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sábado, novembro 22, 2014

Os contornos que estrumam a operação policial que prendeu Sócrates são estranhos

(declaração prévia: por aqui ninguém morre de simpatias por José Sócrates e pelo seu governo, um dos piores, ou seja, mais um igual aos outros que o país teve)

Aleluia, já vem tarde”!! o grito eufórico do deputado Marques do PSD em pleno Parlamento, criatura natural de Mação, curiosamente conterrâneo do juiz Carlos Alexandre que liderou a caça a Sócrates quando este estava de chegada invocando “perigo de fuga” (e não quando partia para alhures) poderia ser um factor de estranheza, mas  afinal não é nada estranha.
A captura de José Sócrates realizada deste modo pela Policia Judiciária/Autoridade Fiscal/Juiz Carlos Alexandre é parte integrante do golpe-de-estado em curso que visa directamente segregar os partidos à esquerda (ou ditos à esquerda) do PSD/CDS. Ontem a proposta prévia aprovada na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças para o restabelecimento das pensões vitalícias, sendo “uma monumentalidade de insensibilidade política a atingir as raias do insultuoso”, lançou a hipótese da prévia existência de um acordo entre os líderes do PS&PSD e luzes sobre a política de alianças futuras que vem sendo cuidadosamente ocultada e supervisionada por Cavaco Don Corleone Silva – a provocatória e rocambolesca “prisão de Sócrates” no mesmo dia em que António Costa assume a liderança, é uma oferta que as diversas facções do PS não poderão recusar exactamente porque visa obrigá-los a assinar o famigerado pacto de Bloco Central exigido pela Troica/UniãoEuropeia/FMI no sentido de atingir os 2/3 necessários para refutar a Constituição.
Que o team jurídico-fiscal tenha convocado uma estação de televisão para estar em directo a divulgar a boa-nova também é estranho ( e por lá continuam à porta do circo à borla para o povo). Assim como também é estranho que o juiz Carlos Alexandre o tenha feito (ou consentido) tratando-se de (mais) um processo que já entrou em segredo de justiça – e assim todas as revelações são prematuras, despropositadas e ilegais, visando unicamente fomentar especulações inoportunas que é por ora aquilo que de momento parece interessar aos agentes politico-policiais.
Há noticia de outra acção espectacular em directo na televisão quando foi para destruir a imagem de Ferro Rodrigues no governo de Durão Barroso, estando o ministério da justiça então atribuído ao partido de Paulo Portas. Por baixo da toga do juiz Carlos Alexandre têm passado os processos de corrupção mais famosos dos últimos anos. Não é estranho que nenhum dos intervenientes fosse ainda considerado culpado e preso com base nos alegados delitos pelos quais foram constituídos arguidos? Ninguém de bom senso achará estranho que o juiz Carlos Alexandre tenha um problema a resolver com a justiça que folcloricamente e em nome de lobies partidários do “arco da governação” se pratica em Portugal.

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