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quinta-feira, janeiro 01, 2009

Ano novo, vida Nova

“Já não é só no imobiliário e nos mercados accionistas e de capitais: até as fábricas de automóveis começaram a encerrar durante semanas e a despedir, o desemprego a disparar, as exportações a cair a pique porque os mercados estão em recessão. Com a crise instalada e em força em todo o sistema capitalista, o que está em causa é saber quem a vai pagar.
Enquanto por todo o mundo o operariado, diversas camadas populares e até alguma classe média se vão mobilizando e exigindo que sejam a banca, os grandes financeiros e capitalistas a arcar com os prejuízos, que os especuladores e toda a sorte de vigaristas e responsáveis directos sejam punidos, por cá é como se nada de grave se passasse. Parece que a crise é algo que vai lá por fora, algo que até dá jeito às oposições para zurzirem o governo nos debates parlamentares e entreter comentadores e analistas.
Para eles a coisa até é grave, mas nada que justifique “alarmar” os trabalhadores com discursos incendiários”. o BE, depois de em Outubro ter promovido uma série de “sessões de esclarecimento” sobre a crise, deu a tarefa por cumprida e agora limita-se (como bombeiro do capital) a dizer que é preciso uma grande convergência de esquerda, sem sectarismos, para a debelar. É certo que o PCP não desce tão baixo. Mas pouco mais faz que dizer que tinha avisado que é uma vergonha os especuladores não serem punidos, que não se pode socializar os prejuízos e privatizar os lucros. Tudo justo, mas não passa daqui: amotinar os trabalhadores é que não.
Que estes partidos são assim, reformistas, já sabemos, pelo que não vale a pena alimentar a ilusão de eles virem a agir como revolucionários. Partidos reformistas só podem produzir reformismo. Temos é de nos questionar sobre aquilo que devíamos fazer para estar à altura dos acontecimentos”

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