Desde então o Euro foi sendo sempre valorizado artificialmente, em prejuízo das populações europeias que, em breve viram duplicado o seu custo de vida. George Soros admite-o explicitamente neste seu último livro: “Desordem Financeira na Europa e nos Estados Unidos, Como se Explica e como Ultrapassá-la”. Actualmente esses especuladores, com o Euro a desvalorizar progressivamente, estão a recuperar de volta essas “aplicações financeiras”, depois de mais ou menos terem saneado, disseminando pelo mundo inteiro, os activos tóxicos que estouraram nos Estados Unidos a partir do Outono de 2007.
Escrito na sequência de livros anteriores de Georges Soros sobre a crise financeira: “The New Paradigm for Financial Markets” (2008) e “The Crash of 2008 and what it Means (2009) neste livro actualiza-se a história da super-bolha, que Soros defende teve inicio em 1980 – explicando na “Introdução: O Segundo Round da Crise Financeira: a Derrocada do Euro e as Raizes da sua Super-Bolha” o modo como as economias periféricas foram cercadas:
“Em 1980, quando Ronald Reagan foi eleito presidente dos Estados Unidos da América e Margareth Tatcher era primeira-ministra do Reino Unido, o fundamentalismo de mercado tornou-se o credo dominante a nível mundial. Os fundamentalistas de mercado acreditam que os meios financeiros asseguram, só por si, a alocação óptima de recursos desde que os governos não interfiram neles. Esses fundamentalistas baseiam esta crença na hipótese do mercado eficiente e na teoria das expectativas racionais. Estas doutrinas esotéricas baseiam-se em alguns pressupostos que têm pouca relevância no mundo real, apesar de se haverem tornado muitíssimo influentes. Elas dominaram os departamentos de Economia das principais universidades dos Estados Unidos da América e, a partir daí, a sua influência espalhou-se largamente por todo o mundo. Nos anos 80 do século XX estas teorias tornaram-se guias das politicas dos Estados Unidos e do Reino Unido. Estes países embarcaram na desregulação e na globalização dos mercados financeiros. Esta iniciativa alastrou como um vírus. Foi difícil aos países, individualmente, resistir a este movimento, porque a globalização permite ao capital financeiro escapar à regulação e à taxação fiscal, e os países não podem funcionar sem capital financeiro”
... e isto é tão verdade que o actual governador do Banco de Portugal Carlos Costa vai ter de passar pelo Tribunal para fazer o favor de explicar o crédito que concedeu a 17 Empresas com sede em paraísos fiscais entre Janeiro de 200 e Março de 2004 quando foi director da Direcção Internacional do Banco Comercial Português (BCP). Os prejuizos com estas operações de crédito às 17 empresas que no inicio já detinham um passivo de 493 milhões de euros mas foram usadas para melhorar artificialmente a liquidez do banco, continuam por aí... Quem será que os vai pagar?
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(1) para ler, um excerto do livro de Dean Henderson, "The Texas Oil Mafia: Big Oil & Their Bankers", capitulo 9: "a Enron, os Talibans e a Familia Warburg - a história que não foi contada"
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