Atendendo a que a maioria dos Comandos das unidades de Polícia-de-Intervenção, Choque e Repressão (PSP e GNR) são constituidos por oficiais dos quadros superiores oriundos das Forças Armadas ***, a convocatória para a manifestação de amanhã torna-se interessante. Convocada por uma assembleia de 1.500 militares do quadro dos 3 ramos, exército, marinha e aeronáutica, propõem-se ir todos a pé do Rossio até à porta do ministério das Finanças – a reivindicação é óbvia: mais dinheiro – protestam contra o congelamento da progressão das carreiras, corte se subsídios e programas especiais de assistência para os militares e respectivas famílias, enfim, para não se diga que são poucos, são contra o corte de uns ridículos 10% no número de efectivos, na ordem de menos 4 mil militares até 2014.

Naquela situação, quem estava nas F.A. preocupado com as miseráveis condições do povo português? o 25 de Abril foi obra de reinvidicações de militares do quadro permanente, quando sentiram as sua mordomias ameaçadas pela rápida ascenção de oficiais milicianos a que as autoridades fascistas-coloniais se viam obrigadas a recorrer. Não fosse a saída do povo às ruas, o Poder teria sido de imediato entregue aos oficiais superiores das Forças Armadas, como aliás o foi com a constituição do Conselho da “Revolução” militar. O que mudou depois de Novembro? O negócio que antes era feito no Ultramar à revelia da Nato, passou a ser globalizado colocando Portugal sob supervisão da Nato dentro da sua área de influência.

Hoje seria muito mais fácil fazer um 25 de Abril, temos muito menos quartéis e menos efectivos, uns 30 e tal mil pá, mais fáceis portanto de controlar, enquanto naquele tempo tínhamos quartéis inimigos”:
Quem é que estes tipos querem enganar? não sabem da existência do European Union Battle Group, do seu programa que recebe ordens do estrangeiro e cujas acções são determinadas a partir do comando da Nato em Itália numa perspectiva de intervenção rápida onde o directório UE/Nato o determinar? ou sabem e não têm tomates para tomar posição, ou pensam estas luminárias que o Batalhão sediado no poligono militar de Tancos, a mais importante força hoje no país enquadrada por uma chusma de generais e coronéis, é "uma força amiga"?


** A natureza dos campos de intervenção militar também mudou, abrangendo hoje principalmente treinos intensivos em guerrilha urbana para dispersar grupos em eventuais tentativas de organização politica adversa ao regime demo-fascista de dois partidos únicos
Ler também:
"Como a "Guerra ao Terrôr" de Bush militarizou as policias"
1 comentário:
exactamente, o 25A. só foi para a frente, pq suas exas os capitães estavam a ganhar mal. é ler o livro: confissões do 25 de abril, de, antonio s. duarte, está tudo lá bem explicadinho.
o visky à borla na cantina tá se acabando... nem o viagra endireita o canhão destes milita(nt)res.
o t-ótelo cada vez que abre a boca é só asneiras... irra já chega.
Enviar um comentário