Scott Adams, in “O princípio de Dilbert”
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Nunca como em “Os Magníficos Ambersons” a mise-en scéne de Welles atingiu um tal esplendor – quando encena os personagens em Xanadu, a sumptuosa casa da familia Amberson, construida sobre as terras indígenas, onde é hoje Manhattan, comprada pelos judeus holandeses da diáspora que partiu do Recife à tribo do índio Vendonah que, conta a lenda, por ter um feitio irrascivel foi atado pelos seus a uma piroga e lançado mar adentro para não mais voltar.
(Abre-se aqui um parêntesis: nós, os também expulsos índios da meia praia, que só dispomos da piroseira da vivenda Mariani como termo de comparação, jamais poderemos compreender tal sentimento de perda das virtudes da natureza; tanto mais quando o capitalismo tardio nunca aqui produziu nada de que possamos ter particular orgulho ou inveja, excepto os dias de sol); de volta à City:
O herdeiro dos Ambersons, George Amberson Minafer, e todos os personagens que numa dimensão trágica gravitam em redor da opulência da falida Xanadu na verdade não são protagonistas, mas sim meros joguetes de realidades que os ultrapassam completamente. O verdadeiro protagonista é a voz do narrador invisível, que nunca aparece no filme, o único pelo seu ponto privilegiado de visão a conhecer toda a história. O que escreve no genérico final: “and my name is Orson Welles”
Uma coisa nunca é apenas aquilo que vemos. É também, e sobretudo, o seu significado.
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Para meditar, quando o Homem, no fim da estrada da civilização do automóvel e do veloz fausto da especulação bolsista, se vê novamente confrontado com outra mudança de paradigma. Pela primeira vez na história da humanidade se exige um Decrescimento, e isto pode muito bem ser o fim do Capitalismo.
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“Não tenho a certeza Georgie que os automóveis estejam errados. Com todas as maiores velocidades que conseguimos provavelmente eles podem vir a ser um passo atrás na civilização. Talvez eles não acrescentem beleza ao mundo ou alimentem a vida saudável à alma humana. Não tenho a certeza. Mas os automóveis estão aí, e quase tudo, quase todas as coisas, irão ser diferentes por causa do que eles nos trazem. Podem servir para causas de paz, podem servir para causas que criam guerra. Eu penso que a mente humana irá ser modificada por via dos caminhos do automóvel. E pode ser que seja para o caminho certo Georg. Talvez dentro de 10 ou 20 anos, se pudermos ver a mudança de mentalidades nos homens, por essa altura eu esteja habilitado a defender o motor a gasolina, e então George, terei de concordar contigo: que os automóveis não são um negócio que devesse ter sido inventado”
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