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quinta-feira, janeiro 03, 2008

vamos lá mudar a lâmpada, que esta já está fundida

Começa hoje o patusco processo de escolha dos 2 candidatos que vão disputar a presidência dos nossos patrões politico- económico- culturais, os Estados Unidos. E há muito boa gente que pensa que é alinhando neste carnaval que o actual problema civilizacional se resolverá (um dia). O primário folclore eleitoral yankee, chamado de “causcus”, radica na antiga tradição de selecção dos protectores das comunidades nativas – no saloon da povoação, normalmente o salão de baile, reunia-se a população não só para festas e convívios, mas também quando colocadas sob ameaças graves e, colocando-se à esquerda ou à direita do salão davam o aval à escolha do Partido do Xerife que comandava os pistoleiros assalariados a quem os cidadãos pagavam um punhado de dólares, ou em alternativa, ao grupo de pistoleiros contratados pelo Partido dos Latifundiários e outros beneméritos Privados a quem estes últimos pagavam, libertando a comunidade para empregar os seus contributos monetários em obras mais profícuas para a paróquia. Simples: ou sim ou sopas.
Sem dúvida que existem aqui reminiscências de democracia de base. E é curioso que, numa altura em que as modernas Constituições dos paises ditos democráticos, pretendem proibir e criminalizar as votações de braço no ar (por exemplo entre nós, ao Partido Comunista) substituindo-as obrigatoriamente pelo anónimo voto secreto, se mantenham estes processos arcaicos na “maior democracia do mundo”; para além disso, a prática eleitoral dos “causcus” herdou do tempo dos cowboys um defeito estrutural fatal: porquê escolher delegados para enviar apenas a dois grupos de fulanos e não a tantos grupos quantos pretendam representar a mais alargada participação possível dos eleitores?

Assim, o processo negocial eleitoral americano nasce inquinado – É como se o dono (ou Donos) do pomar quisesse(m) escolher entre as maçãs boas e outras que não prestam. Pelo método de verificação observa-se se a maçã tem ou não tem buraco. Se tiver buraco é porque o bicho já entrou; se não tiver buraco é porque o bicho ainda não saiu. Assim sendo, o Dono do pomar tende a proceder às duas escolhas possíveis usando o critério pessoal de seleccionar a escolha em função do interesse do negócio, usando alternadamente ou em conjunto as duas, isto é, todas as opções – procurando camuflar (ou mostrar) os buracos consoante melhor lhe convém
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