(…) e a Policía irrompeu nas sedes da Afinsa e Forum Filatélico dedicadas a investimentos em selos, arte e coleccionismo(…) 350 mil pessoas poderão ter ficado lesadas
São os Bancos que fazem a gestão do sistema capitalista. Sustentam-se no dinheiro dos depositantes que lhes confiam o seu dinheiro, emprestando esses valores depositados a terceiros cobrando uma parte por isso. Isto é mentira!
Supunhamos que 5% dos depositantes retiravam os seus depósitos dos Bancos; isso representaria apenas 1% do dinheiro em circulação. ¿Imagine-se agora o que se passaria, se em vez dessa percentagem a ameaça de corrida aos bancos fosse de uma dimensão realmente importante?! – o Capitalismo falia em dois dias? (como no Crash de 1929?) - Ainda que toda a gente levantasse o seu dinheiro, o capital fictício em circulação excederia em cerca de 80% toda a quantidade de dinheiro levantada no seu conjunto,,,
Como se gerou tanto dinheiro fantasma??
É fácil. Quando o Banco concede um empréstimo de 1000€ em principio recolhe o dinheiro das poupanças depositadas pelos seus clientes e dá-o de empréstimo ao cliente que ficará como credor. Portanto 1000€ passam a ser 2000€, as duas partes somadas do cliente aforrador e do cliente credor. Aqui podemos ver que a solidez do sistema se baseia na “hipótese” de que nunca no dia X os aforradores se apresentem todos numa sucursal bancária querendo levantar o seu dinheiro. Fica demonstrado que esta solidez do sistema capitalista é tão inflamável como o papel que reveste os cigarros.
No caso da Banca ter investido o dinheiro dos clientes aforradores na Bolsa, e se desse o caso anterior, tal produziria um efeito de “pânico” na Bolsa que provocaria a desvalorização das acções não só desse Banco mas de todas as demais. Suponha-se que a Banca se via obrigada a vender 30% das acções da Repsol, 40% da Companhia do Gaz, e muitas outras mais – isso geraria um efeito de pânico em cadeia no Mercado em que todos os títulos se desvalorizariam em poucas horas, já que o preço das acções se baseiam no volume de compradores possíveis (oferta-procura). Neste caso ninguém quereria comprar – todos quereriam vender (situação verificada no Crash de 1929, e seguintes - estamos a meio do crash pós-Nasdaq).
Por conseguinte, o sistema Capitalista, é de uma volactibilidade inaceitável, embora pretendam fazer-nos crer que assim não é. A partir do momento em que é possível ganhar dinheiro sómente por investir dinheiro (mais-valia financeira) conjugado com a cobiça e ambição das pessoas, é fácil atingir-se a situação sempre eminente de um novo Crash tipo 1929. O caso dos selos, das obras de arte e dos objectos de coleccionismo, pode parecer um caso pequeno, de substituição da falta de confiança no dinheiro – se o compararmos com toda a Banca – porém é simplesmente um caso exemplar da “solidez” do Capitalismo.
Claro que os tubarões da Alta Finança sabem disto, e enquanto a arraia miúda mata a cabeça e enterra as suas poupanças nestes esquemas de pirâmide, os verdadeiros aficcionados da arte de viver sem trabalhar desataram a comprar Ouro e a metê-lo debaixo da cama. O preço da onça de ouro era em 1970 de cerca de 100 U$ dólares, em 2002 de U$331 dólares e hoje em 2006 é de cerca de U$ 800 dólares. Só nestes últimos 4 anos geraram uma mais-valia de mais de 100%.
Um sistema que gera estes benefícios é insustentável, porque estes benefícios em prol de individuos avulso que os consomem irracionalmente como se lhes dá na real gana, são valores perdidos em outros investimentos pensados para satisfazer as necessidades de toda(s) a(s) Comunidade(s)
cartoon de Luis Afonso
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