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No rescaldo da Guerra Civil Espanhola (1936-1939) milhares de combatentes republicanos derrotados fugiram do horror fascista de Franco e de uma morte quase certa atravessando os Pirinéus e refugiando-se em França. Porém alguns meses depois, em Maio de 1940, os nazis ocuparam a França e o país ficou debaixo do regime de Pétain. Muitos desses espanhóis juntaram-se à resistência, contudo muitos milhares foram capturados.
Os prisioneiros republicanos, estimados em cerca de 10 mil, ficaram à espera da decisão de Franco que, comprometido com a ajuda militar efectiva ao seu amigo Hitler na luta contra o comunismo, (para pagar preciosa ajuda alemã da Legião Condor) quando decidiu enviar a famosa Divisão Azul que combateu ao lado dos Nazis em Estalinegrado decidiu igualmente retirar a nacionalidade espanhola a esses prisioneiros abandonando-os à sua sorte – a partir desse momento passaram a ser considerados apátridas e entregues pelo ministro Serrano Suñer à Gestapo com a indicação que deveriam realizar trabalhos forçados até ao limite das suas forças. A maior parte foi enviada para o campo de Mauthausen na Áustria, outros para Bergen-Belsen, Buchenwald, Dachau, Flossenburg, Ravensbruck e também para o tenebroso Castelo de Hartheim onde se conta eram realizadas macabras experiências científicas em prisioneiros. Em todos estes lugares, convertidos em autênticos infernos de desumanidade e extrema violência morreram milhares de espanhóis no mais absoluto esquecimento. E claro, é provável que tivessem como companheiros alguns judeus, bem como outras etnias. O generalíssimo Franco, a seu tempo, afirmou que não queria que escapasse nenhum vivo. Desta tragédia se oferecem testemunhos reveladores num documentário rodado depois do fim da guerra: “El convoy de los 927”
Herói da cruzada Cristã contra o Comunismo: general Agustín Muñoz Grandes condecorado por Hitler como Cavaleiro da Cruz de Ferro em Berlim a 15 Dezembro 1942
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Em 1942 o generalíssimo Franco mantinha o seu delírio filo-Nazi e a sua convicção na vitória da barbárie hitleriana: num discurso em Sevilha a 14 de Fevereiro desse ano afirmava: “Se o caminho de Berlim se mantivesse aberto, não fora uma Divisão de voluntários espanhóis quem ali combatiam, mas im um milhão de espanhóis que se ofereciam para defender a capital do Reich”
áh, é bom não esquecer, e o “holocausto” dos judeus? – apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo – Uma testemunha espanhola de Mathausen recorda um dos dias em que viu chegar um comboio de sete vagões repletos de cadáveres. Vinham de Auschwitz e dos campos de Leste: “começámos a descarregar os corpos que tinham sido trazidos para encinerar; porém não havia sitio para o fazer” – então se Auschwitz era a tal “fábrica da morte” e das “câmaras de gaz” que a propaganda judaica nos quer fazer engolir, teriam necessidade de enviar cadáveres para serem destruídos noutros locais?
Por estas e por outras, e a contra corrente da Europa que pretende criminalizar quem negar o “holocausto”, a Espanha já tomou o caminho correcto. Após mais de uma década de perseguições a “Lei de negação do Holocausto” foi revogada conforme a mais alta instância da justiça espanhola, por não ser conciliável com o direito da liberdade de expressão garantido pela Constituição espanhola. Doravante, esclarecimentos sobre o Holocausto na Espanha não serão mais considerados delitos judiciais.
Mais um terrível golpe contra a Indústria do Holocausto
E além do mais, os pouco mais de 2.000 sobreviventes republicanos anti-fascistas de Mathausen não tinham assim um aspecto tão infeliz quanto isso - porque quem ganhou a guerra não foram os fascistas de Franco, nem a Alemanha nazi. É bom que se recorde que o Fascismo existiu. E que, de certo modo, nem a Espanha nem Portugal (apesar do interregno entre 25Abril74 e 25 de Novembro75) nunca foram libertados.
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