A burguesia nacional representada pelos monopólios económicos e financeiros (com a ajuda indispensável dos "altos estudos militares) já decidiu na sombra que José Sócrates é o único executivo actualmente com capacidade para continuar a levar a cabo as medidas anti-populares que a conjuntura exige e que a direita não conseguiria (ainda) implementar num clima de paz social relativa.
José Manuel Fernandes no editorial de hoje vem dizer que “ou o presidente esclarece as suspeitas sobre as escutas depois das eleições ao perderá credibilidade como chefe de Estado” – ora credibilidade é coisa que o homem nunca teve, conforme tem vindo a ficar em lembrete na barra lateral direita deste blogue desde 2006 – situação agravada mais ainda desde que foi envolvido no escândalo do seu conselheiro de Estado para a área da especulação bancária; e JMF hoje deveria antes dizer, se fosse isento e imparcial como competiria a um jornalista, que os eleitores têm o direito de exigir explicações “antes das eleições” e não “depois de”. Aliás, na medida em que o próprio Pacheco Pereira afirma que Cavaco como tinha prometido não falar mas falou, ao fazê-lo “interferiu na campanha "por acção e por omissão", outra coisa que os presumíveis eleitores e outros grupos de cidadãos de pensamento mais radical ficaram a saber foi que 1. o Presidente ( uma ínfima parte da representação de “todos os portugueses) no exercício das suas funções manda recados anónimos sobre suspeitas para a imprensa e 2. que o director de um dos maiores jornais de referência aceita fazer fretes por encomenda (tendo decerto em vista a remuneração que as vendas do jornal não possibilitam aos patrões do grupo económico que é seu proprietário. Alguém do ramo tem a coragem de expôr na praça pública como funcionam os subsídios à imprensa do sistema?
Perante esta sucessão de eventos, as massas descontentes e cada mais ressentidas com o poder neoliberal do tripé Cavaco-Sócrates-Ferreira leite, não devem continuar a colaborar nas manobras de diversão que estas eleições representam para a crise crónica engendrada pelas elites que sobrevivem da nossa dependência em relação aos interesses multinacionais. Devemos exigir, de imediato 1. coisa de somenos, a expulsão de JMF do sindicato dos jornalistas e transparência nos profissionais da informação com ligações a Belém,
2. Organizar uma grande manifestação nacional exigindo a demissão de Cavaco Silva, e 3. exigir um referendo sobre as grandes linhas de orientação da politica nacional (nomeadamente sobre a integração de um país pobre e sem recursos na NATO e sobre a adesão ao Tratado Neocon de Lisboa)
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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