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segunda-feira, agosto 23, 2010

a morte do Crédito

as crises inflaccionárias provocadas pelo excesso de dinheiro lançado no mercado pelos governantes para se governarem não são propriamente uma novidade...

Uma das numerosas caricaturas do século XVII dava conta da morte do Senhor Crédito (Herr Credit, arquivada no Germanisches Nationalmuseum em Nuremberga), cujo cadáver jaz em primeiro plano. À sua volta gente chorosa. Trata-se do crédito do quotidiano cedido pelos comerciantes das lojas às gentes mais humildes, interrompido pela crise de falta de numerário. Na legenda que acompanha a gravura o padeiro diz ao cliente: "Quando tu tiveres dinheiro terei eu pão"

Em apenas um ano, o número de desempregados no País cresceu de mais 82 mil para um total de cerca de 590 mil, 10,6 por cento, atingindo entre os jovens os 20,3 por cento.
O desinvestimento na economia nacional, a que cria de facto empregos localmente, não é obra deste ou daquele governo, mas fruto de um pacto a que Portugal aderiu incondicionalmente por acções concretas de políticos de aparências “tão diferentes” como Sampaio, Barroso, Santana, Sócrates ou Cavaco.
O desinvestimento consciente no factor trabalho nacional, está a gerar por outro lado um fenómeno reflexivo que aproveita à escassa minoria que se consegue posicionar com sucesso na roda dentada das multinacionais: “os Empregos com salários acima dos 3 mil euros aumentaram no último ano cerca de 28 por cento” (1). Não se trata do aumento das desigualdades entre ricos e pobres (embora também trate) mas da opção bem concreta pelo investimento nos negócios internacionais sob a égide dos Neocons do centro capitalista (2), cujo “êxito” (3) depende de um destino cada vez mais incerto para a maioria das populações (4)

(1) Ionline: “Salários altos batem recorde apesar da crise de desemprego”. Segundo a OIT o desemprego global atinge o recorde de 212 milhões de pessoas (fonte)
(2) ver: Taxas de desemprego; Mapa do Declinio norte americano
(3) "Jobless millions signal death of the American dream for many" (Guardian)
(4) ler: "As coisas vão ficar piores, muito piores"
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