(...) depois da crise de 2008 juraram-lhe a pés juntos que iam tratar a loucura maníaca dos mercados? mas desde então foram injectados 1,3 biliões de euros de dinheiro público no sistema financeiro. Um décimo da riqueza mundial. Para estimular a economia real? é isso que sentem na vossa carteira?
Como se vai vendo, foi mais para ajudar a especulação. Em 2013, 93% das transacções foram entre instituições financeiras. Só 7% se realizaram com empresas ou agentes da economia real. Os "derivados" representam dez vezes mais do que a totalidade do PIB mundial. Cinco anos depois, metade da actividade da finança mundial continua fora de qualquer regulação e os "hedge funds" gerem dois biliões de dólares, bem mais do que antes da crise de 2008. Paraísos fiscais à parte. O indicador que reflecte a relação entre a capitalização bolsista e o PIB está perto de 120%, tendo mais do que duplicado desde o ponto mais baixo atingido em 2008. Recorde-se que aumentou de 60% em 1996 para 150% em 2000, antes de cair novamente para 60% aquando da crise dos dot.com. (na origem do 11 de Setembro e da criação do Euro). (1) Depois, subiu gradualmente até mais de 110% em 2007, para voltar a cair para mais de 50% com a crise financeira de 2007-08. O que vem aí não é mais uma bolha que nos vai rebentar na cara (agora com os Estados já sem recursos). O que vem aí é um BOLSÃO tipo Higgs. Afinal, como dizia o banqueiro JM Naulot, a finança mundial é uma central nuclear sem qualquer norma de segurança" (Joana Amaral Dias, no blogue Córtex Frontal)
Posto isto, quem quiser ouvir que repare - apesar da retórica pseudo-erudita usada entre contentores do Bloco Central, com um suposto valor acrescentado no discurso fluente e assertivo da nova-vaga "xsocialista", a problemática essencial acima referida nunca é abordada
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Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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1 comentário:
«desde então foram injectados 1,3 biliões de euros de dinheiro público no sistema financeiro. Um décimo da riqueza mundial. Para estimular a economia real? é isso que sentem na vossa carteira? ... Como se vai vendo, foi mais para ajudar a especulação.»
Nada disso, Xatoo. Há que compreender que existe um monopólio banqueiro mundial, propriedade de meia dúzia de gajos, que funciona em uníssono.
Este monopólio rapa toda a riqueza mundial. Não há milhares (ou mais) de especuladores, cada um a roubar para seu lado. É uma máquina única.
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