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domingo, setembro 30, 2007

Sonho da jovem funcionária camarária da limpeza

Ah! Quem tivesse umas andas
para andar longe do chão
da merda de cão
dos vómitos dos homens
umas andas para andar
mais perto do ar
a abocanhar as nuvens
a desafiar os pássaros
a poisar-me
sem rodeios
nos cabelos
nos ombros
nos bicos dos seios!

sábado, setembro 29, 2007

o Candidato do 11 de Setembro

Rudy Giuliani não tem outra base de apoio para a sua candidatura que não seja a opinião efabulada do que teria feito no 11/9. O dinheiro sujo de sangue que lhe andam a pôr na campanha e o investimento feito no seu discurso aterrorizante (contra os “inimigos da nação”) é demasiado para a capacidade de captação de votos que este republicano reformado poderá arrebanhar. Alguém precisaria de perguntar a Giuliani porque é que ele não tem o apoio das corporações e sindicatos que primeiro tentaram responder aos acontecimentos desse dia” – é mais ou menos nestes termos que Jenn Coolidge, uma leitora da TimeMagazine, interpela o ex-mayor de New York, talvez antes de saber, porque é americana e está sujeita à barragem censória dos meios de informação no seu país, que as próprias fotografias onde Giuliani aparece com pose de herói do 11/9 foram cuidadosamente encenadas. Seria também muito proficuo indagar, dada a presunção que os republicanos enfatizam ao afirmar ser os únicos a ter capacidade para manter os americanos em segurança, porque seria que “aviões terroristas” atacaram um Estado governado por um Senador republicano, uma cidade com um mayor republicano, tudo isto enquanto outro republicano ocupava a Casa Branca.

Rudy Giuliani – biografia histórica não autorizada

Em meados da década de 70 a América estava atolada na sua maior crise de sempre. Afundada na guerra do Vietname. O capitalismo, como sempre, à beira da falência. A vida nas cidades degradava-se a passos largos, rumo ao precipício da violência e da anarquia imposta pelos excluidos. A economia impunha o crescente desmembramento social. New York era a face mais visivel da degradação. Desenrolavam-se desapiedadas campanhas contra os muitos milhares de sem abrigo e os okupas da cidade (incluindo durante dois mandatos democratas consecutivos na autarquia). A negativa do presidente Ford em atribuir subsidios para tirar a cidade duma profunda crise fiscal ficou imortalizada pelo famoso título do “Daily News”: “Ford to City: Drop Dead” (Ford diz à Cidade: Caiam Mortos)

Entretanto a política de desanexação do valor do dólar relativamente ao valor do ouro depositado na reserva federal, (cumprindo o inicio do programa neoliberal onde o judeu Alan Greenspan faz a sua aparição), determinada pela Administração Nixon (com George Herbert Bush como vice-presidente), fazia o seu caminho. De falidos pelo esforço de guerra, combinando a subida do preço do petróleo após a crise de 1973 com a inflação gerada pela valorização artificial da moeda, os Estados Unidos poderiam com a mais valia ficticia adquirida, nessa época, ter pago “quatro guerras do vietname”.

Em New York seguiu-se o fracasso do plano urbano que Carter intentou levar a cabo em 1978. Este foi o primeiro indício de que a economia nacional se desvinculava e tornava cada vez mais independente das suas cidades – abandonando-as à procura de “programas próprios que lhe permitissem ser incubadoras destacadas da economia planetária” (Paul Knox e Peter Taylor: “World Cities in a World System”).

É neste contexto que Rudy Giuliani, personagem que bem poderia ter saído da populista e reaccionária “Liga dos Patriotas” que reprimiu os revoltosos de Paris em 1870, faz a sua aparição com uma política revanchista – iniciada com o inóquo nome de “Estratégia Policial nº 5” destinada a “recuperar os espaços públicos de NY”.
O programa aspirava à reestruturação da escala urbana, com a ambição da cidade possuir a sua própria política externa. Este foi o mote para ter também a sua Polícia própria. Os ingredientes vitais do revanchismo – reacção e vingança – converteram-se no motor da politica municipal, que estalou na violência policial contra imigrantes, trabalhadores, pessoas de côr e quaisquer outros grupos que pudessem ser percebidos como tendo “roubado” a cidade aos seus legítimos proprietários (da classe média e brancos). O assassinato de Amadou Diallo por quatro agentes da policia à paisana que dispararam quarenta e uma balas contra o imigrante guineense, ou a agressão, tortura e sodomização do haitiano Abner Louima foram dois casos mediáticos de uma série de brutais ataques policiais contra vítimas inocentes. Brutalidade que se converteu em norma. No ambiente de guerra civil urbana que as crises trazem, ano após ano acontecem dezenas de tiroteios e a detenção de pessoas pela sua raça é um procedimento operacional normal. Muitos cidadãos inocentes são submetidos a rusgas, detenções erróneas, encarceramento injustificado, e invasões sumárias das suas habitações.

Derivado do espectacular aumento da brutalidade policial nos anos 90, o Municipio de NY pagou a soma, sem precedentes, de 96,8 milhões de dólares entre 1994 e 1997 para resolver litígios contra a polícia. Perto do final da Admistração Clinton a maioria dos novaiorquinos tinha a sensação que a Polícia estava fora de controlo. (Michael Cooper: “New York Police Will Start Using Deadlier Bullets”). Data desta época a abordagem, pelas organizações de assistência social mandatadas pelo Municipio, que ofereciam aos milhares de “homeless” bilhetes de comboio ou autocarro só de ida para os incentivar a regressar às suas terras de origem. Este projecto de “estado policial, tirania e falta de compaixão” valeria a Giuliani os epípetos de “Hitler do Hudson” e “Mussolini de Manhattan” (Barry Dan, NYT) – ambiente que ficou desanuviado quando a paranóia se começou a mesclar com a estupidez: quando o autarca pretendeu gastar 15,1 milhões de dólares na construção de um “bunker”, um centro de controlo de emergência à prova de bombas que seria utilizado em caso de ataque terrorista contra New York. A cidade inteira desatou a rir a bandeiras despregadas quando se constatou que o “bunker” de Giuliani iria ser instalado no 23º piso do World Trade Center. Estavamos em 1998. (Kit R.Roane, NYT). O porta voz do City Council Peter F. Vallone diria a propósito: “Se ele quer construir um bunker para a única gente que confia nele, tudo o que necessita é de uma cabine telefónica” – Como nos haveríamos de nos divertir se não fossem os políticos yankees?

Benito Giuliani”, na sua fúria persecutória ficaria também para a história por perseguir, multar e bloquear os carros mal estacionados do corpo diplomático na ONU, por importar professores austríacos e espanhóis para o ensino público na cidade e, mais importante do que tudo o que até aqui já ficou dito: por um extraordinário presente de natal oferecido às elites capitalistas da cidade.

