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terça-feira, fevereiro 26, 2008

Scott Ritter e o último americano

“a bandeira içada com o azul das estrelinhas para baixo, invertida, é um pedido de ajuda internacional” significa que estamos no ponto em que já não conseguimos desembaraçar-nos sózinhos dos nossos problemas. Precisamos de auxílio”
in “No Vale de Ellah” – no mais está tudo na pelicula de Paul Haggis: a certeza de que as “guerras contra o terrorismo” fabricam monstros caseiros, o racismo latente, por fim, a falência dos valores que afinal desde sempre regeram o militarismo – e a mensagem subliminar sionista: não há Golias (a administração Bush, supõe-se) que não possa ser vencido pelos pequenos Davides com a fisga dos votos (bah!)

Scott Ritter é um ex-oficial dos marines e depois o inspector da ONU que reportou muito claramente que o Iraque, depois de uma década de bloqueio militar, não dispunha de armas de destruição macissa. A retribuição que teve por ter tomado essa corajosa iniciativa (à revelia dos desejos velados da administração Bush) foi ter sido praticamente banido dos círculos oficiais e ignorado pela imprensa norte americana, onde nunca mais conseguiu expressar opinião sobre os “negócios internacionais”. É esta a fórmula nos EUA de hoje: Diga a Verdade + Tenha Razão = Seja Punido.
Scott Ritter reapareceu esta semana. Faz um tour por todo o país dando conferências sobre todos os assuntos que digam respeito à implementação de guerras, particularmente à intenção existente de agredir o Irão, com base em novas mentiras. Recorda-se o que disse S.R. antes dos EUA invadirem o Iraque: “Nós podemos chamar-nos a nós mesmos americanos. Podemos agitar ao vento a bandeira americana, mas se não nos levantarmos para defender os valores que nos definem como americanos, deixaremos de ser americanos” – também somos da mesma opinião, falidos, pois que deixem de ser “americanos” no sentido pejorativo que adquiriram ao permitirem ser governados por um regime criminoso. Sejam Californianos (mesmo assim a 5ª economia no mundo) Nova-Iorquinos, cidadãos de Vermont, o 14º Estado onde existe já um movimento de libertação das garras belicistas da União. Numa pequena localidade dos middlelands emitiu-se um mandato de captura para o caso de Bush ou Cheney tentarem pisar o solo local. Se o capitalismo de Estado na URSS implodiu e as repúblicas soviéticas se puderam desmembrar, porque não pode acontecer exactamente o mesmo ao capitalismo tout-court? – e fazer desaparecer do mapa a associação de Estados malfeitores da América do Norte?
Mas decerto não será decerto esta a intenção de Scott Ritter, mas sim dizer outra coisa sobre o futuro daAmérica



Centenas de desenhos de crianças estão a ser encaminhados para o Tribunal Penal Internacional pela ong “Waging Peace”, que os vê como evidências de atrocidades cometidas em África. Mas os testemunhos de crianças no Iraque ou no Afeganistão não têm a mesma divulgação mediática. Scott Ritter também escreveu um livro com o mesmo titulo: "Waging Peace" com a intenção de tentar travar o poderio militar, ilegal, imoral e prepotente, dos EUA no mundo. Paroles. Mas libertar os territórios invadidos, devolver os bens pilhados e ressarcir as vítimas parece não fazer parte das intenções destes velhos marines reformados reciclados para um "pacifismo" de fachada democrata




* Movimento alastra a outras 200 cidades que propõem a secessão
* para aprofundar o tema, ler no Resistir:
"Crise sistémica global: Fase de afundamento da economia real dos EUA"
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