
A meio do dia, num breve lapso, um português enrascado da vida entra na loja e surripia quatro pares de meias saindo sem passar pela caixa. Embora a mercadoria seja agora dele e o nosso larápio tivesse trabalhado, o que ele fez foi um trabalho improdutivo. As meias rompem-se e voltar a gamar nem sempre resulta em êxito na correlação risco-valor. Na sociedade capitalista o nosso xico-esperto, na ausência de perspectivas, exasperado, passa-se dos carretos e “produz” qualquer bem-ou-mal mais grave e vai de cana; o Estado passa a pagar-lhe a subsistência, (ou o subsidio de desemprego nos casos menos graves).
Na deslocalização da fábrica para longe onde esta dá mais lucro e menos incómodos ao patrão, tal como nos casos dos vastos sectores improdutivos da sociedade, o Estado capitalista burguês subtitui-se à realização de valor pela classe operária. O sindicalismo torna-se um factor residual (1). E quem controla e desarma então a capacidade de luta dos 80% de trabalhadores que não são sindicalizados, os precários e os trabalhadores (2) desempregados? – resposta: os sindicatos reformistas burgueses – que recebem dinheiro do Estado como prémio de produção pela sua eficácia.

• 9,9 milhões de euros foi o valor das contribuições do Estado para a CGTP e UGT no primeiro semestre de 2011. No final a verba rondará os 20 milhões/ano.
• a UGT conta com 200 mil filiados (quase totalmente do sector terciário) e a CGTP regista 500 mil trabalhadores sindicalizados. A população activa em Portugal situa-se nos 5.587.300 individuos.
• 2,7 milhões de euros é o valor das quotas anuais pagas pelos trabalhadores sindicalizados à CGTP.
• a CGTP emprega 10 mil dirigentes e delegados sindicais a tempo inteiro
1 comentário:
longe vão os tempos em que o sindicato dos tipógrafos batia o pé ao Botas. já ninguém quer saber disso
antes desempregado limpinho do que formiga.
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