
O direito outorgado pelas “Patentes” é um direito temporal, garantido pelo Estado, de propriedade sobre uma invenção e os seus potenciais benefícios económicos. Hoje em dia a patente é normalmente garantida por 20 anos por forma a, alegadamente, amortizar os custos da investigação e desenvolvimento da “marca” patenteada. Isto significa o monopólio dessa invenção durante o mesmo período. O dono da patente decide como e em que condições pode ser utilizada por terceiros. Por exemplo, este monopólio permite que a indústria farmacêutica dite os preços dos medicamentos e os mantenha altos. Como modelo de encorajamento para o desenvolvimento de novos produtos, o sistema de patentes resulta apenas nos mercados em que o poder de compra é elevado, pelo que existem principalmente nos paises desenvolvidos. De acordo com os números da Associação Farmacêutica Americana (PhRMA) ( 90% do dinheiro da investigação é gasto em doenças que representam 10% dos anos de vida que se perdem a nível mundial e 70% dos fundos para investigação são investidos em pseudo-invenções. Essas imitações dos produtos de sucesso da concorrência são conhecidos por me-too. Não trazem nenhum benefício terapêutico, mas são patenteados, caros e bons nas contas das Companhias. Como são essencialmente supérfluos obrigam a enormes gastos adicionais em marketing. Assim, não surpreende que as Companhias farmacêuticas invistam em investigação, em média, metade do que gastam em publicidade.


No caso das farmacêuticas no que respeita aos medicamentos anti-rectovirais para tratamento da Sida/HIV pode-se dizer que estão a morrer pessoas devido ao sistema de patentes.
Quando o sistema de Patentes deixava espaço livre para os “Bens Públicos” que se opunham aos bens passiveis de apropriação privada, as regras emanavam da OCDE e eram fiscalizadas pela Inspecção Geral das Actividades Económicas (IGAE). Actualmente as TRIP´s e as TRIM´s contêm medidas para a protecção de patentes, marcas e direitos de autor, inclusivé sobre conhecimentos tradicionais que foram indevidamente apropriados, e todos os membros da OMC estão obrigados a implementar as disposições deste acordo. Uma vez que 97% das patentes pertence a Empresas de grande envergadura sedeadas nos paises industrializados (e 90% das patentes estão registadas nesses paises), isto é altamente desvantajoso para os paises em vias de desenvolvimento e para os pequenos produtores mesmo nos paises do centro capitalista.. Como resultado, a transferência de tecnologia e o desenvolvimento das periferias ficam condicionados. Se o proprietário da Patente seguir uma política muito restritiva de licenciamento a transferência de tecnologia ou o uso de marcas e saberes alternativos podem mesmo tornar-se impossiveis.

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