Em resposta às ameaças de transladar a Bolsa de New York, situada em Wall Street, para New Jersey, meia dúzia de quilómetros mais acima, o Mayor anunciou uma subvenção fiscal de 900 milhões de dólares, sob o pretexto de assegurar que a Bolsa se manteria na cidade. Na prática tratava-se do último e maior de uma série de “geo-subornospagos pela cidade às corporações multinacionais. A dádiva incluia 400 milhões para a construção das novas instalações de 60 mil metros quadrados destinados exclusivamente à Bolsa em Wall Street. Ninguém tentou esconder que a necessidade financeira não era um dos argumentos que haviam impulsionado o acordo. A subvenção fez-se pública num momento em que o Dow Jones disparava acima dos 11 mil pontos!, um aumento sem precedentes de 400 por cento em 11 anos, quando a Bolsa de New York estava a obter mais valias insólitas sobre as economias de todo o planeta. Este era decididamente um acordo que se poderia declarar como uma aliança entre o Governo e o Capital. Sabemos como tudo acabou: em 2000 a Bolsa de NY implodia, as torres gémeas desmoronavam-se em 2001 e Giuliani acabaria por ser candidato presidencial em 2007. Mais abaixo do que isto, não há nada que possa cair na América.

sexta-feira, setembro 28, 2007

hoje é dia de conclave na capela que mergulha Portugal num novo obscurantismo

Em quem votaria para o lugar do figurão propositadamente apagado da fotografia por aparente irrelevância, mas que depois se revelaria como elemento fulcral nas acções criminosas subsquentes ao Acordo das Lages ?

em quem votaria?
num extremista que andou a tentar roubar mobilias
num amigo do ditador de Angola
num delfim do capo Berlusconi
num faxina da Comissao Europeia
num ex-primeiro ministro da Tanga
pollcode.com free polls

o espaço deixado propositadamente vazio destina-se a ser preenchido com outras opções. Assim Vc pudesse aceder e interferir nesse espaço

quinta-feira, setembro 27, 2007

Em artigo de hoje no Publico (pag.41) intitulado "Abraçando o Mundo no Século XXI" Cavaco Silva sugere que "a igualdade de oportunidades no acesso aos benefícios da economia global é um imperativo que deve guiar os Estados". Este raciocinio é fraudulento. Na prática o que existe é a globalização da lei do mais forte, a receita neoliberal é aplicada por igual em toda a parte do "mundo livre".

o Zero de Conduta chama a atenção para o caso deste jornalista precário que, agradecendo um prémio, o fez, desafiando na sua presença, o mesmo presidente Cavaco. Há sempre alguém que resiste,
João Pacheco:
A minha parte do dinheiro servirá para pagar dívidas à Segurança Social. Parece-me que é um fim nobre. Não sei se é costume dedicar-se este tipo de prémios a alguém, mas vou dedicá-lo: a todos os jornalistas precários. Passado um ano da publicação destas reportagens, após quase três anos de trabalho como jornalista, continuo a não ter qualquer contrato. Não tenho rendimento fixo, nem direito a férias, nem protecção na doença nem quaisquer direitos caso venha a ter filhos. Se a minha situação fosse uma excepção, não seria grave. Mas como é generalizada - no jornalismo e em quase todas as áreas profissionais - o que está em causa é a democracia” – Se eu fosse o presidente tinha-me enfiado num buraco pelo chão abaixo. Mas isso seria eu, que tenho vergonha na cara. E nunca prometi a ninguém “que não me conformava com isto”. Uma frase ao melhor estilo crocodile-dundee.

Pese embora que a Lei Bolkestein e a Constituição Europeia tenham sido rejeitadas massivamente nos únicos referendos que foram feitos, os preceitos legislativos neoliberais previstos estão, na prática, já de há muito a ser aplicados na Europa, com a conivência das inspecções de trabalho – com não actuações escandalosas (como no caso dos trabalhadores bancários) – que comparativamente contrastam com o excesso de zelo proto-fascista da ASAE contra o pequeno comércio e os trabalhadores por conta própria - ataques que visam destruir-lhes os pequenos negócios de subsistência em benefício da ampliação do mercado das grandes corporações.

O tema da precaridade é tratado no artigo “Tecnologias de Informação e Comunicação, trabalho em casa e novos estilos de vida” de Emilia Rodrigues Araújo, publicado no Le Monde Diplomatique, edição de Setembro, pag. 4, nestes termos:
“Além da acomodação espacial que o teletrabalho implica, com os escritórios e seus acessórios a serem mudados para dentro de casa, conta-se também o que Eviatar Zerubavel designa como “disponibilidade constante”, isto é, o trabalhador torna-se contactável durante todo o tempo e em qualque espaço e o tempo-espaço de trabalho torna-se acessivel ao desempenho de actividades de foro doméstico e familiar”.

Na prática acontece que até a casa particular de cada um se torna num espaço de justaposição de exigências postas ao serviço do empregador.

E, lendo isto, veio-me à memória um artigo no “La Haine” escrito por Mariana Vilnitzky intitulado “Salários precários, Jornalismo precário” em que se contava a história de um jovem jornalista (aproveitando a sugestão de Cavaco Silva para usufruir dos "beneficios da gloalização" desregulada, pode-se sempre imigrar para) aqui ao lado em Espanha:
Actualmente, para evitar os contratos laborais, as empresas proprietárias dos periódicos criam empresas subsidiárias ou simplemente terciarizam o trabalho sem nenhum tipo de responsabilidade.
Um dos chefes de um dos diários de maior tiragem em Espanha ofereceu trabalho a Jacinto (nome ficticio) – “os artigos são fáceis de fazer” disse o chefe ao pretendente. “Tens de tratar temas de Emprego, pedimos sempre vários testemunhos e fotos. Podes fazer as entrevistas por telefone e pedir que te enviem as fotos. Assim escusas de sair de casa. São colaborações porém podes publicar bastantes e com o tempo podes ganhar bastante massa” – “¿ E quanto pagam por artigo publicado?” perguntou Jacinto titubeante, receoso de que algum dos milhares de jovens estagiários desempregados resolvessem eles agarrar primeiro a grande oportunidade. “40 euros por artigo”, respondeu o chefe. Redigir um artigo destes mais ou menos bem feito custa dinheiro: chamadas telefónicas, muitas vezes de telemóveis, pelo menos uma deslocação, transporte próprio, uso de electricidade, computador próprio e tempo. Demora no mínimo um dia, senão mais.
“¿ E quantos artigos posso chegar a publicar? Talvez um por semana?”, perguntou Jacinto. “Talvez”, respondeu o chefe. Recordou que até há não muito tempo se pagavam 150 euros em qualquer pequeno meio de informação por um artigo de meia página. “Tivémos de diminuir um pouco” apressou-se a dizer o chefe, que era quase tão jovem como Jacinto e tinha marca do jornal onde trabalhava impressa no coração. “Mas a vocês não vos corre bem a vida? não são um dos periódicos mais lidos do país?”. “Claro, justamente por isso” respondeu o chefe com um sorriso de boneco inchado, acreditando que gerava empatia. “Conto-te isto porque tenho confiança contigo. Vamos fazer grandes mudanças no jornal. Vamo-nos expandir acoplando um canal de televisão, um sistema unificado de internet, juntaremos à imprensa escrita o audiovisual. Seremos grandes!”. Ah... contestou Jacinto sem chegar a compreender, “E por isso, os proprietários querem que sejamos nós a poupar. Não te enxergas?”
É dificil escrever sobre temas de Emprego sem disparatar, quando o próprio está totalmente desvalorizado. Jacinto nunca regressou, porém as páginas preenchidas com colaborações a 40 euros por artigo num dos periódicos mais lidos de Espanha continuam repletos de nomes de colaboradores.
A história de Jacinto não é uma anedota. Traça o terrivel panorama dos novos meios de comunicação. Assim se paga e assim se escreve. Desde há alguns anos cada um dos novos Media que saem à rua, os gratuitos e os não gratuitos, lutam para ver quem paga pior. E a qualidade do que se produz é directamente proporcional”.
(fonte)

relacionado:
A Europa do Capital - Transformações do Trabalho e Competição Global
Luciano Vasapollo

