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segunda-feira, outubro 01, 2012

a dupla novilingua dos neocons

«o Governo parece estar a caminho de agravar os problemas económicos e políticos do país ao propor uma má solução para a perda de competitividade», escreveu Desmond Lachman, investigador do American Enterprise Institute: «a proposta de reduzir a taxa social única é um autogolo do Governo»

Este think-thank é um dos inúmeros porta-vozes do ultra-neoconservadores, onde pontificam nomes como como Richard Perle, Paul Wolfowitz ou John Bolton, todos com altos cargos nas administrações de George W. Bush. E no entanto, Passos Coelho, o espertalhão tuga tirado da cartola por Cavaco Silva, atreve-se a propôr mais medidas de saque sobre os produtores da economia mais extremistas que os seus próprios padrinhos.

O curriculo de António Borges é conhecido, ex-quadro da Goldman Sachs (um cargo do qual nunca se sai) e ex-director do FMI para a Europa, "trabalhou na ajuda" à Grécia, de outro modo os gregos nunca teriam conseguido chegar onde estão, e onde o Borges espera Portugal venha a estar brevemente. Ora, no meio desta salganhada, o papel das televisões e dos orgãos de informação em geral, é conhecido: baralham os painéis de opinião que apresentam às audiências – aqueles que nas emissões anteriores estavam à direita, aparecem agora como situando-se à esquerda – o que resulta numa transformação do sentido da mensagem e num menor risco de se descobrir o barrete: agora só falam gajos de direita a macaquear o que deveria ser a esquerda. "As declarações de Borges põem em causa a imagem do Governo" diz o Menezes (como se fosse preciso o Borges ou a opinião do Menezes para desacreditar o governo). Na mesma linha de lançamento da confusão, o economista liberal conservador Pedro Braz Teixeira chega ao ponto de dizer que "gostava de ver um certo número de juízes e procuradores na prisão” (facto que está seguro nunca acontecer), enquanto propõe uma medida reivindicada pela esquerda: que "o BCE deveria estar a emprestar dinheiro a 1% aos Estados para comprarem a totalidade da sua dívida pública, em vez de o estar a emprestar à Banca para esta cobrar juros acima dos 6%" (Ionline)
Tudo se vai esclarecendo porém, se dúvidas houvessem, quando se percebe quem são os patrões do Passos Coelho a caminho da Rua, principalmente atendendo ao nome de baptismo do Borges, aliás, António Mendo de Castel-Branco do Amaral Osório Borges, se faz favor... 


António Borges mentiu descaradamente quando afirmou que as despesas com pessoal na administração pública representam 80% das despesas totais 
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