Kissinger defende criação de «Grupo de Contacto»:
«A certa altura, temos de perceber se estamos a ter êxito ou não nas negociações. Ninguém quer ir para a guerra: mas este é o desafio mais importante que temos perante nós». Kissinger sugeria assim uma saída negocial para a crise nuclear iraniana porque «a ocupação militar do Irão seria um pesadelo» em que ninguém quer pensar.
Mas por trás da retórica mentirosa, é impossivel esconder as intenções bélicas de agressão, e este é o momento oportuno, quando os EUA, em sinal de que têm a intenção de permanecer militarmente na zona por tempo indeterminado, têm em via de acabamento a
implantação das 8 megaBases Militares construidas no Iraque
basta olhar para o mapa da região, para se perceber qual é o centro da questão
Por outro lado, vários são os analistas que sugerem que seria incomportável para os EUA o financiamento indefenido da actual guerra, por via da previsivel falência do dólar, quando mais a sua expansão, tornando-a extensiva à agressão ao Irão
O Custo da Guerra do Iraque
Os custos financeiros reais da guerra do Iraque para o governo dos EUA podem elevar-se até a US$2 x 10 12 (triliões), afirma Joseph E. Stiglitz, em estudo agora publicado. Este valor é superior em mais de 10 vezes àquele que fora considerado no início da guerra.
O estudo do Prof. Stiglitz, prémio Nobel de Economia, pode ser visto em:
www.gsb.columbia.edu
Como muito bem seria de esperar de um Império, a avaliar pelas forças súbditas participantes que apoiam de facto a invasão e as agressões no terreno, o custo da guerra está longe de ser pago em exclusivo pelos EUA, antes todos os paises que assinaram o tratado firmado na Operação Liberdade Duradoura, são contribuintes financeiros liquidos, o que explica a situação altamente inflacionária nesses paises, mascarada com a situação de défices artificiais para encobrir os custos belicistas astronómicos.
implantação das forças de ocupação
o mundo está mais seguro?
Estima-se que 146.000 iraquianos integram actualmente exércitos privados, sem qualquer controlo politico, transformando o Iraque num Estado de Terror. Recentemente a novidade são os crescentes confrontos que têm envolvido tropas Xiitas contra tropas Curdas. Parece que a par com a tentativa de envolver os apoios dados pelo Irão às facções xiitas, se contrapõe a vontade de a norte, se envolver a Turquia, cujos apoios aos rebeldes que reinvindicam um Estado Curdo se situam na provincia de Hakkari. Tudo isto, junto com a diabolização do regime iraniano com o frouxo e falso pretexto do problema nuclear, acabará por gerar um efeito dominó que alastrará a toda a região, passando-se de micro guerrilhas civis locais para a situação de caos generalizado - este panorama serve às mil maravilhas ao intervencionismo das forças Ocidentais agressoras, se é que não foi, sob a falsa capa da incompetência militar, meticulosamente planeado.Da grande convulsão politico-militar a que brevemente iremos assistir, provavelmente com o cínico nome de "intervenção pela Paz - a luta pela nova Rota da Seda, desta vez ao contrário, que leva petróleo para a grande fábrica do Mundo - nem os Estados Europeus que, por conveniência, se arredaram do apoio à agressão poderão, desta feita, permanecer de fora - a menos que se aliem mais definitiva e deliberadamente com a Rússia - assumindo-se como um novo bloco antagonista da NATO.
a Nação Curda e a pulverização dos Estados serve o Imperialismo. Têem a palavra as Bombas!?
Segundo se pensa, um dos principais "travões" contra estas intenções é a República Popular da China. Sabe-se que o Irão é um dos principais parceiros económicos da China e que esta depende em grande parte dos seus fornecimentos de petróleo. Que pensarão de tudo isto os dirigentes do Partido Comunista Chinês? até que ponto prevalecerão as "razões económicas" que têm sustentado artificialmente o dólar?
Faz um terço de século que Richard Nixon foi o primeiro presidente norte-americano a visitar a República Popular da China com a qual se iniciava o fim do isolamento internacional chinês. Daqui por mais outro quarto de século estima-se que a China ultrapassará os EUA como a primeira economia do mundo. Na sua relação, a China e os Estados Unidos, esforçam-se por manter um tratamento cordial, que favoreça ambos. Mas, sem dúvida, a perspectiva histórica levá-los-á até à confrontação. A China que Clinton considerava como seu sócio estratégico já é considerada por Bush como um competidor estratégico.
A China é uma potência militar (que possui além do mais 400 missiles nucleares) e tem um sistema que não é propriamente capitalista nem liberal. A sua economia é essencialmente estatizada. No modelo comunista tradicional o dinheiro não é tanto um valor que serve para gerar lucro e capital, mas permanece apenas um meio de contabilidade e de aquisição de produtos e bens indispensáveis. Lá, as empresas são do Estado e estão sujeitas a um plano quinquenal e os directores não podem ser donos das empresas mas apenas seus administradores. A China, sem dúvida, criou um novo modelo que combina o antigo sistema herdado de Mao, com elementos de livre empreendorismo. A empresa privada, que estava impossibilitada de prosperar na antiga União Soviética, tem agora bons alicerces e o capital estrangeiro é benvindo. E é aqui que estão trunfos básicos neste jogo. A China possui $US 260,000 milhões de dólares em títulos do tesouro americano, com os quais pode pressionar os EUA, que teme vendas massivas desses títulos, alterando assim as taxas de juro e de inflação no seu país.
(sobre a China e as relações comparativas com os EUA, ler o artigo completo de Isaac Bigio)
Se os Estados Unidos e a Europa, sob a égide da Nato, atacarem o Irão, conseguindo a neutralidade da China (e da Russia), que estranho pacto haverá entre as quatro potências?. A divisão internacional de trabalho, se atendermos à bitola da maior empresa mundial, a norte-americana Wal-Mart, fica bem explicita neste gráfico proporcional da implantação quantitativa dos produtos fabricados mundialmente. Mas o valor real das mercadorias produzidas são hoje uma parte infinitesimal dos valores financeiros de capital ficticio em circulação.
«Obviamente, não queremos que o Irão tenha armas nucleares e não sei se as estão a desenvolver mas, se não as estão a desenvolver, são loucos»
Martin van Creveld, Historiador militar israelita
2 comentários:
kissinger, cavaco silva, bento xvi, romano prodi, carmona rodrigues......
¿"doctor extrañoamor"? ¿doctor strangelove?
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