"Os Afagadores de Soalhos"
Gustave Caillebotte, 1875 - Musée D´Orsay, Paris

quarta-feira, setembro 26, 2007

Breaking News
(Publico de hoje)
nã, assim não vão lá” perora na TSF (ou já nem sei onde) uma conhecida luminária neocon, enquanto Moita Flores tinha afirmado no dia imediatamente anterior que “aquilo que se tem passado com as quotas e os cadernos eleitorais é um caso de polícia” (sic) E disso, podem crer, percebe o homem que já escreveu novelas policiais. Entretanto o velho menino guerreiro prepara-se para assumir a chefia da bancada parlamentar do partido- que- só- o- é- quando-há-lucros-auspiciosos-no-horizonte-próximo. O pagode agradece a disponibilidade dos bobos para o espectáculo. (embora seja rasca, é praticamente à borla, para nós; que não para o orçamento do Estado).
É verdade, rimo-nos do desespero dos gangs de tropas partidárias escanzeladas, rôtas e completamente desacreditadas. Mas, quando o show, para nosso gáudio, parece cada vez mais ridículo, como já tínhamos avisado aqui (no clube dos eleitores mortos em 12/Dez/2006), tocam as trombetas do arauto Bilderberg, com éditos a correr no portão da igreja balsemónica. Vem aí o tal gajo, um clone transgénico do Cavaco da Figueira, que vai impôr a ordem à turba quezilenta. Enquanto isso, no canal 2 da RTP, cujo programa de cultura foi precisamente destruído pelo tal trauliteiro que agora se anuncia como salvador dos degradados, à hora nobre do Telejornal, pela disfarçada mão do Nacional Geographic (cujo lema é “Inspiring People to Care About the Planet”), passa um inenarrável programa de promoção e propaganda militarista ao fabrico dos tanques americanos Abraham na linha de montagem de Anniston. (Não sei de todo como acabar este post sem chamar nomes a ninguém, de maneira que, acaba assim: abruptamente se diz nada)

"holocausto", a controvérsia acerca das câmaras de gaz

referencia a este post de "Um Homem das Cidades"

1. Em 1992 um jovem investigador, o JUDEU americano David Cole, entrevistou o curador e director dos arquivos do campo de Auschwitz no pós guerra, o Dr. Franciszek Piper, ouvindo dele o seguinte: “Depois da libertação do campo, aquilo que disseram ser uma câmara de gás apresentava um aspecto que parecia ser – à primeira vista - um abrigo anti-aéreo. Pelo lado de fora desta instalação, as paredes interiores construídas em 1944 tinham sido removidas e as aberturas no tecto foram feitas de novo”; e disse mais muitas outras coisas que podem ser encontradas aqui nesta descrição.
Para que diacho seria preciso desatulhar a Câmara de gaz se ela teria estado a ser tão intensamente usada para "genocidar judeus"? Significa que as obras de construção civil começaram logo em 1944! e a partir daí, desde que as forças aliadas vencedoras alteraram os tijolos, foi um fartar vilanagem com toda a espécie de manipulação escrita que serve ao espectáculo que é hoje o Museu de Auschwitz, principalmente no audiovisual, a mais fácil de captar as almas simples; Foram os filmes que serviram de “prova” no julgamento de Nuremberga.
2. Anos mais tarde Cole foi forçado por uma campanha de ódio (denominada "Monstrous Traitor") movida pela Liga de Defesa Judaica a desistir da negação do "holocoiso", sob uma enorme barragem de ameaças de morte. Se o homem era mais um lunático, porquê a perseguição? Não será esta a melhor prova que alguém, (os beneficiários da teoria Sionista de vitimização, que justifica hoje a odiosa campanha de Israel) receia que o holocausto simplesmente não tenha existido?

1ª parte (29 min 55 seg.)



2ª parte (31 min 48 seg.)



Numa dramática entrevista, até aí sem precedentes, o Dr. Franciszek Piper, director dos arquivos do Museu Estatal de Auschwitz (em Oswiecim na Polónia, país satélite da URSS) admite perante o entrevistador que o “Crematório1”, a alegada “câmara de gaz homicida” mostrada à exaustão a milhares de turistas em cada ano, foi de facto “fabricada” depois da guerra pela União Soviética – aparentemente debaixo de ordens directas de José Estaline (um judeu). O que Piper diz - de facto sobre a câmara – é que o explosivo “Relatório Leuchter” estava correcto: nenhuns gaseamentos homicidas tiveram lugar nos edificios designados como “Câmaras de Gaz de Auschwitz”. Admitindo isso, por nada mais nada menos que o responsável pelo Museu Estatal de Auschwitz, um dos mais sagrados factos da história é assim destruido.
Esta “câmara de gaz” é o maior “facto histórico” no qual assenta a maior parte da politica externa e doméstica de todas as nações ocidentais desde a 2ª Guerra. É na politica nascida desta “constatação” que se apoia a ajuda externa dos Estados Unidos de mais de 100 biliões de dólares ao Estado (Judeu) de Israel desde a sua fundação em 1948 – no montante de 16.500 dólares por cada homem, mulher ou criança estabelecidos no “Estado Judeu”, para além de outros biliões mais em “reparações de guerra” concedidas pela Alemanha – já para não mencionar a construção das redes eléctricas, de telefone e sistemas ferroviários – todos eles “ofertas do povo germânico” (O primeiro chanceler alemão no pós guerra, nomeado pelos aliados, foi um judeu: Konrad Adenauer). Foi a base para mais de 10 biliões de dólares de investimentos (leia-se: ofertas) feitas a Israel para construir habitações para os imigrantes nos territórios ocupados... enquanto muitos americanos dormiam nas ruas e os negócios ruiam aos milhares (note-se que até 2004 nem um único “empréstimo” ao Estado Judeu feito pelo erário público proveniente dos contribuintes americanos foi jamais pago). A Alemanha pagou “reparações”, os Estados Unidos deram contribuições fabulosas – tudo com justificação na existência das “Câmaras de gaz de Auschwitz” e em todas as demais estórias que gravitam essa fraude fundadora.
Se as “Câmaras de gaz genocidas” foram uma criação dos Soviéticos no pós-guerra, onde ninguém foi gaseado atendendo à sua raça, credo,côr de pele, religião ou país de origem, então estas “reparações” teriam sido desnecessárias; foram baseadas numa fraude.
David Cole, o autor da video gravação depois de 12 anos de estudos, como muitos milhões de americanos, tinha sido instruido desde a sua juventude, no “facto irrefutável” dos “homicídios em massa” que tiveram lugar em Auschwitz. O número desses executados – também considerados irrefutáveis – era de 4,1 milhões de pessoas.
o qual foi seguido de uma reavaliação oficial do número de mortos em Auschwitz – fixado desde então em menos de 1,1 milhão de vítimas, a maior parte causadas pela epidemia de tifo que assolou o campo em 1945.
Qualquer pessoa que publicite outros dados ou ponha em causa o número oficial de 4,1 milhões de “gaseados em Auschwitz” é automaticamente rotulado de anti-semita, neo-nazi, skinhead, no mínimo. Contudo, por via dos dados apurados pelos revisionistas os números verdadeiros, como se disse, são inferiores a 1,1 milhão. Nenhuma menção é feita aos 3 milhões desaparecidos (a maior parte refugiados nos territórios libertados pelos Russos durante os últimos tempos da queda do Reich - vidé mapa dos campos de concentração nazis). O filme de Cole prova que os individuos que dirigiram o Museu Estatal de Auschwitz tiveram práticas de fabrico de “provas” dos gaseamentos genocidas. Tenha-se em conta que a estória do “crematório nº1” no seu estado original já foi contada a milhões de turistas, conquanto os responsáveis oficiais soubessem que “ a instalação original” é uma Mentira.

