A pomposamente auto designada “guerra contra o terrorismo global” é afinal a guerra contra as liberdades cívicas - no maior ataque contra os indivíduos de que há memória no ocidente desde a inquisição espanhola. Os acordos implementados pelos governos europeus perfeitamente alinhados com os ultraconservadores de Washington representam na prática o fim das soberanias e das liberdades na Europa. Os legisladores sabem bem que não existem inimigos externos credíveis à altura das ambições criminosas das cliques dominantes; precisam de os inventar - para dividir internamente as massas populares. A guerra é a mesma de sempre: a luta de classes. Eles sabem que o seu maior "inimigo" está cá dentro; e que é preciso desarmá-lo ideologicamente.
As leis “antiterroristas” impostas pelos Estados Unidos serviram para estabelecer os fundamentos sobre que se constrói uma Nova Ordem de Direito internacional, assinala o sociólogo Jean-Calude Paye, o autor da obra «O Fim do Estado de Direito» ( Le Fin de l`État de Droit , de 2004). Estas regras aplicam-se de agora em diante a todos os Estados europeus. O mandato de prisão europeu dá força de lei ao que há de pior na Europa. Actualmente os serviços secretos estrangeiros podem vigiar qualquer cidadão europeu no seu próprio país, pode ser qualificado de “combatente inimigo”, ser entregue aos torturadores da CIA e ser julgado por comissões militares norte americanas.
No fim disto tudo, sobram os chamados amendoins. No fim do sistema digestivo do Império habitam uns grupos de bactérias reguladoras preocupadas - que zelam para que as almas simples não possam ser infectadas por certas merdas.
A política por exemplo, mas não aquela de espectáculo rasca como a que a partir de agora se lançará a derradeira vergonha sobre o já desacreditado Parlamento burguês. Depois do Lopes e da reedição dos talk shows televisivos com Sócrates, do monopólio da informação mainstream, que mais julgam inventar para que a abstenção suba para valores superiores aos actuais 60 por cento?
É claro que inventam. Por essa Europa fora já estão mais adiantados. "Ricardo Franco Levi, braço direito de Romano Prodi, propôs a criação de uma lei, já aprovada em conselho de ministros, que exigirá que todos os que têm um blogue ou um website se registem, sejam regulados por uma autoridade governamental para as comunicações e paguem uma taxa mesmo nos casos em que não têm fins lucrativos. De facto, um local onde se pode ler ou escrever tudo e mais alguma coisa sem qualquer tipo de restrições, mesmo económicas, ou até vendo salvaguardada a sua situação pessoal e profissional, só pode ter os dias contados nos dias que correm". (ler mais e seguir ligações no "Sismógrafo")
Aviso prévio aos senhores da ERCS: de qualquer forma existem muitos blogues que jamais poderão ser encerrados. Podemos sempre transferi-los e alojar os conteúdos num servidor de um Estado Democrático
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