(anterior) Conclusão do artigo de Wiston Churchill publicado no “Illustred Sunday Herald” em 8 de Fevereiro de 1920:
Protector de Judeus
Não é necessário dizê-lo, a mais intensa paixão de vingança excitou os corações do povo Russo. Onde fosse que a autoridade do general Denikin (1) pudesse alcançar, a protecção do território foi sempre acordada com a população judaica, e enormes esforços foram feitos pelos oficiais para prevenir represálias e punir aqueles inculpados por perseguições. Face a esta postura que a propaganda Petlurista conduziu contra o general Denikin, este foi acusado de ser “o protector dos judeus”.
Miss Healy, sobrinha de Mister Tim Healey, ao relatar as suas experiências pessoais em Kiev, declararam ter conhecimento de mais de uma ocasião em que oficiais cometeram crimes contra judeus, que foram despromovidos e deslocados da cidade para a frente de batalha. Mas as hordas de brigadistas através das quais se escrevia a vasta expansão do Império Russo não se inibiam de inscrever com sangue os seus feitos, vingando-se à custa de judeus inocentes, sempre que a oportunidade se verificasse. A Brigada Makhno, as hordas de Petlura e de Gregorieff, as quais assinalavam qualquer sucesso com os mais brutais massacres, por toda a parte encontravam entre a população semi-estupidificada, meio-enfurecida, uma resposta para o Anti-Semitismo na sua pior e tresloucada forma.
De facto, em muitas situações de interesses judeus e lugares judeus susceptiveis de serem abrangidos pela guerra civil, estes foram excluidos pelos Bolcheviques da sua tradicional hostilidade, facto que deu azo, cada vez mais e mais, a associar a raça Judaica na Rússia com as vilanias que estavam a ser perpretadas. Isto é uma injustiça para milhões de pessoas deserdadas, a maioria das quais sofreram elas próprias os malefícios do regime revolucionário. Isto transformou-se, por todo o lado, especialmente importante para obviar e desenvolver fortes movimentos com a marca Judaica, que lidam directamente com esta fatal associação. E é aqui que o Movimento Sionista assume tão profundo significado para todo o mundo no tempo presente.
Um Lar Nacional para os Judeus
O Sionismo oferece a terceira esfera dos conceitos politicos da raça judaica. Em violento contraste com o Comunismo Internacional, esta opção, apresenta aos judeus uma ideia de liderança pelo seu carácter nacional. Recaíu em cima do Governo Britânico, como resultado da conquista da Palestina, ter a oportunidade e a responsabilidade de obter segurança para a raça judaica de todo o mundo, dar-lhes uma casa e um centro para a sua vida nacional. O depoimento e o senso histórico de Mister Balfour (2) esteve à altura de apreender esta oportunidade. Têm sido feitas declarações que decidiram irrevocavelmente a politica da Grã-Bretanha neste campo. A enérgica firmeza do Dr. Weissmann (3), o chefe para os objectivos práticos do Projecto Sionista, apoiado por muitos dos mais proeminentes judeus Britânicos, e apoiado pela superior autoridade de Lord Allenby (4), estão todos directamente a atingir o sucesso deste movimento inspirador.
Com certeza que, a Palestina é demasiado pequena para acomodar mais que uma pequena fracção da raça Judaica, nem a maioria nacional dos judeus desejam ir para ali. Mas se, como pode muito bem acontecer, ali for criado no nosso tempo de vida, entrea as margens do Jordão, um Estado Judeu sobre a protecção da Corôa Britânica, que possa alojar três ou quatro milhões de Judeus, um acontecimento terá ocorrido na história do mundo, o qual poderá, qualquer que seja o ponto de vista, ser benéfico, e poderá ser especial em harmonia com os verdadeiros interesses do Império Britânico. O Sionismo converteu-se já num factor de convulsão politica na Rússia, como um poderoso competidor de influência nos círculos do Bolchevismo com o Sistema Comunista Internacional. Nada pode ser mais significativo do que a fúria com que Trotski tem atacado o Sionismo em geral e o Dr. Weissmann em particular. A cruel penetração nas suas mentes não deixa dúvidas que os seus esquemas para construir um Estado Comunista Mundial sob dominio judeu é directamente atingido por este novo ideal, que direcciona as energias e esperanças dos Judeus em cada nação para um mais simples, verdadeiro e bem mais atingível objectivo. A luta que agora começa entre os Sionistas e os Bolchevistas Judeus é pouco menos que a luta pela alma do Povo Judeu.
Deveres dos Judeus Leais
É particularemente importante nestas circunstâncias que os Judeus Nacionalistas em cada país que são leais às nações que os receberam e adoptaram, saiam na frente em cada ocasião necessária, como muitos em Inglaterra o fizeram já, e assumam uma parte proeminente em cada medida tomada para combater a conspiração Bolchevique. Deste modo, eles estarão aptos a reinvindicar a honra do nome Judeu e a deixar claro para todo o mundo que o Movimento Bolchevique não é um movimento Judeu, mas sim veementemente repudiado pelas grandes massas da raça Judaica... (5) Mas uma resistência passiva ao Bolchevismo em cada campo de acção não é suficiente. Alternativas práticas e positivas são necessárias na conduta moral bem assim como na esfera social; e na construção com a maior rapidez possivel de um Centro Nacional na Palestina, que constituirá não só um refúgio para os oprimidos dos infelizes territórios da Europa Central, mas o qual será também o símbolo da unidade dos Judeus e o Templo da glória judaica, uma meta que se apresenta na qual repousam muitas bençãos para o futuro”
notas:
(1) Churchill faz o elogio de Anton Ivanovitch Denikin, general supremo comandante das forças contra-revolucionárias durante a Guerra Civil que se seguiu à tomada do Poder pelos Bocheviques na Revolução de Outubro. (Ver curriculo na Wikipedia)
(2) Como se sabe, a declaração do Lord Arthur James Balfour, 1º Conde de Balfour, que ficou conhecida como "Declaração Balfour" assumiu a forma de uma carta dirigida ao banqueiro judeu Lionel Walter Rothschild, 2º Barão de Rothschild, onde Lorde Balfour, um confesso admirador da causa Sionista, comunicava à Casa Rothischild que podiam contar com o apoio politico da Inglaterra à instalação do Estado de Israel na Palestina, um território então sob mandato britânico.
(3) Churchill refere-se a Chaim Azriel Weizmann que viria a ser o 1º Presidente do Estado de Israel em 1949 (ver biografia na Wikipedia)
(4) Edmund Allenby, 1º Visconde de Allenby, que comandou a força expedicionária britânica durante a 1ª Grande Guerra e conquistou o Egipto e a Palestina aos árabes e promoveu o desmembramento do Império Otomano, aliado da Alemanha.
(5) Este tipo de filosofia anti-comunista de Churchill viria a ter vastos seguidores: (Ver bibliografia Nazi anti-Bolchevique)
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