terça-feira, setembro 25, 2007

José Sócrates nas Nações Unidas reclamou a chamada ao cumprimento do Acordo de Quioto dos novos “gigantes emergentes”: A Índia, o Brasil e a China. Enquanto o país anfitrião do edifício da ONU, os Estados Unidos, o maior poluidor do planeta escapou incólume ao apelo. Assim como Portugal, o piolho agarrado ao hospedeiro, tenta também escapar.

Cada vez se torna mais evidente a estratégia meio secretamente consertada na Cimeira das Lajes pelo bando dos 4: Bush, Blair, Aznar e Barroso – invadimos o Iraque, onde se concentram as segundas maiores reservas de combustíveis fósseis conhecidas (as primeiras, por via da parceria Bush/Casa de Saud estão asseguradas), destruimos a região por forma a que se alguma vez eles pretenderem sair da miséria onde foram lançados terão de vir mendigar às nossas forças de intervenção entretanto ali estabelecidas sem prazo de retirada, a oferta de petróleo nas condições que determinarmos; Pagamos a guerra com a subida concertada das taxas de juro e o aumento dos preços do petróleo “espremendo” os contribuintes que possam sustentar as máquinas fiscais, ao mesmo tempo que emitimos dinheiro fictício quanto baste para inflacionar as receitas e as colectas. Se não se conseguir aguentar a bolha, deixamos cair o dólar (que como meio de pagamento aos nossos credores, vão receber o valor das dívidas desvalorizadas), fixamos os activos na nova moeda de referência (o Euro) e exportamos a crise para os países de economias subdesenvolvidas (África, Brasil, China, etc.) com a criação de novas bolhas alternativas – ou seja, enquanto passamos a dispor do petróleo em grande parte para nosso uso exclusivo (podendo dar-nos ao luxo de poluirmos na quantidade que tivermos necessidade) os países das economias das periferias vão ficar obrigados a comprar-nos tecnologia anti-poluidora que entretanto desenvolveremos, mantendo a supremacia imperialista. Nesta neo-macro estratégia de dominação, até o senhor Mário Soares colabora com beijinhos e abraços ao convidar o "arqui-rival" Cavaco para presidir ao “Fórum da Energias” – afinal são eles os dois históricos de quem depende que se perpetue na sua ninhada de descendentes da “ditadura democrática” do Bloco Central – cuja sobrevivência politica depende do êxito desta estratégia de mercado neo-colonialista sob a bandeira do meio ambiente.

Estas coisas acontecem e na altura ninguém acha nada de estranho. O presente negócio, a parceria Galp/Venezolana de Petróleo, angariado por Soares para o Estado português deriva, segundo a imprensa tornou público, de dois telefonemas: um para Carlos Andrés Perez (ex-presidente da Venezuela, preso e depois exilado na sequência de um processo de Corrupção no seu pais. Segundo o DN, Perez foi "um dos principais apoiantes do PS de Soares na conturbada fase pós 25 de Abril", o que em linguagem de gente significa que choveram grossas maquias daquelas bandas) e para Raúl Morodo, ex-embaixador de Espanha em Lisboa e actual embaixador em Caracas, tido como próximo da corrente que pretende impor sanções anti-Chavez. Tendo em conta as práticas habituais do PS, desde Felgueiras até ao recentissimo envolvimento com a "Máfia dos Bingos" no Brasil, é de crer que neste, como noutros negócios, nunca há almoços grátis. Um dia virá a lume o que lucra o PS com mais esta empreitada.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Parque Mayer, Propriedade Imobiliária, Capital Financeiro e Cultura

Se Deus existisse, e providenciasse pôr os habitantes da Grande Lisboa previamente a salvo, do que a actual Cidade precisava mesmo era de um terramoto. Existe outro problema grave para a convocação dos deuses à resolução democrática e participativa da vivência na Cidade: é que nos tempos que correm por aqui vagueia apenas um Cândido para cada 50 mil Panglosses.

Do jornal “Público”: “Todos os planos até agora gizados para o Parque Mayer podem simplesmente não se concretizar, ou só ver a luz do dia daqui a muitos anos. Basta para isso que as autoridades que estão a investigar a permuta deste recinto pelo da Feira Popular com o grupo Bragaparques decidam anular o negócio e o Parque Mayer regressa às mãos destes privados. Nesse caso poderão ter de cumprir o que a Câmara decidir que são os novos usos deste espaço – mas é mais do que certo que não o farão de livre vontade e que o recurso para tribunal serão mais que muitos”. O colunista esquece-se que as condições em que o recinto foi parar às mãos da Bragaparques no tempo de João Soares podem também elas ser investigadas (como tantos outros casos) e, em nome do interesse público, a Câmara pode expropriá-lo a custos correntes, arvorar-se em Entidade Promotora e supervisionar ela própria a execução do projecto, um pouco à imagem da acção levada a cabo na Expo98. Trata-se novamente de um projecto essencial para revitalizar o coração da cidade e existe legislação aprovada recentemente que privilegia este tipo de empreendimentos, sendo eles de declarado interesse nacional.

Do principio de terramoto que se abateu por Lisboa, primeiro com o keynesianismo industrial que expulsou a população nativa para os subúrbios, depois com a falência do neoliberalismo pós-industrial, a face que é hoje mais visivel é a da Corrupção, caso sobre o qual ainda não foram tomadas quaisquer medidas. Esse e o facto de ter sido eleito para a governança da Cidade um delegado do Governo central inquina a transparência com que as decisões possam vir a ser tomadas. Decerto que não serão evitadas as tentações de continuar, à semelhança do que é feito em prol das grandes multinacionais no país, a entregar por valores irrisórios aos representantes privados do capital monopolista, vastos sectores nobres do património histórico e cultural.

