoperantes as promessas eleitorais do novo presidente.
Gareth Porter, no "Le Monde Diplomatique", Janeiro de 2009 (sem link)
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e os sabujos facturam
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