Já passa das 2 horas da madrugada quando a TVI24 se afoita a transmitir o episódio “Debt is Slavery” integrado na série “Frontline” da minúscula estação pública norte americana PBS, denominada em português “Observatório do Mundo”. Para que se não diga que é inédita em Portugal, quase ninguém viu, mas foi transmitida, salvaguardando a influência Zero que se pretende.
Girando em torno da história da maior fraude do último século (descrita no post anterior), pela “Escravatura da Dívida” passam uma série de testemunhos que concluem o que toda a gente já sabe: quando o esquema resulta os Bancos ficam com os lucros, se o esquema falhar os Governos intervêm injectando milhões para salvar os Bancos demasiado grandes para falir (mesmo se apenas têm uma quota de mercado de 2% como o BPN). Depois do inventário do actual descalabro – as Dívidas daí resultantes nunca serão pagas, o Consumo nos mesmos termos nunca mais irá voltar, o Crédito sem riscos acabou, ninguém vai voltar a gastar mais de 100% daquilo que ganha, os investidores de capital de risco apostam em destruir os excedentes sem cobertura piorando a situação até que eventualmente melhore, existe uma ameaça real de barbárie – passa-se ao diagnóstico:
Será necessária uma transformação total das economias, mudando as estruturas e os modos de vida, construir novas comunidades, orientar algo que mude a direcção das tecnologias de informação, enfim, “investir na economia real tem de ser muito mais lucrativo que no sector financeiro, que deve ser redireccionado, apostando sobretudo no “crescimento verde” isto é, no Capitalismo Ambiental paradigma no qual quem não cumprir (os pobres) com as regras ditadas pela tecnologia em torno da “defesa do ambiente” será fortemente penalizado no pagamento de impostos. Tudo isto gerido evidentemente pelos mesmos tipos que provocaram a crise. Quanto a remédios não há dúvidas sobre a classe dirigente da “revolução”. Talvez por isso o autodenominado “Bloco de Esquerda” tenha inscrito no seu programa, como prioridade e logo em 2004, “a defesa do ambiente” sobrelevando causas tão irrisórias como as guerras de conquista imperialistas (por exemplo, na época a do Iraque) que têm vindo em crescendo a ser dissiminadas por todo o mundo provocando miséria e elevados prejuízos… ao ambiente.
No “ramo Ambiente” ainda não existe concorrência ao Ocidente. Afinal o nivel de Consumo da população nos Estados Unidos é de 71% do PIB, enquanto o seu concorrente económico mais directo, a China, gasta em Consumo apenas 35% do PIB. Entre os dois índices, se vê quem provoca mais danos ao Ambiente. Enquanto um, baseado na economia virtual se encontra à beira da saturação devolvendo milhões de pessoas de volta para a miséria, o outro, baseado num economia real planificada tem ainda espaço para crescer, retirando milhões de pessoas da miséria
.
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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terça-feira, janeiro 15, 2013
A Escravatura da Dívida, o Capitalismo Verde e o Bloco "de Esquerda"
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2 comentários:
E daí nasceu uma nova palavra no dicionário mundial, eco-terrorismo!
Vão-nos obrigar a engolir doses maciças de taxas ambientais.
http://burgos4patas.blogspot.pt/2012/06/ha-20-anos-na-eco-92-fidel-castro.html
http://inacreditavel.com.br/wp/rio20-e-o-ecoterrorismo/
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