O planeamento estratégico do território e o urbanismo são indispensáveis para garantir um Desenvolvimento Sustentável, hoje entendido como a gestão prudente do espaço comum, que é um recurso crítico, de oferta limitada e com procura crescente nos locais onde se concentra a civilização.” in Concelho Europeu de Urbanistas, “A Nova Carta de Atenas 2003 – a Visão do Concelho Europeu de Urbanistas sobre as Cidades do Séc.XXI.

O que vier a ser feito no Parque Mayer não deve ser dissociável de um projecto global para a cidade; se é que ele existe. De qualque modo, o Parque Mayer não poderá ser outra coisa senão a porta nobre de entrada para o Jardim Botânico (livre de silos para automóveis e outras alucinações que já chegaram a ser equacionadas). Eis alguns tópicos para a definição das linhas sócio-culturais que deviam presidir à tomada de decisões neste tipo de caso.

1. Lisboa como Capital do país que agora invoca termos sido os primeiros a iniciar a globalização, não tem um grande Museu das Descobertas. O espaço natural, mais nobre, onde poderia ser criado seria a extensão a partir das obras inacabadas do Palácio da Ajuda.
2. O Museu da Cidade, no Campo Grande, está instalado no Palácio Pimenta em condições obsoletas. Deveria constituir o pólo central de atracção justamente do novo Parque Mayer, tendo como ponto de partida o edifício degradado do Teatro Capitólio, um dos ícones do nosso movimento modernista. Em redor deste polo cultural gravitariam espaços comerciais temáticos sobre as tradições locais e regionais, esplanadas e tabernas com fado vadio, um anfiteatro ao ar livre para a realização de espectáculos de rua, etc. (enfim, um ar de feira da nossa cultura com as mesmas barraquinhas à imagem do antigo recinto e não apenas “teatros de revista” com mensagens popularuchas, imbecis e retrógadas). Um sitio que apele igualmente na criação de uma massa de visitantes, tanto de turistas de classe média alta, quanto solicite o desejo de regresso à vivência na cidade da imensa população das classes médias "desterradas" nos subúrbios.
3. Agora que se fala na instalação permanente de uma secção do Museu Hermitage em Lisboa, ele seria construído em redor dessas instalações devolutas no Campo Grande em articulação com o projecto para a nova urbanização do Sporting, num projecto de conjunto que, criando uma nova e moderna centralidade, reconvertesse aquela zona completamente incaracterística, que funciona sem vida própria apenas como placa giratória de utentes em trânsito para os transportes.
Claro que existem outras decisões a outros níveis sobre a cidade que não cabem aqui agora equacionar:
4. É absolutamente retrógrado que não exista uma Entidade Metropolitana Central de Transportes. Que não seja aproveitada a ideia do arquitecto João Tudela da criação de um interface ligando a linha de Sintra à rede do Metro no Largo do Rato. Que a localização do novo aeroporto não seja definida em função do aproveitamento das instalações da base aérea do Montijo. Que se façam novas pontes para automóveis. Que se pense o TGV para além da ligação imediata Lisboa-Madrid
.

domingo, setembro 23, 2007

Paradoxos do presente e lições de Marx

(…) o importante deste artigo é procurar fazer entender de maneira simples a actualidade, a coerência lógica da análise de Marx e sua forte capacidade de ser, ainda hoje, o pensamento-guia para a superação do capitalismo
Luciano Vasapollo

A “economia política clássica”, começando por Smith e Ricardo, se de um lado colocava de maneira revolucionária o trabalho como base do progresso humano, por outro identificava o sistema capitalista, fundado na propriedade privada dos meios de produção e no trabalho assalariado, como o único sistema econômico racional e, portanto, natural. Sobre tais pressupostos teóricos e ideológicos se insere o estudo e o desenvolvimento do pensamento de Marx.
A primeira e fundamental mistificação da “economia política” é, de acordo com Marx, fazer passar um certo tipo de economia, uma particular forma social de reprodução humana, por “a economia” e “a sociedade”. A economia política não vê o capitalismo como uma realização histórica, que como tal teria um principio e, seguramente, um fim. Para iluminar essa contradição, Marx nos seus Manuscritos econômico- filosóficos usa os resultados das cruéis análises às quais a própria economia política submete a sociedade industrial moderna. Os teóricos da “economia política” afirmam que o valor de uma mercadoria é dado pelo trabalho socialmente necessário para produzi-la, mas, do mesmo modo, demonstram que o salário do trabalhador corresponde a uma pequeníssima parte do produto do trabalho. Ao mesmo tempo, o salário é o preço da venda de si próprio que o trabalhador está obrigado a fazer, aceitando assim, sob a máscara de um livre contrato, uma escravidão igual nos conteúdos, senão na forma, àquela antiga da sociedade esclavagista.
Marx prova em bases rigorosamente científicas, partindo da consequência da sua análise da teoria do valor, que o valor da força-trabalho, diferentemente de todas as outras mercadorias, é composta de dois elementos incorporando em si a mais-valia. Depois de ter desenvolvido, portanto, a teoria da mais-valia, Marx revela, pela primeira vez na história da ciência econômica, o mecanismo da exploração capitalista de maneira rigorosamente científica, partindo da análise do capital como trabalho apropriado, não pago à classe trabalhadora.
Mas Marx foi um pouco mais além, mostrando que a apropriação por parte dos capitalistas do trabalho não pago aos operários ocorria de acordo com as leis internas do capitalismo. Isso é ainda mais verdadeiro hoje, no momento em que subsistem elementos típicos dos processos fordistas; ou melhor, o assim chamado modelo pós-fordista, típico da área central dos países de capitalismo avançado, convive com um modelo ainda tipicamente fordista na periferia e, certamente, como modelos esclavagistas nos países da extrema periferia (por extrema periferia entenda-se, também, algumas áreas marginas do centro). Isso porque hoje convivem as diversas caras de um mesmo modo de produção capitalista baseado sempre na extorsão da mais-valia e do sobretrabalho de uma classe trabalhadora submetida à exploração capitalista, subordinada ao mando capitalista. Nesse sentido, se deve falar ainda hoje de proletariado, de classe e de movimento operário.
(ler mais)

sábado, setembro 22, 2007

(isto não é notícia)

Finalmente Sua Excelência o Ministro da Saúde, graças à autonomia do Poder Local consegue respirar de alívio ao ver as responsabilidades do Estado Português serem resolvidas por outrem (no caso, um país do terceiro mundo tido como pobre):

"Acordo com a cidade cubana de Playa evita espera nas listas nacionais - Munícipes de Vila Real de Santo António operados em 15 dias"

