Wright Mills - A Élite e o Poder
As teorias defendidas por Wright Mills são bastante pertinentes para a análise do sistema de poder vigente nos E.U.A (e em todo o mundo onde os tentáculos do polvo manobra subservientes parasitas). Assentes na relação existente entre “Elite e Massas”, o autor da obra “A Elite do Poder” (publicado em 1956) defende que a estrutura do poder Norte-Americana é caracterizada pela existência de um oligopólio constituído pelas elites política, económica e militar. Para melhor fundamentar esta ideia, Mills recorre á análise do processo de desenvolvimento histórico dos E.U.A, considerando que o complexo de poder nem sempre é equilibrado, dependendo da conjuntura.
Os estudos realizados pelo sociólogo merecem especial atenção no actual contexto histórico, em que o poder dos Estados tende a diminuir, não só do ponto de vista externo, mas também internamente. A multiplicação dos centros de poder, verificado no pós Segunda Guerra Mundial, e que sofreu um processo de aceleração exponencial com o fim da guerra fria, contribuiu para que os Estados tenham cada vez maior dificuldade no exercício pleno da sua soberania. Este fenómeno é particularmente visível na área da economia, tendo-se registado a emergência de entidades privadas que, actualmente, detêm índices de P.I.B superiores aos de muitos Estados desenvolvidos. Num contexto de globalização, o poder das grandes empresas transnacionais acaba por influenciar determinantemente a acção dos Estados.
Assim, importa estabelecer relações entre estes factos, e o profundo sentimento de descrença nos actuais sistemas políticos. A existência de grupos que são a tal ponto privilegiados pelo poder político, que chegam mesmo a absorvê-lo, coloca em causa a ideia de democracia: o governo do povo, e não de alguns elementos, ditos seus representantes, em nome do povo.
Subdividido nos seguintes capítulos:
- Tecnocracia e Grupos de Pressão
- O desenvolvimento da Elite do Poder norte-americano
- A subversão do Poder político por parte do Poder económico
- A subversão do Poder Militar por parte do Poder económico
O ensaio, publicado em 2001 na CorporateWatch, pode ser lido aqui
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