"Sempre soube que ia ganhar, só não sabia por quantos". A alegria da capa do pasquim de referência cá do sítio por obra e graça da manutenção nos relvados políticos do mais famoso emigrante de luxo a jogar no campeonato do interesse nacional, deveria ficar gravada para os anais da estória: para quem ingenuamente paga para acreditar naquilo que lê (ou é mais de ver os bonecos), trata-se de anestesiar o paciente com “legitimidade reforçada”, imaginam os redactores da clubística novela oficial
Porém o mandato e o prolongamento da obra de mister Figurehead Durão, o camaleão bushista, em boa verdade só começa quando a Irlanda ditar o futuro da EU (1) na derradeira consulta sobre a génese da sua ideologia maçónica. No caso de sair “sim” é o sinal para nem mais uma réstea de democracia na Europa nem mais referendos a propósito da aprovação anti-operária do Tratado Neoliberal de Lisboa. Por outro lado, caso neste jogo viciado, logo perverso, venha a sair um imprevisível “não”, esse facto para os conservadores significaria falar exclusivamente de “competitividade global: o mundo não se porá a ler nem esperará pelo Tratado” pelo que restaria a Barroso organizar o aprofundamento do mercado interno na UE (2)
adiando sine die novos alargamentos, o que seria na mesma benéfico para os interesses dos patrões da “indústria financeira” (3) e como é evidente, também e principalmente para os da indústria militar (4) norte americana: limitando a concorrência oriunda da Europa no acesso a novas áreas de “mercado livre”, que desta forma ficarão (ainda) mais livres para os monopólios multinacionais de origem yankee.
(1) O empresário Declan Ganley, que foi fundador do partido pan-europeu Libertas e um dos principais opositores ao Tratado de Lisboa na Irlanda, anunciou que abandonava "a vida política", depois da derrota sofrida nas eleições europeias.
O milionário Declan Ganley, tinha até então feito uma intensa e zelosa campanha, ganhando por isso o epipeto de “Mister No”, mas a questão essencial permanece: de que caverna saiu esta personagem e que papel desempenhou na realidade?
(2) É um passo atrás. A Europa limitar-se-á a concorrer no mercado global em pé de igualdade com países emergentes, como a China, o Brasil, a Índia, o Brasil e a Rússia, enquando a teia de dominação dos EUA permanece. Fazer com que permaneça é aliás o verdadeiro trabalho de Barroso; e o tão propalado “interesse nacional” no prolongamento do biltre no cargo é o recebimento pela burguesia nacional dos royalties correspondentes à tarefa
(3) Indústria? - a expressão “financial industry” é de Barack Obama
(4) Preventivas previsões de guerra inventiva: o histórico motor da economia capitalista continua a dar sinais de vida próspera:
“US to adjust European missile defense plan”
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