Catorze pacientes de Vila Real de Santo António partem este sábado para Cuba para serem operados, no âmbito de um acordo de geminação da autarquia com a cidade Playa, nos arredores de Havana. Um dia antes, sexta-feira, regressam dez munícipes a casa já operados em Cuba. De acordo com o presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, já estão inscritos para intervenções cirúrgicas cerca de 150 munícipes.
No âmbito do acordo, o município algarvio transfere todos os anos para Playa 50 mil euros, para serem investidos, sobretudo, na área da educação. "Não se trata de uma contrapartida, mas de um protocolo de cooperação e isso foi bem frisado tanto por nós como pelos nossos colegas de Playa", salientou Luís Gomes à Agência Lusa.
"Não tenho complexos nem pruridos ideológicos (por se tratar de um regime comunista), o que me interessa enquanto autarca é o bem-estar das pessoas do meu concelho e nisso sem dúvida temos ajudado a resolver problemas graves", disse. Segundo o autarca, grande parte dos doentes que viajam para Cuba "estavam há anos em listas de espera". "Graças a este protocolo, os tempos de espera não excedem as duas semanas, entre o momento da inscrição e o momento da operação", garantiu. Por outro lado, as condições técnicas e a própria logística de internamento "são fabulosas" para os habituais padrões portugueses, acrescentou.
(fonte: Jornal de Noticias)

Entretanto outros 150 doentes com problemas de visão estão (ou vão) também ser seguidos em Cuba ao abrigo da mesma cooperação no âmbito da "Operação Milagro"
A maioria destes doentes consegue resolver o problema. Mas houve também quem não tivesse tanta sorte. José Romão esteve «cinco anos à espera» de um exame no Hospital Distrital de Faro. Quando chegou a Cuba, diagnosticaram-lhe uma retinopatia, que, anos depois, já não tem cura. «É de lamentar e é triste e é vergonhoso dizer, como os próprios médicos disseram em Cuba, que hoje em dia tirar uma catarata é como tirar um dente. E há pessoas que levam cinco anos para tirar uma catarata neste país», declarou.
(fonte Iol/TVI)

sexta-feira, setembro 21, 2007

Jorge Palma: world music de trazer cá por casa

ai Portugal, Portugal
do que é que estás à espera?
ninguém te pode ajudar…

…chegado da guerra
fiz tudo para sobreviver
em nome da terra

aqueles que hoje estão a perder
…no futuro terão sempre
mais uma palavra a dizer

enquanto houver estrada para andar
a gente não vai parar
enquanto houver ventos e mar

…tu bem mereces ter razão
vai por mim
... acordamos na escuridão
mas com o paraiso no teu olhar

Com algumas linhas de uma obra notável, Jorge Palma comemorou a sua estreia a cantar e a fazer pela vida no Metro de Paris, actuando na estação de Metro do Cais de Sodré. Foi ontem à tardinha em Lisboa. "É pá! vocês vão aparecendo", despediu-se ele da assistência ocasional. Nós sabemos, Jorge, como é de uma infinita complexidade conseguir alcançar a simplicidade.
Esta é também a estreia absoluta do "xatoo" a enfiar impulsos you-tube adentro (ver mais aqui) - (in)felizmente a traquitana made in china que suportou o evento deu-lhe para a fadiga informática (o sindroma da pilha marada) e só sobraram uns míseros segundos. E ainda bem que é assim. Deixa-me rir. Não há nada que substitua o uso dos originais ao vivo - o Jorge Palma actua hoje no Auditório Olga Cadaval; aproveitem e vão aparecendo. Encostem-se a ele.

quinta-feira, setembro 20, 2007

aos blogues Cidadãos!

Este não é um caso isolado. Faz parte da estratégia de repressão na nova ordem global. Os relatos de casos semelhantes sucedem-se, e pelos jornais pouco ou nada saberemos deles, principalmente na Europa, onde as medidas securitárias adoptadas na Alemanha na construção do Estado Policial global fazem jurisprudência. Na prática trata-se de uma tentativa dos Governos para criminalizarem as Oposições!

Na última segunda feira 17, durante uma sessão de esclarecimento do senador democrata pelo Estado do Massachusetts John Kerry na Universidade da Florida (UF), um estudante, Andrew Meyer, quando inquiria Kerry durante o período de perguntas e respostas foi imobilizado por meio de bastões eléctricos (tasers) e entregue às autoridades que o detiveram. Meyer, que é colunista no jornal local “Alligator” como estudante sénior de telecomunicações, estava indiciado nas listas de segurança da Universidade (sim, o McCartysmo está mais vivo que nunca) como “militante de esquerda”. Representa o tipo a que vulgarmente se chama um “comuna”, o que é considerado nos Estados Unidos como uma coisa perfeitamente anormal, antipatriótica, etc. Houve prévia intenção deliberada de impedir o estudante de se tornar incómodo perante a audiência. Assim que Kerry concedeu a palavra a Meyer, dois paisanos e dois seguranças fardados (um homem e uma mulher) moveram-se discretamente para trás dele. Mal tinha sido equacionada a 3ª pergunta os patrocinadores do fórum, a organização Accent desligaram-lhe o microfone invocando “profanação das intenções comerciais do evento” (ver video). Eis as perguntas:
1. Existem multiplos indícios de falsificação pelas máquinas electrónicas de contagem de votos na Florida em 2004. Apesar disso o Sr (Kerry) calou-se e aceitou rápida e pacificamente a vitória do seu adversário. Como pôde conceder-lhe a eleição nesse dia?
2. Estaria o Sr (Kerry) interessado em ser Presidente?
3. Como pode o Sr. (Kerry) continuar a nada dizer sobre o “impeachment” de Bush?, agora, antes que ele possa decidir invadir o Irão?
4. O Sr. (Kerry) é membro da “Skull&Bones”?

Por esta altura seis gorilas de segurança ao evento removeram à força literalmente o estudante de cena. Por esta altura alguém dos presentes haveria de fazer outra pergunta:
5. Como pode o Sr. (Kerry) estar a observar alguém a ser torturado e permanecer impassivel, não dizer nada?, ou dizer algo como “deixem essa pessoa falar, a Constituição dos Estados Unidos garante a liberdade de expressão”, enfim fazer qualquer coisa para evitar que aquela pessoa fosse torturada?
Ninguém na sala mexeu uma palha. Pelo contrário, muitos estudantes entre a assistência riam-se e divertiam-se à grande com a sorte do “comuna” (ver video depois da detenção).

Surpreendentemente a situação entre nós “escandaliza” certas virgens ofendidas que passam a vida a produzir comercialmente opinião anti-comunista, contribuindo activamente para a estupidificação geral.

