Tomando o exemplar caso da AIG, quando surgiu a crise e a seguradora gigante foi socorrida pelo Estado com milhares de milhões, a administração colocou o problema em cima da mesa aos executivos responsáveis; face à gravidade da situação estes prescindiram do seu salário, prometendo receber apenas 1 simbólico dólar pela ciclópica tarefa de recuperar a empresa. Todo o mundo se emocionou com tamanha bondade. No fim, soube-se agora, paralelamente eles tinham assinado um contrato em que teriam direito a parte dos lucros provenientes do capital da ajuda investido em novos jogos de bolsa. Deste modo se fizeram em menos de meia dúzia de meses, 73 novos milionários, que receberam em prémios um total de 160 milhões de dólares!
que futuro para este faustoso paradigma num mundo cada vez mais miserável? (ler mais)
a AIG recusa-se a divulgar a identidade "destas brilhantes e indispensáveis pessoas". Sobre eles chovem ameaças de morte vindas de gente desempregada, desalojada e falida. (ler Jim Kirwan, Rense); ou Amy Goodman: "não há ajudas para os mais atingidos!". Se querem ver como o vosso problema não está a ser resolvido, sigam o dinheiro daqueles que vos tiram o dinheiro: Barack Obama não tem de se fingir encavacado com o escândalo: ele próprio recebeu US$101,332 dólares de donativos da AIG (American International Group) para a campanha presidencial numa altura em que já era público a eminente falência da companhia.
"Actualmente, o mundo rico atravessa a crise económica mais grave desde a Grande Depressão, em 1929. Agora, sob a pressão da crise, até mesmo a comunidade financeira mais ortodoxa reclama reformas. No entanto, estas propostas não vão suficientemente longe, uma vez que não tomam em consideração os problemas sistémicos por detrás desta crise.
O que é necessário, no interesse da grande maioria da população, são verdadeiras mudanças em direcção a um outro paradigma, em que a finança seja um instrumento ao serviço da justiça social, da estabilidade económica e do desenvolvimento sustentável. Não podemos aceitar que, nos próximos anos, se regresse ao status quo. Uma oportunidade histórica foi criada. Dependerá da pressão da opinião pública a sua transformação numa política radicalmente diferente".
(Excerto da Declaração Conjunta das ATTAC europeias, sobre a crise financeira e alternativas democráticas)
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