Trabalhou para a CIA entre 1957 e 1969 principalmente em assuntos relativos à área da América Latina, naquilo que ele próprio depois chamou de “acções para desincentivar esquerdistas” naquela região. Quando percebeu que esssas actividades requeriam mais que simples trabalhos de propaganda psico-politica bateu com a porta e escreveu o best-seller “Inside the Company: CIA Diary”, uma crítica violenta que denunciava métodos criminosos de intervenção à revelia de toda a legislação, que causava uma exposição dos operacionais à possibilidade de serem incriminados a título pessoal por crimes mandatados pelas politicas de Estado (como no caso recente da Valerie Plame, exposta como espiã na fraude das mentiras que fundamentaram a invasão do Iraque)
Philip Agee exilou-se na Alemanha, e em 1979 revogaram-lhe o passaporte norte-americano. Mudou-se então para Havana onde se dedicou a gerir um website de viagens que contraria o bloqueio encorajando o turismo norte-americano para Cuba (1) via Cancun e Toronto.
Para se perceber aquilo de que Agee fugiu basta observar as declarações que o jornalista John Pilger consegue obter do entrevistado no video abaixo – um colaborador da CIA, que se revela um autêntico psicopata. Não existe deus que valha a quem se cruze com gente deste tipo (faça-se um esforço para conseguir ver o video até ao fim, porque contém imagens onde os "esquadrões da morte" abatem pessoas nas ruas a sangue frio)
Em 17 de Novembro de 2007 vinte mil manifestantes rumaram à «Escola das Américas», conhecida nos EUA por «Western Hemisphere Institute for Security Cooperation» (WHINSEC) situada em Fort Benning. Eram veteranos da 2ª grande guerra, da Coreia, Vietname e das guerras sem fim no Golfo pérsico. Agora que se conheceram finalmente alguns dos documentos desclassificados, lado a lado marcharam ex-militares das mais diversas tendências politicas e religiosas numa acção de protesto contra os desmandos cometidos na América Central. Uma dúzia deles foram detidos e enfrentam o tribunal acusados do crime de “trespasse de área de limite”. O indivíduo que aparece na entrevista é um agente da CIA chamado Duane Clarridge (tristemente celebrizado pelo caso Irão-Contras)
Para finalizar, uma informação: durante a grande ofensiva contra a América Central na década de 80 o Vice-Presidente foi George Herbert Bush (Senior), anteriormente director responsável pela política de globalização da CIA que agora vamos conhecendo no seu verdadeiro alcance.
(1) Bibliografia sobre a CIA e CUBA na livraria "The Last Hurrah"
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