Vinte e quatro horas depois o estudante Andrew Meyer continuava preso na “Alachua County Jail”, sob a acusação de ter iniciado um motim, incomunicável e impedido de produzir declarações. É acusado de tentativa de agressão às autoridades, o que, segundo o site da UF, lhe pode valer 5 mil dólares de multa e até cinco anos de prisão. A maioria dos jornais silenciaram o assunto, nenhum porta voz de John Kerry produziu qualquer comunicado ou comentou o caso – que se tornou conhecido da opinião pública graças ao blogue Chycho.com

Contextualizando, estamos perante uma situação típica da “melhor democracia que o dinheiro pode comprar” que é aliás um dos titulos de sucesso do autor do livro que Meyer exibiu perante Kerry – Este novo livro de Greg Palast, “Armed Madhouse: Who's Afraid of Osama Wolf?” (Uma Casa de Loucos Armada: Quem tem Medo do Lobo Osama?) reflecte a previsão mundial para o futuro próximo: a China concentra as atenções, Bush empesta o ambiente, enquanto se prepara o esquema para roubar, por mais uma vez, as eleições de 2008.
Kerry é judeu, o que por si só justifica a sua actuação como actor de relevo no esquema de alternância ficticia dos tradicionais dois polos opostos. (Bush é estúpido mas Kerry não manifesta a mínima capacidade de liderança, eis o segredo implícito na mensagem para o sucesso dos neocons nas “eleições” de 2004) Se a Meyer lhe tem sido facultado o uso da palavra, como expert em Telecomunicações, ele tornaria pública a recensão do livro feita no site Democracy Now!:

“A empresa gigante de telecom. “Verizon” foi instada a fornecer à “National Security Agency” os números de telefone de milhões de americanos, depois que a Lei o obriga a fazer e, segundo noticiou o “USA Today”, também as outras empresas concorrentes no ramo como a Bell South e a AT&T estão a fornecer milhões de registos de chamadas ao Governo ajudando-o a construir o maior banco de dados pessoais existente em todo o mundo". Eles saberão quem vai votar em quê e vão “desligar” do sistema os votos hostis. Greg Palast, que é repórter de investigação na BBC, nota que os media corporativos, entretidos com mirabolantes estórias de espiões e terroristas, andam a perder a verdadeira história. Escreve ele: “As escutas e a quebra de sigilo aos vossos telefones entregue às empresas privadas pela “Administration’s Homeland Security” feitas em nome da nossa segurança funciona como uma lucrativa cadeia para as companhias que operam à sombra da legislação, mas não nos protege das acções do nosso próprio Governo. Podemos chamar a isto a privatização do FBI, ou melhor descrito, como sendo a criação de um KGB privado”.

a "CIA owns everyone of any significance in the major media", disse William Colby, Director da CIA entre 1973-1976, que muito convenientemente foi assassinado em 28 de Abril de 1996, não estando a Admistração Clinton isenta de suspeitas no caso.
Foi na sequência do assassinato de Kennedy que a CIA foi privatizada e as suas acções se globalizaram, tornando-se uma empresa global sobre a qual os governos norte-americanos (e muito menos as “instituições da democracia”) têm pouco ou nenhum controlo. Os CFR controlam praticamente a totalidade dos media americanos. (e não só). Todos os grandes actores da politica entertainer nos EUA são nomeados e/ou “aprovados” pelo CFR: Obama, Romney, Hillary Clinton, Giuliani, Edwards, D. Rockefeller, Richardson, Dodd, Thompson, Reid, Kerry, Nancy Pelosi. Um dos implicados na criação deste esquema foi um outro director da CIA, o ex-presidente George Herbert Bush, o pai do actual chefe de fila Neocon que se senta em Washington. O gestor de ocasião do KGB privado da famiglia Bush.

quarta-feira, setembro 19, 2007

"a Revolta é a Nobreza do Escravo!"
Michel Foucault

com Michel Foucault o anarquismo saiu dos chavões que marcavam o seu século e quase meio de idade para ter um pensamento talvez não exactamente seu, mas bastante próximo disso: "As pessoas sentem a minha escrita como uma agressão; elas sentem que existe nela alguma coisa que as condena à morte; eu não as condeno à morte, simplesmente suponho que já estejam mortas" - vamos lá a mudar isso, malta!

Vicenza, Itália: Não à Base da Nato!






Londres,
bicicletada para quebrar a moral burguesa

Roma: Manifestações anti-bush

A ênfase posta na revolta italiana não acontece por acaso. Na Europa, depois do Maio de 68, é na Itália que surge o maior movimento de contestação de massas no pós guerra – mais importante que a revolta em França, o Movimento de 77 foi no entanto ferozmente omitido posteriormente do conhecimento das opiniões públicas, porque envolveu a passagem à prática através de importantes acções contra o terrorismo de Estado: Contracultura, autonomia operária, criatividade autónoma, luta armada.
30 anos depois, o descontentamento e a indiferença com os actuais políticos continua tão alarmante que nove em cada dez italianos não acreditam pêva nos seus dirigentes. Neste ambiente não é de estranhar que um humorista, Beppe Grillo, seja hoje em Itália o principal protagonista da vida politica – que agita no seu blogue, um dos mais lidos no mundo, com cerca de 100 mil visistas diárias!
Graças à Internet Grillo converteu-se no catalizador desse mal estar lançando uma campanha conra os partidos políticos – que apelida de “o cancro da democracia”. No passado dia 8 Beppe Grillo convocou uma jornada de protesto que baptizou de “V-Day (uma abreviatura para sugerir a mesma ideia do nosso popularíssimo “Vão apanhar no Cu”) – a acção teve um êxito espectacular! – houve manifestações em 153 cidades italianas, e só em Bologna (a Cidade Vermelha) saíram à rua 50 mil pessoas. Grillo entregou aí uma petição assinada por 300 mil pessoas reclamando três medidas imediatas: 1.Limitar os mandatos a duas legislaturas. 2.Permitir a Eleição Directa. 3.Expulsar todos os deputados envolvidos em contas com a Justiça.

Simples; porém em Portugal não deve funcionar; assim como não funciona a Justiça; assim como nada funciona. O "Dia V" é um vírus que como tal deve alastrar, diz Grillo. Porém a coisa chega aqui e pára. "A política, no sentido comum do termo, não é outra coisa que o relato da corrupção", disse Platão - veja-se só onde se reporta o nosso atraso na compreensão do porquê de todos os nossos politicos mediatizados possuirem interesses directos na economia.

“¡Basta! de utilizar a palavra antisemita para todo aquele
que se opõe à política criminal- sionista do estado de Israel!
Nunca antes se viu um abuso verbal maior.
Os árabes são tão semitas como os judeus bíblicos,
e não como os de hoje, resultado da diáspora”
Gilad Atzmon

o "Antisemitismo", é a ideología dominante da Pax americana - uma estratégia dos poderosos judeus que ocupam maioritariamente o Poder na nova ordem mundial: quando existem dúvidas sobre o lado que se quer impôr, desatam-se a culpar os Nazis pelos malefícios das tomadas de opção que lhes servem, no momento, para porvir aos seus inconfessados objectivos,,,

Porém, nesta lógica, há pequeno vício de raciocínio: quando os Arianos, originários da peninsula do Industão invadiram o mundo semitico arrastaram com eles as primeiras acções anti-semitas, mas, misturando-se entre eles, foram os seus descendentes mestiçados que colonizaram o leste do continente europeu; Quando o nazismo adoptou a ideologia da pureza da raça, simbolizada no conto da carochinha dos Arianos, foram eles os primeiros a desfraldar a bandeira do semitismo – logo: ter uma posição anti-semita estará, para os progressistas, historicamente correctoo semitismo é igual ao nazismo.
Afinal, no fim deste longo caminho que temos vindo a percorrer, parece que não há ninguém “puro” – somos todos resultado de diversos cruzamentos, (não existem raças puras) excepto, hellas!: a facção dos judeus (semitas), que segrega de forma fundamentalista a preservação da linhagem.

Ninguém sabe como me definir,











diz a actriz negra Ildi Silva,
cujos testes de ADN registam
mais de 70 por cento
de proveniência europeia

relacionado:
"O arqueofuturismo segundo a vulgata fayeniana"

segunda-feira, setembro 17, 2007

Ode ao Economista de Esquerda

Se podes analisar, sem que os modelos te dominem
Se podes pensar sem que a álgebra seja o teu objectivo
Se não consideras que as palavras comuns são um desastre
e tratas por igual as palavras, as cifras e os símbolos
Se podes falar a multidões e manter a virtude
Ou passear com econometristas sem perder o sentido comum
Se os factos e as teorias não te alteram
Se todos os custos contam para ti, porém nenhum em demasia
Se podes comparar o minuto inexorávelmente
com o valor da distância que percorres em sessenta segundos
Teu é o Mundo e tudo o que nele está contido
E, o que é mais importante ¡Vais-te divertir à brava!

Este poeminha, que não está livre de alguma exigência de pagamento de royalties por parte de algum tetraneto do tio Rudyard, cumpre a função de apresentar o novo sítio internet Alter Economia.Org. - um projecto de um grupo de economistas espanhóis que se propõem “pensar e divulgar os factos económicos segundo outro ponto de vista
O seu objectivo é apresentar uma análise económica “mais crítica e interessada principalmente pelas facetas da actividade económica que mais afectam o bem estar humano” que, na sua opinião, “são as que têm a ver com o dinheiro e as finanças, com a distribuição de rendimentos, com a comunicação e, em geral, com o Poder e a Política”.
Trata-se de aproveitar a imensa influência da internet para distribuir conteúdos que normalmente não se difundem através dos meios de comunicação, precisamente, porque são eles que melhor ajudam a entender a realidade económica, a descobrir como actuam os grandes poderes económicos, e a sonegar aquilo que se pretende que se mantenha oculto da imensa maioria dos cidadãos”

Como intróito, Juan Torres López, Professor adjunto de Economia Politica e Fazenda Pública na Universidade de Granada, traz-nos 10 ideias para entender a actual crise financeira, as suas causas, os seus responsáveis e as suas possiveis soluções:
1. É uma Crise Hipotecária – a crise iniciada em Agosto é grave, muito mais profunda do que estão reconhecendo as autoridades económicas e, sobretudo, nada mais que uma antecipação de situações piores que estão para chegar.
2. Mas não é sómente uma Crise Hipotecária: é uma Crise Financeira – o crescente não pagamento inicial das hipotecas afecta de seguida a segurança e rentabilidade dos grandes bancos e fundos de investimento internacionais
3. Além do mais é uma crise que afecta a Economia Real – o mais provável que esteja a ocorrer é que muitos desses bancos nem sequer saibam de ciência exacta, concretamente, em que grau estão a ser afectados pela crise.
4. É uma Crise Global – é surpreendente a falta de informação, a opacidade e a falta de transparência com que as autoridades económicas estão a manejar a crise.
5. E quem sabe, seja algo mais que uma crise hipotecária, financeira e global – cada vez que os bancos centrais sobem as taxas de juro, o que se produz directamente é um transvase de rendimentos desde os bolsos das familias e empresas endividadas para os bolsos dos banqueiros.
6. É uma crise que tem gente prejudicada – na medida daquilo que as autoridades económicas vão fazendo, não fazendo, ou deixando fazer; são elas que fazem com que uns e outros sejam prejudicados ou beneficiados
7. Porém é também uma Crise que tem claramente Beneficiários – o nível de endividamento que hoje existe na economia norte americana, na europeia, ou em muitas outras (como a espanhola e a portuguesa) é simplesmente insustentável. Há muita gente que vai ver desaparecer-lhe as pequenas propriedades penhoradas pelos senhores da finança e da banca.
8. É uma Crise que talvez não seja facilmente passageira – o sector imobiliário, em primeiro lugar, rebentará proximamente pelos ares nos paises, como a Espanha, onde se geraram grandes bolhas especulativas
9. É uma Crise avivada e consentida pelos Bancos Centrais – como os desenvolvimentos da crise têm demonstrado, os Bancos Centrais (com a injecção de biliões de valores) vêm sendo meros instrumentos ao serviço da manutenção do “status quo” bancário e do poder monetário e financeiro global
10. É uma crise que se poderia evitar com outras políticas e com outros objectivos sociais – para evitar as crises hipotecárias é preciso evitar que a habitação se converta num activo criado para gerar beneficios através da acumulação especulativa.

(Estes são apenas os tópicos de cada um dos dez capítulos. A totalidade do artigo, em espanhol, pode ser lida aqui)

Como se disse aqui, depois do crash das Dot.Com em 2001 (facto que esteve na origem da decisão de avançar com o 11/9), a acumulção capitalista reconverteu-se literalmente enterrando os activos remanescentes em tijolos – até a economia rebentar de novo, na actual crise imobiliária.

Noutros artigos Alter Economia.Org. traça paralelos com o que se passou noutras crises financeiras do passado, e que lições se puderam aprender com elas que sejam hoje aplicáveis.
Steve Schifferes, da BBC, analisa o colapso das Dot.Com em 2000, a falência do Mercado de Acções de Longo Prazo em 1998 (quando Cavaco fez a famosa comunicação televisiva, que fez precipitar o desabamento entre nós, lembram-se?), o crash de Outubro de 1987, o escândalo das Caixas de Aforro Prestamistas em 1985, a Grande Depressão de 1929, recuando até às derrocadas dos bancos Overend & Guerney; Barings 1866, e novamente em 1890.
(ler aqui)
Enrique Javier Diez Gutierrez escreve sobre a mentira do Mercado Livre: o novo “Socialismo para os Ricos”
(ler aqui)
Michael R. Krätke, sobre a crise dos mercados financeiros, pergunta: “Vem aí um Grande Crash?
(ler aqui)
USA: a recessão eminente afundará o Casino arrastando consigo os seus Loucos, diz Alfredo Jalife Rahme
(ler aqui)
A dívida das famílias espanholas alcançou 115 por cento dos seus rendimentos em 2006
(ler aqui)
A crise Bolsista de 2007 inicia a era do socialismo para os Ricos e do capitalismo para os Pobres. Juan Hernández Vigueras pensa que de futuro existirão dois pesos e duas medidas
(ler aqui)
e claro, a crise hipotecária afecta fundamentalmente as familias latinas e negras, imigrantes, etc
(para ler aqui)
Antes que a crise se resolva pelos métodos tradicionais da História, Paul Streeten analisa o ¿Que está mal na economía contemporánea? Elaborando um resumo de estudos interdisciplinares.
(ler aqui)
E, para finalizar, temos aqui, no apuramento das causas e consequências do terramoto financeiro mundial, leitura que vai dar para uns dias largos. Claudio Testa: Socialismo ou Barbárie
(ler aqui)